Silvana 12/10/2015
2008. A enfermeira Ellen Thornton entrou na sala de cuidados prolongados com a cabeça em outro lugar. Ela estava pensando no presente de natal que irá comprar para seu filho Josiah. Por isso levou um susto quando viu que o paciente Charlie Manx estava com os olhos abertos. Faz três anos que ela cuida dele, desde que começou a trabalhar no Presídio Federal de Englewood, mas ele já está em coma a sete anos. Charlie foi preso por sequestrar e matar crianças. E não é só os olhos que ele abre, quando ela percebe, ele já agarrou seu pulso e está falando com ela. Ele diz que tem um lugar para Josiah lá na Terra do Natal junto com as outras crianças. Ellen fica apavorada por ele saber o nome do seu filho e começa a gritar e consegue soltar seu braço. Mas quando ela trouxe os agentes penitenciários, ele estava da mesma forma de antes, em um coma profundo.
1986. A Pirralha, também conhecida como Victória, tem oito anos e pais que brigam o tempo todo por causa dos surtos da sua mãe. Depois de um desses surtos em que sua mãe acha que roubaram sua pulseira, Vic sai de casa com sua bicicleta e imagina que vai encontrar a pulseira e acabar com a briga e vai parar na Ponte do Atalho. Ponte essa que está proibida por falta de segurança. Mas quando ela percebe, ela já atravessou a ponte e não sabe como, está na praia onde seu pai diz que a pulseira foi perdida. Ela recupera a pulseira e volta pela mesma ponte, enquanto atravessa ouve um ruído de estática, e quando chega em casa ela está com muita febre. Essa é a primeira de muitas vezes em que ela atravessou a ponte e voltou com objetos perdidos. Todas as vezes ela volta doente.
1990. Quando Bing Partridge viu o anúncio da Terra do Natal, ele logo lembrou do melhor natal que teve em sua vida, quando era criança, antes de toda a tragédia acontecer e soube que faria qualquer coisa para tê-lo novamente. Então ele se candidatou a segurança da Terra do Natal. E antes mesmo de receber a resposta, ele começou a sonhar com o lugar. E não apenas sonhou, ele começou a ver o Rolls-Royce preto, de placa NOS4A2, o Espectro. Até o dia em que Charles Manx desceu do carro e o convidou, não para falar sobre um emprego, mas sobre o futuro. Mas para isso ele tem que provar seu valor. Ele tem que salvar dez crianças dos monstros, ou seja, seus pais. Mas a ideia que Charles tem de salvação é pouco diferente da realidade.
1991. Vic está com treze anos agora e as "viagens" que ela faz pelo Atalho, não parece ser mais tão normais quanto eram quando ela tinha oito anos. Então ela pensa em alguém que possa ajudá-la e atravessa a ponte. Ela encontra a bibliotecária que diz ter o mesmo dom que ela, só que enquanto Vic encontra as coisas quando está na sua bicicleta, ela soletra coisas com seu jogo de Palavras Cruzadas. Ela avisa a Vic que fique longe do Espectro.
1995. O tempo passa e Vic agora com dezessete anos está naquela fase que só quer saber de encrenca e o Espectro é encrenca com certeza. Eles se encontram, mas Vic consegue um feito inédito, ela é a primeira a conseguir escapar de Charlie. Mas Charlie quer vingança e mesmo depois de muito tempo ele ainda não esqueceu e vai vir atrás de algo muito especial para Vic.
"É claro que ele iria voltar... quem quer que O Espectro fosse. Não teria deixado o carro ligado se não fosse voltar e, quando chegasse, ela precisava ter ido embora."
Esse é o segundo livro que leio do autor, já tinha lido A Estrada da Noite e gostado muito. Ele herdou o talento do pai, Stephen King, sem dúvida. Mas devo dizer que gostei mais do primeiro do que desse. Porque? Morri de medo em A Estrada da Noite. Pelo tanto de resenhas positivas que li de Nosferatu, esperava uma história de arrepiar os cabelos, mas não foi isso que encontrei. Achei a história muito cansativa pelo excesso de páginas e só bem no final que a coisa pegou e mesmo assim, não senti medo e sim perturbação por ver o que as crianças faziam. O livro tem muito mais mistérios e suspense do que terror propriamente dito. Não que seja um livro ruim, pelo contrário, é muito boa a história. Eu li em três dias, pois não conseguia largar. Mas o que me incomodou foi esperar o tal terror e não encontrar.
Não gostei também de terem mudado o nome. O original é a placa do carro NOS4A2, que quando pronunciada com os números em inglês, lembra NOSFERATU, vampiro em alemão, coisa que Charles quase é, pois, ele suga as crianças enquanto elas estão no carro e rejuvenesce, e as crianças perdem toda a inocência e a noção do certo e do errado. Charles, o Espectro ou o carro, é o vilão da história, Eles são um. Ele é o melhor personagem do livro e apesar de chocada com as coisas que ele fazia, me peguei torcendo por ele em alguns instantes, tamanho carisma do personagem. Vic, também me agradou bastante. E choquei com o final, esperava outra coisa, mas depois gostei. Recomendo para quem tem estomago, pois a história é bem forte e chocante em algumas partes, mas muito bem escrita. Ouso dizer que gosto mais do Joe do que do Stephen. Pelo menos no que li até agora, ele tem se mostrado ótimo.
site: http://blogprefacio.blogspot.com.br/2015/10/resenha-nosferatu-joe-hill.html