LT 19/09/2017
Posso descrever Esplendor da Honra como sendo um livro doloroso, cativante, e deliciosamente apaixonante. Um romance de época que se passa na Inglaterra da idade média e que conta com a dose certa de amor, intrigas, ódio, humor, vingança e... Bem, você vai entender se optar por lê-lo.
Nesta obra conhecemos Duncan, sua família, seu principal inimigo – Louddon –, também a irmã de Louddon – aquela que deve ser usada para fazer com que o cruel e calculista Loudonn pague por seus pecados e pelo crime terrível que a pouco cometera, quase uma moeda de troca, Madelyne.
“Olho por olho...”
No início nos deparamos com Duncan, que demonstra ser um bom líder: durão, temido, inflexível e ainda assim protetor e completamente amável. Junto a seus homens e a seu irmão mais novo o Barão de Wexton busca por vingança nas terras de Louddon.
Louddon é um homem muito cruel, capaz de matar até mesmo aqueles que diz amar. Frio e manipulador, covarde e calculista ele não sabe o que é amar, não de verdade. É o tipo de pessoa que se não tem o que quer, na hora e como quer, desdenha e se precisar passa por cima dos demais. Por ego, inveja e poder, Louddon arma contra a família Wexton e de um modo muito cruel derrama sobre eles uma grande dor.
A história se passa em meados de 1099, uma época medieval, de Reis e Rainhas, onde os nobres da sociedade são agraciados com terras para comandar e juram fidelidade ao seu Rei, onde o Clero também exerce grande poder. Apesar de Duncan e Louddon serem dois Barões importantes, de grande influência e de ambos servirem ao mesmo Rei, existe uma intriga muito forte entre os dois que passou de todos os limites e precisa ser sanada de algum modo. Crimes não podem ficar sem uma punição adequada, mas como eram os julgamentos do passado? Como saber a verdade dos fatos? E qual a condenação para aqueles que forem julgados culpados? Até onde a lealdade entre os Barões prevalece e até que ponto estão dispostos a escolher e apoiar um lado? Reputações podem fazer toda a diferença nesse momento, ou a inveja e a ganância pode prevalecer? São questões de honra que são respondidas ao decorrer da história e ali se nota quem a tem ou não.
Madelyne é uma personagem muito forte e extremamente encantadora. Ela é diferente de seu meio irmão, o maléfico Louddon. Nossa mocinha já passou por poucas e boas na vida. Tendo perdido a mãe ainda criança, Madelyne não fora amada por ninguém mais depois da partida de sua genitora. Sendo colocada sobre a guarda de Louddon, foi maltratada e aprendera a conviver com o medo, a esconder suas emoções e a lidar com elas para que pudesse “viver um pouco melhor”. Quanto mais se demonstra temor, mais o seu carrasco vai lhe arrasar. Ainda muito pequena, depois de dois tortuosos anos, ela foi enviada para conviver com o irmão de sua mãe, um padre muito bondoso e que lhe ajudou a se preparar para a vida.
E é por ser irmã de Louddon que os caminhos de Madelyne se cruzam com os de Duncan. Nos primeiros acontecimentos do livro ela acredita estar salvando a vida do Barão de Wexton e assim, sem sequer imaginar, a jovem toca Duncan de um modo que não pode ser desfeito, na alma e no coração.
O plano era capturar Madelyne para fazer com que Louddon – o covarde – tivesse de ir até Duncan, para que eles pudessem acertar suas contas cara a cara, mas as coisas mudam completamente. Mudam porque Madelyne é uma das maiores vítimas de Louddon, também porque a mocinha cativa a todos em sua “prisão”.
Temos muitos acontecimentos, várias reviravoltas, o livro nos desperta inúmeros sentimentos, como: compaixão, raiva, amor, amizade. Para Louddon reserve todo o seu ódio literário, recomendo que o faça! A autora nos conduz com rapidez ao desfecho da obra, trás segredos que eu gostaria que fossem revelados a um certo homem – na verdade, apesar de não ser mostrado no livro, gosto de pensar que foram. Com pouco mais de 400 páginas que são prazerosamente devoradas em poucas horas, Esplendor da Honra é um romance viciante.
A autora construiu e trabalhou muito bem os personagens, dos principais aos secundários, e pela primeira vez – já que eu resmungo tanto que a maioria dos autores não fazem mais livros únicos – desejei que um livro tivesse continuação, porque alguns dos personagens secundários mereciam um espaço para contar as suas histórias e a construção de suas vidas a partir do ponto final desta obra.
Quanto ao desfecho, costumo dizer que sabemos o que esperar de um romance de época, todavia, a forma com que a autora vai nos conduzir até lá, as pedras que cada personagem terá abaixo dos pés lhe cortando a carne, e as surpresas do enredo são o que fazem toda a diferença, e acredito que é o que prende e conquista os leitores que se aventura por esses romances cada vez mais. Ao menos, posso dizer pela minha pessoa, comigo é assim.
Se posso apontar algum ponto negativo, talvez o fato de o livro acabar tão rápido, realmente fiquei com um gostinho de quero mais, no entanto, acredito que na verdade não é um ponto negativo, na verdade demonstra que o livro funciona. O único fator que realmente me incomoda um pouco – mas isso acontece desde romances de época até em romances contemporâneo e em 90% deles, então... –, é o fato de os sentimentos surgirem tão rapidamente. Apesar de que a autora, nesse livro, levou um tempo considerável para realmente unir o casal, o sentimento fora palpável e surgiu desde as primeiras páginas. A gente se acostuma, não é? XD
Bem, se recomendo a leitura? Com toda a certeza! E, prepare-se para ter seu coração esmagado e sentir uma vontade imensa de ajudar Madelyne a matar alguns homens. Algumas verdades podem ser libertadoras, e assim que termino essa resenha, com o mesmo sentimento de quando fechei o livro, o de quero mais desse universo.
Esse é o primeiro livro escrito por Julie Garwood que leio e ela conseguiu me arrebatar com sua escrita linear e fluida. A edição do livro segue o padrão Universo dos Livros: Simples e charmosa. A capa é perfeita e condiz com o enredo. A revisão está boa, não notei erros que saltem aos nossos olhos e isso um ponto positivo.
É isso! Preparem-se para encontrar com um lobo, porque cães e lobos jamais esquecem um cheiro e são verdadeiramente gratos aqueles que os alimentam.
Até mais ver!
Resenhista: Ana Luz.
site: http://livrosetalgroup.blogspot.com.br/