Priscila.Carvalho 17/11/2021
Leia a resenha em @sagaliteraria
Antes de qualquer coisa, tenho o compromisso de alertar os leitores sobre alguns aspectos dessa obra. Se você é um leitor simpatizante da obra da autora Simone de Beauvoir pode acabar se incomodando com essa leitura por se deparar com comentários um tanto provocativos direcionados ao trabalho dela. Da mesma forma que se você é simpatizante do movimento feminista, em qualquer grau de envolvimento, também vai acabar encontrando trechos perturbadores eu diria.
O livro é dividido em 9 capítulos, com temas diferentes mas que acabam remetendo ao mesmo assunto, que é a defesa da fragilidade da mulher, considerando um privilégio, da mesma forma que é visto na Bíblia Católica, e sim, a autora, filosofa e católica fervorosa, defende pontos de vista, eu diria um tanto polêmicos para serem colocados em uma discussão nos dias atuais.
A imagem de fragilidade e submissão da mulher, de um ponto de vista religioso, é muito clara em cada linha. Assim como a maternidade que é abordada como o dom divino que deve ser aceito de bom grado por todas, pois todas são portadoras do privilégio de serem instrumentos para trazer ao mundo uma nova vida com alma imortal. Descritas como seres essencialmente sentimentais e que têm privilégios pela fragilidade que apresentam. A mulher é retratada como a melhor dos presentes se for submissa, e o pior dos pesadelos se não, como está nas Escrituras “Dentre todas as bestas selvagens, não há nenhuma que seja mais nociva que a mulher”.
A leitura é densa e deve ser interpretada com olhos sem preconceitos, mas acho até difícil que pessoas engajadas em movimentos relacionados a questão de gênero se encantem pela narrativa, na verdade, acredito que a leitura deve ser direcionada apenas para aqueles que compartilham dos ideais católicos e cristão, os quais defendem posturas de que a mulher deve ser submissa e que sua função no fundo é ser mãe, assim como todos os outros ensinamentos que as posicionam como sexo frágil e inferior ao masculino.
Polêmico, eu diria, pra dizer o mínimo.
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