Natália Tomazeli 09/08/2021Um tipo de "Admirável Mundo Novo""Não temos motivos para haver violência em Solaria. Temos tudo o que poderíamos querer, então não há ambição pessoal. Não conhecemos os relacionamentos, então não há ambição envolvendo família. Todos nós temos uma boa saúde genética."
Imagina viver em um planeta onde quase todos os problemas humanos simplesmente não existem mais? Pois é nesse cenário que os dois protagonistas, Elijah Baley e Daneel, irão tentar resolver o crime da vez!
Nesse segundo livro da "Série dos Robôs" o leitor é inserido em um contexto quase que utópico! De cara, o planeta Solaria encanta por trazer tantas facilidades surreais e por ser tão diferente da Terra, com seu modelo caótico e decadente. Mas não se engane! Ao longo da trama, é mostrado que isso tudo não é tão perfeito assim. A medida que as páginas vão passando e o autor vai mostrando mais sobre a sociedade de Solaria, fui ficando cada vez mais assustada e menos animada. São tantas as reflexões a serem levantadas que fica até difícil falar de todas aqui, já que o espaço é pequeno. É genial demais as explicações de Asimov sobre essa sociedade esquisita e foi muito difícil para mim, no final, decidir qual o melhor livro da série até agora. Os dois são igualmente maravilhosos e muito bem desenvolvidos!
Nesse contexto de isolamento social que nos encontramos, esse livro acabou sendo pra mim, um bom meio de reflexão, já que todos os habitantes de Solaria vivem assim por toda sua vida, praticamente. O jeito como não há interação social entre eles e como tudo é muito unilateral, nos faz refletir muito sobre solidão, introspecção e relações sociais gerais.
E claro que essa junção entre ficção científica e romance policial funciona super bem aqui! Assim como o primeiro, é tudo muito bem interligado. Mesmo que dessa vez eu não tenha sido muito surpreendida com a revelação de quem era o assassino, tudo fez sentido para mensagem que o autor queria passar no final!