Rebeca 08/08/2023
Onde o filho chora e a mãe não vê! ?
Começar esse livro foi muito difícil pra mim por não ter superado a partida do Kelsier (nunca irei), ele é grandão e continua sendo imbatível em toda a trilogia! E foi ainda mais difícil por eu não suportar o Elend? acho o personagem tão sem carisma e sem tempero inicialmente, mesmo estando na cara ser proposital pelo próprio desenvolvimento pessoal dele.
Mesmo com essas pontuações acima, o universo é tão imersivo que o Brandon merece uma salva de palmas. Uma boa fantasia é aquela cuja imersão se dá de forma completa!
Aquela em que você entra de cabeça no mundo proposto pelo autor, conseguindo em pouco tempo desenvolver afeto pelos personagens, mesmo aqueles que se mostram difíceis aparentemente e se ver envolvido na trama.
Assim que terminei o primeiro livro percebi que estava fascinada pelo universo. Já havia decorado os metais usados pra puxar e empurrar, seja ferro ou emoções. Os conceitos alomânticos estavam frescos e memorizado nas minhas ?mentes de metal?.
Assim que fechei o primeiro livro, abri o segundo. Confesso que não sou de fazer isso, gosto de pensar sobre o que foi lido e muitas vezes escrever sobre também. Porém Mistborn ? O Império Final terminou com um enorme gancho para o segundo. A queda o Império Final trouxe esperança para o povo, mas quais seriam as futuras consequências disso? Aquele gostinho de ?e agora?? me fez abrir o próximo livro imediatamente.
Alguns mistérios foram desvendados, mas como fica o mundo sem o Senhor Soberano? Como a morte dele trará condenação ao mundo? O que é o Poço da Ascensão?
Se alguém estava esperando apenas batalhas de Nascidos da Bruma e Brumosos, Sanderson mostra que não é bem assim mais uma vez. Sua trama é muito mais do que boas cenas de batalha e já deveríamos saber disso desde o primeiro livro.
Podemos esperar nesse livro um foco ainda maior na Vin e sua jornada pessoal. As coisas ficarão ainda mais difíceis para ela como uma nascida das brumas, e adolescente que se vê sozinha sem o auxílio do Kelsier.
O Brandon representa muito bem cada um dos personagens e seus dilemas. É tudo tão bem escrito que nos faz ter uma miríade de emoções. Gostamos e desgostamos de vários deles em inúmeros momentos.
Além das discussões políticas, decisões estratégicas e batalhas campais, os personagens terão que lidar com questões totalmente diferentes de até então, depois da queda do Senhor Soberano. Como por exemplo: As Brumas.
As brumas mudaram de comportamento e agora tem um novo visitante estranho e ameaçador.
Relatos de moradores, de áreas afastadas das cidades, dizem que as brumas estão mais intensas e agora estariam matando pessoas em plena luz do dia
São esses dois fatos, aliado aos escritos no diário do Soberano, que leva Vin à uma missão quase pessoal em busca do que é o Poço da Ascensão para entender as brumas, o espectro de Bruma que ela vê e o que são os pulsos alomânticos que passa a sentir com frequência.
Elend também terá um destaque nesse livro. Será ele um líder capaz? Ele é o único personagem que eu desgosto nesse livro, mas isso é totalmente um gosto pessoal meu. Elend não é um regente, nem líder. Se de um lado temos Vin agindo como uma guarda-costas e assassina silenciosa, do outro temos alguém buscando aprovação do ?bando de Kelsier?e tentando aprender a agir como Rei. Confesso que isso me estressou em vários momentos, mas já era totalmente esperado. Ele sempre foi um garoto que vivia com a cara nos livros e tudo o que sabe sobre política, diplomacia, filosofia e traquejo social vieram dos livros.
Entretanto, o mundo é bem diferente dos livros e vemos isso a cada capitulo que desenvolve a trama de Elend. O garoto precisa aprender, e rápido.
Além das questões pessoais de Vin e Elend, ainda tem todo o romance dos dois que tem o seu porquê de existir, mas não podemos negar que as dúvidas que carregam são enormes, resultando em dilemas extremamente desgastantes para eles e nós que estamos lendo. Porque afinal, são adolescentes.
Talvez essa seja minha única crítica sobre o livro e por isso eu tirei meia estrela.
Eu não shippo os dois, acho o romance totalmente sem tempero e chato. O fato de quase 90% do enredo desse livro ter se resumido a isso, foi cansativo e repetitivo!! Mas para ser justa, se existe um abrandamento de emoções em alguns pontos da história, em outros, meus amigos e amigas, é como se nossas alegrias fossem tumultuadas, logo após uma queima de duralumínio.
Vin está maravilhosa e um faz show à parte!! Quando ela não está se martirizando por causa do Elend, ela está fazendo o que faz de melhor: Ser uma Nascida das Brumas. E nisso, ela arrasa!! Todos as batalhas e os embates dela e do Zane foram minhas partes favoritas do livro.
O livro é repleto de magia, reviravoltas, emoção, perdas profundas e batalhas memoráveis.
Vemos o crescimento de cada personagem a cada passar de página e conseguimos entender o porque de tantas complicações no início.
A sensação que dá no final é: Como manter a fé, quando tudo parece ruir ao seu redor?
Bem? isso só o Brandon é capaz de nos responder no último volume dessa trilogia.