Alberto 29/05/2023
Não sei o que sentir...
"Mistborn: O Poço da Ascensão" é o segundo livro da trilogia "Mistborn" escrita por Brandon Sanderson, e eu gostaria de compartilhar minha opinião sobre essa obra. No geral, tive uma experiência mista ao ler este livro.
Uma das coisas que mais me atraiu em "Mistborn: O Poço da Ascensão" foi o mundo complexo e detalhado que o autor criou. A ambientação é vívida, e pude me envolver profundamente na trama. Além disso, o sistema de magia baseado no uso de metais é extremamente original e bem desenvolvido, e continuou a ser um dos pontos altos da série.
A narrativa de Sanderson é habilmente construída, com reviravoltas surpreendentes e momentos de ação intensa que me mantiveram interessado. A trama política e os conflitos de poder adicionam camadas fascinantes à história. Também gostei do desenvolvimento dos personagens, especialmente Vin, a protagonista, que passa por uma jornada de crescimento e transformação.
No entanto, um aspecto que me incomodou um pouco foi a extensão do livro. Com mais de 700 páginas, em alguns momentos a narrativa parecia arrastada, e acredito que algumas subtramas poderiam ter sido mais enxugadas sem prejudicar o enredo principal. Além disso, senti que alguns personagens secundários não foram tão bem explorados, o que deixou espaço para um aprofundamento maior.
Um aspecto do livro "Mistborn: O Poço da Ascensão" que deixou um pouco a desejar para mim foi o relacionamento entre Vin e Elend. Embora a trama tenha explorado o desenvolvimento desse romance, senti que ele foi um tanto chato e desinteressante.
Desde o primeiro livro, houve uma construção gradual da relação entre Vin e Elend, com momentos de tensão e atração mútua. No entanto, à medida que o relacionamento avançava em "O Poço da Ascensão", percebi que faltou profundidade e emoção genuína nessa conexão. As interações entre os personagens muitas vezes pareciam forçadas e não consegui sentir uma química real entre eles.
Além disso, o romance entre Vin e Elend acabou se tornando uma subtrama dominante no livro, às vezes desviando a atenção da trama principal. Isso fez com que o enredo perdesse um pouco de sua força, pois eu estava mais interessado nos desdobramentos da trama política e nas intrigas dos personagens secundários.
Outro ponto que contribuiu para minha frustração com esse relacionamento foi a falta de comunicação efetiva entre Vin e Elend. Eles pareciam incapazes de se expressar claramente e resolver seus problemas, o que resultou em mal-entendidos e conflitos desnecessários. Essa falta de comunicação me fez questionar a profundidade do vínculo emocional entre eles.
No entanto, é importante ressaltar que o modo como percebi o relacionamento entre Vin e Elend é uma questão de preferência pessoal. Alguns leitores podem ter se envolvido mais com esse romance e apreciado a dinâmica entre os personagens. No meu caso, porém, senti que essa parte da história não alcançou todo o seu potencial e poderia ter sido melhor desenvolvida.
No geral, "Mistborn: O Poço da Ascensão" é uma sequência satisfatória que expande o universo da trilogia. Apesar de alguns pontos fracos, como a extensão da narrativa e a falta de desenvolvimento de alguns personagens, a obra ainda apresenta uma trama rica, um sistema de magia original e momentos emocionantes. Eu apreciei a leitura, mas com algumas ressalvas ao longo do caminho.