spoiler visualizarPolly 04/02/2024
A verdade sobre o caso de Harry Quebert
A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert é o típico livro de múltiplas narrativas: presente e passado se mesclam aos acontecimentos contados tanto em primeira pessoa, pela perspectiva de Marcus, quanto em terceira, aproximando-se da visão de personagens diferentes e dando mais amplitude ao caso construído. Com isso, os capítulos vêm e vão, fazendo da história mais complexa e dificultando a união das peças que formam esse quebra-cabeça. Apesar da leitura ser fluida, ela não foi frenética desde o começo, como no outro livro do autor, que me fez devorá-lo logo nas primeiras páginas. Aqui, ainda que eu estivesse interessada pela história e envolvida com ela, fui avançando de forma mais calma, ao menos na primeira parte do romance. Essa primeira parte é dedicada a reconstituir o verão de 33 anos antes, quando a jovem Nola desapareceu, e, por isso, é mais monótona em relação às demais, especialmente por apresentar a vasta gama de personagens e situações a partir das quais o caso se desenvolverá. O que confere agilidade à trama nesse momento são os retornos ao presente, no qual Marcus se vê cada vez mais pressionado e desesperado para escrever seu livro. Na segunda parte, já próxima à metade, o ritmo começa a acelerar com as primeiras reviravoltas. A partir da terceira, foi impossível interromper a leitura: estava ávida pelas revelações e estupefata com as contínuas surpresas que o enredo continuou entregando. Ao chegar ao final, me senti admirada pela habilidade do autor em construir uma trama tão complexa e bem amarrada, que fez valer a leitura. Também, há um nítido humor narrativo presente principalmente em muitos dos diálogos ? as conversas de Marcus com sua mãe me arrancavam gargalhadas ?, o que fazia da leitura mais leve nesses momentos espirituosos. É uma história bem construída e eu gostei bastante.