O Sol Desvelado

O Sol Desvelado Isaac Asimov




Resenhas - O Sol Desvelado


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Marcos Pinto 16/07/2016

Melhor do que o anterior
Esse texto não possui spoiler da obra anterior

Depois da última missão, o inimaginável acontece com Baley: ele é convocado para investigar mais um assassinato. Contudo, dessa vez, em um planeta Sideral. Se estar com um sideral é ruim, imagine ficar em seu planeta. Pior: por lá, há apenas 20.000 humanos. As extensas propriedades, que chegam a medir quilômetros, abrigam uma ou duas pessoas. Isso torna o caso complexo? Então tem mais: lá as pessoas não se veem pessoalmente, não se tocam, não se aproximam. Isso é considerado um ato inferior, quase “animalesco”. Toda comunicação é feita a distância, através de vídeo chamadas.

Como descobrir um assassino em uma sociedade onde as pessoas não se tocam e onde você pode andar quilômetros sem ver ninguém? Como fazer uma investigação de verdade sem quebrar as regras de etiqueta de uma sociedade tão diferente? É isso que Baley precisa descobrir.

Partindo dessa premissa, Asimov volta a brincar com as três leis da robótica, que são: 1. Um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra algum mal. 2. Um robô deve obedecer às ordens que lhe sejam dadas por seres humanos exceto nos casos em que tais ordens entrem em conflito com a Primeira Lei. 3. Um robô deve proteger sua própria existência desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira ou Segunda Leis. As leis, que na teoria são perfeitas, mostram falhas. E são dessas falhas que nascem os crimes e os assassinatos, tornando todo o livro incrivelmente lógico, inteligente e envolvente.

“Um detetive é um sociólogo também; um sociólogo por uma questão de experiência e de prática, caso contrário não seria um bom detetive”.

Apesar de ter uma premissa parecida com o livro anterior, O Sol Desvelado mostra-se bem superior ao livro As Cavernas de Aço. Isso porque, na presente obra, temos um maior dimensionado das questões políticas e sociais. O autor mostra, de maneira bem inteligente, que mesmo numa sociedade aparentemente perfeita, a ganância pode motivar lutas internas e que desenrolar problemas inimagináveis. Ademais, ainda há um diálogo sutil, mas inteligente, com o pensamento da luta de classes¹.

Além dos aspectos sociológicos, o que mais me chamou a atenção na obra foi a perspectiva filosófica que ela permite empreender. O que Baley alcança no presente livro me parece análogo ao que Platão relata em o mito da caverna². Na primeira obra, o protagonista ainda está preso em suas cavernas de aço, com um pensamento limitado, com uma visão turva da realidade. Na segunda obra, o brilho do Sol lhe permite ver além; faz com que ele passe a enxergar não apenas sobras, mas a realidade como ela é. Isso faz com que o leitor reflita sobre diversos aspectos em sua realidade, além de proporcionar um amadurecimento extraordinário ao protagonista.

Um detalhe importante é a importância de uma leitura não anacrônica. Devido ao autor ter escrito a obra há muito e ter tentado acertar o futuro, alguns aspectos parecem um tanto deslocados diante da nossa visão atual. Contudo, se pensarmos na perspectiva da época, tudo faz muito sentido e o livro merece todo o destaque que sempre recebeu. Dos trabalhos do autor, talvez a série Fundação seja a mais atemporal, já que brinca sempre com os aspectos sociológicos da busca do poder.

“Estava a ponto de descobrir algo. Poderia não ser muita coisa, mas era o tipo de investigação que ele sabia fazer bem. Algo que ele sabia fazer bem o suficiente para ser chamado ao outro lado do universo para fazer”.

Além do bom enredo, a obra também merece destaque pela excelente parte física. O livro possui uma capa bonita e que reflete bem o ar futurista que encontraremos no enredo. A diagramação também é muito boa: objetiva e confortável. A tradução e revisão estão excelentes, como é padrão da Aleph. Desta forma, tudo contribui para uma boa leitura da obra.

Em suma, o que se pode se esperar da obra é uma sequência bem superior ao livro anterior, com um excelente aprofundamento sociológico e uma questão filosófica latente. Apesar de alguns pontos que parecem não encaixar, devido ao tempo em que a obra foi escrita, a leitura ainda é mais do que recomendada.

Notas:

1. Luta de classes é um fenômeno social que prevê um antagonismo entre pessoas de diferentes classes sociais, onde cada uma das classes buscará seus próprios interesses. A luta perpassa os campos econômicos, políticos, sociais e históricos. Karl Marx foi um dos principais pensadores da teoria. Para saber mais sobre, desbrave os livros O Capital ou Manifesto do Partido Comunista.

2. Mito da Caverna pode ser encontrado no livro VII da obra A República, escrita por Platão. O mito mostra a libertação da “escuridão”. Para saber mais sobre, desbrave o livro A República.


site: http://www.desbravadordemundos.com.br/2016/07/resenha-o-sol-desvelado.html
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Câmis 11/05/2018

Melhor que o primeiro....
Eu gostei de cavernas de aço e amei sol desvelado. Asimov não dorme em serviço. Uma coisa bem interessante (que sinceramente não me lembro de algo assim no primeiro) foi que ele consegue te mostrar os dois lados da moeda e sobre o quanto é difícil entender e respeitar modos diferentes de se viver e pensar.
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livrosepixels 09/01/2019

O Individualismo levado ao extremo
Na resenha do livro anterior desta série ficou claro como Asimov me conquistou com suas intrincadas histórias de robôs, investigação e paralelos com a realidade. Aqui nesta continuação mais uma vez o autor me surpreendeu com a sua capacidade de ir além e imaginar um mundo totalmente diferente do nosso e tocar em temas tão profundos e relevantes, como a diferença cultural entre os povos. Há muita coisa a se falar sobre esta continuação, mas procurarei ser breve para manter as surpresas reservadas à quem for fazer a leitura.

Solaria é um planeta bem incomum. Fica em algum ponto distante da galáxia, mas relativamente perto para que humanos possam visitá-lo viajando em uma nave. Apesar disso, a relação entre os planetas Siderais e a Terra é bem complicada. Nossa morada é vista como planeta mais sujo e inóspito, desprezado pelos Siderais em termos tecnológicos e considerado uma zona perigosa devido à probabilidade de contágio de doenças. Somos o patinho feio do universo, o último lugar a ser considerado lar, mesmo que os colonos iniciais tenham partido daqui.

“Azul, verde, ar, barulho, movimento e, acima de tudo, brilhando com fúria e de forma implacável e assustadora, estava a luz branca que vinha de uma bola no céu. Ele olhou para o sol desvelado.”

Ao contrário da Terra que tem uma grande aversão por máquinas, em Solária a população é majoritariamente positrônica. Cada pessoa dispõem de dez mil máquinas para si, e isso tem uma grande razão: moram no planeta só 10 mil pessoas, há controle de natalidade e, principalmente, cada um vive o mais distante possível de qualquer outra pessoa. Estranho? Pois bem, em Solaria é altamente repudiado o contato humano, sendo que isso só é feito em casos extremamente necessário. A solidão é incentivada ao extremo, mas apesar disso, as pessoas vivem em perfeita saúde e harmonia. Toda a comunicação é feita através de telas e intercomunicadores. O trabalho pesado é por conta dos robôs.

É interessante essa ambientação de Solaria, pois ela é exatamente o oposto da Terra explorada em As Cavernas de Aço. Enquanto aqui a população vive isolada do mundo exterior, lá os humanos podem sair para caminhar no campo, respirar ar puro e ver o sol como ele é. Mas o grande diferencial desse planeta tão utópico está em sua estrutura política e cultural. As pessoas são incentivadas desde pequenas a evitar ao máximo qualquer contato físico com outro ser humano e a gastarem energia somente com coisas recreativas e de interesse pessoal. Dado esse condicionamento, a taxa de criminalidade é de 100%, e não há policiais, xerifes ou delegados.

“Alguém poderia dizer que precisamos tornar os humanos melhores. Isso é impossível, então tornaremos o robô mais seguro.”

Confesso que foi bem curioso acompanhar o personagem Elijah tendo que aprender a se portar nesse novo mundo. É como se ele fosse um estrangeiro jogado em um país com uma língua totalmente nova. De começo, Baley tem atitudes normais como qualquer terráqueo, mas aos poucos vai notando que ali há uma grande diferença de significado e compreensão de certos costumes e expressões. Para um solariano, “ver” e “olhar” possuem sentidos bem diferentes daqueles que temos aqui na Terra. Tanto é que soa extremamente ofensivo dizer para um solariano que você gostaria de vê-lo.

É um grande choque de cultura para o personagem, e de certa forma pode-se fazer um paralelo com o nosso mundo real. Há inúmeras culturas diferentes espalhadas pelo globo, cada uma com suas “esquisitices” e manias. Algumas, talvez, podem soar enjoativas ou até mesmo bizarras, enquanto outras só estranhas. Da mesma forma que alguns de nossos costumes e manias podem ser mau vistos por pessoas de outros lugares com culturas diferentes (nos EUA, por exemplo, não é comum dar beijos e abraços como forma de cumprimento, já no Brasil isso é bem comum. Em outros lugares, é extremamente ofensivo deixar sobras de comida no prato, e por aí vai..).

“De repente, ele visionou a Terra como uma bola de pedra com uma película de umidade e gás, exposta ao vazio por todos os lados, com suas Cidades que mal se fixavam na camada mais exterior, construídas de maneira precária entre a rocha e o ar.”

Outro ponto positivo da trama é ver a relação entre o protagonista e o robô Daneel Olivaw sendo amadurecida, deixando-se de lado o preconceito por máquinas e aceitando que tanto elas quanto nós temos nosso espaço no universo. Só porque uma foi criada por nós não quer dizer que seja inferior. Afinal de contas, o mundo hoje é altamente dependente de máquinas e sem elas grandes feitos da sociedade seriam impossíveis. Claro que essa mudança é gradual, por isso em alguns momentos vermos o detetive se comportar de forma grosseira e com ar de superioridade. Mas já está bem melhor do que no início da série.

Como eu disse no começo, daria pra falar bastante sobre esse livro, tamanho a complexidade e genialidade do mundo criado por Asimov. Mas isso tiraria todo o brilho que é ir lendo e descobrindo as mensagens aos poucos. De fato, é uma narrativa menos fluida se comparada ao livro anterior. Aqui o foco é em como os personagens se comportam em um mundo diferente do seu e como aos poucos eles vão compreendendo as significativas diferenças e suas implicações sociológicas. Mesmo assim, isso não muda o fato de que é um ótimo livro e que vale a pena ser lido.

site: http://resenhandosonhos.com/o-sol-desvelado-isaac-asimov/
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@pedro.h1709 25/03/2019

O Sol Desvelado
O Sol Desvelado é outro excelente título de Isaac Asimov, que possui um desenrolar complexo, já que os leitores são expectadores de sociedades com costumes completamente diferentes, o que torna difícil as conclusões precipitadas.

Há sempre a disputa de Homem versus Máquina e a discussão sobre até que ponto a criatura é capaz de se igualar, ou até mesmo superar seu criador.
O robô é um ser humano melhor!

Neste livro, Elijah Baley é posto à prova pela segunda vez, tendo de enfrentar a sua fobia  de espacos abertos, em meio a uma trama que pode afetar a Terra e todos os outros mundos siderais. Ele utilizará sua percepção de cérebros positrônicos como  lógicos, mas não racionais com o intuito de revelar o culpado do misterioso assassinato de um importante engenheiro genético.

*Considerações finais:
Particularmente, acredito que o desfecho desta investigação teria sido melhor caso a  identidade do verdadeiro responsável pelo homicídio fosse diferente da apresentada. Primeiro  porque pareceu que faltaram caminhos para uma outra incriminação; Segundo, porque cria-se um certo carisma pelo personagem em questão além de perceber que este foi, de certa forma, manipulado.

Por outro lado, a ideia dos robôs serem capazes de causar mal aos serem humanos de maneira indireta, apesar das três leis, é fantástica e torna muito válida sua reflexão.

Por fim, a leitura é muito agradável, dinâmica e envolvente. O autor vende-se por si só!

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Carlos531 08/05/2020

Surpreendente
Quando comecei a ler a série dos robôs estava empolgado pra saber como seria, e agora neste segundo volume quero ler ainda mais dessa série!

A história foi muito bem escrita, os personagens se desenvolveram e evoluíram, certos preconceitos começaram a ser desfeitos. E foram apresentados novos perigos, perigos que nós hoje também passamos.

Para aqueles que gostam de uma boa investigação, com diversos toques sociológicos, drama e doses de tensão, leiam este livro, não deixem de fazer isso!

Acreditem, vocês ficarão muito curiosos com o que o futuro pode mostrar nessa história!
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Miguel 14/09/2020

A continuação da saga "agathiana"
Fiz uma resenha do primeiro livro da saga chamando essa obra de "Agatha Christie 4.0". Pois bem, parece que aqui já chegou no 5.0. Nesse livro, o detetive Elijah Baley é convidado pelos Solarianos - humanos que vivem em Solaria, um outro planeta - para conduzir uma investigação de assassinato, pois o planeta não possui detetives. Solaria é um dos ápices da sociedade evoluída vista pelos sociólogos desse mundo, pois não há contato humano, cada um tem sua própria casa repleta de robôs para atenderem às suas necessidades e moram a quilômetros de distancia uns dos outros.
Com o passar do livro, e como humanos que vivemos em uma sociedade extremamente conectada, percebemos a estranheza que é um planeta daqueles, assim como o detetive. Aqui, Isaac trata mais uma vez sobre especulações futurísticas da sociedade humana enchendo-as de críticas e curiosidades. A estranheza é tanta que nos esquecemos do assassinato, que passa a ser secundário, e nos envolvemos em algo muito maior que é a própria relação humana.
Essa é, sem dúvida, uma das melhores sagas do Asimov e eu recomendo muitíssimo a leitura!
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beatrizcomze 22/01/2021

Mais um livro do muso e sigo com a minha opinião de que o cara é um gênio. Esse livro foi totalmente diferente do primeiro, pois agora além do mistério que sonda o assassinato de um Sideral, vemos o crescimento do nosso terráqueo preferido, aprendendo a lidar com sua agorafobia. Livro um pouco demorado (como sempre) mas muito divertido de ler.
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Mika Busch 27/07/2021

Investigação inteligente
Um bom livro policial, não aumento a nota porque para o meu gosto acontece tudo rápido demais, mas a explicação do assassinato que está sendo investigado bem como a conclusão social que o investigador apresenta são muito boas.
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Rodrigo.Macedo 15/12/2021

Por Josafá!
Eu fico louco com essas histórias. Não vou negar que estou vibrando a cada capítulo. Como o seu Asimov consegue fazer essa mágica de grudar o leitor no livro. Não parei nem pra respirar. Agora o investigador Elijah Baley foi convocado para solucionar outro caso de assassinato, porém em outro planeta. Como o brilhante polícial tem um senso de dever acima do normal, ele foi. Lá ele encontra, para a minha alegria, seu parceiro Daneel. O planeta em questão, com apenas 20 mil habitantes, e robôs de sobra, tem uma cultura muito louca e diferente de qualquer coisa que possamos imaginar. Nessas circunstâncias a dupla terá que desvendar esse assassinato. Certeza de leitura boa e imersiva.
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LETeratura 08/01/2022

Acho que tenho o primeiro favorito do ano
Que livro incrível e surpreendente, quantas camadas, a investigação, a evolução do personagem e sua transformação de odioso a revolucionário.
Que livro, esse livro deveria ser lido por TODOS, não sei se se classifica como clássico mais deveria ser.
Sensacional.
Não tenho palavras para descreve-ló.
Em breve organizarei minhas ideias sobre ele e farei um vídeo pro @let.eratura no Instagram
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Sabrina 07/02/2022

amei demais
simplesmente muito bom, superou minhas expectativas pra esse livro. achei todo o conceito envolvendo a investigação, o jeito como foi conduzida e os pensamentos dos solarianos, que achavam praticamente tudo que saia da boca do Elijah um absurdo. foi muito divertido de ler, me prendeu bastante no final e mal posso esperar para ler os robôs do amanhecer :)

obs: lembrei tbm uma crítica ao livro q nem tudo são flores né. foi a falta de aprofundamento e o papel importante para a investigação no daneel, pq ele merece mto aprofundamento, dado a complicação do personagem, mas dá pra entender q o Asimov quis introduzir o daneel no cavernas de aço de uma forma um tanto quanto interessante e boa, pra no próximo, que seria o sol desvelado, focar mais ainda na investigação, outros personagens e no elijah.
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Rafael467 07/03/2022

Que planeta insuportável esse Solaria meu deus ainda bem que tá fadado ao fracasso.

Gostei mais desse do que do primeiro da trilogia!
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Ellen.Piacentini 11/01/2023

O Sol Desvelado
Acho que o título combina com o livro, com crescimento do personagem principal, o seu sair da bolha e o fato de ter encarado seus medos, esse livro me mostrou por um olhar diferente a descoberta do homem em seu interesse pela Natureza e o Espaço, a liberdade em se correr na grama. É claro que esse não é o foco. O livro se trata de um romance policial, onde Elijah Baley
não está mais em seu mundo habitual e tendo que se adaptar a uma realidade totalmente diferente e intrigante com um caso em suas mãos pra resolver e que envolve questões maiores. Mas o autor colocou uma pitada da essência da humanidade com seu medo e curiosidade pelo desconhecido; dá para ver as questões que ele queria levantar e talvez até um sonho dele próprio sobre um talvez futuro da humanidade, indagações. Mas já admiro, porquê ainda tenho as mesmas questões e isso em um bom tempinho depois. Será que algum dia teremos respostas? Acho que só mais perguntas? ??
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Henrique Vaz Martins 14/02/2023

Muito bom mesmo, sagaz, intuitivo e perspicaz são o que eu posso dizer dessa trama com certeza inesperada
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