Grandes esperanças

Grandes esperanças Charles Dickens




Resenhas - Grandes Esperanças


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Isabela Zamboni | @resenhasalacarte 03/08/2015

Dickens é obrigatório
Nascido em Portsmouth, Inglaterra, Dickens é um dos autores mais importantes da literatura britânica e mundial. Escreveu suas obras durante o período vitoriano, entre 1812 e 1870. Uma curiosidade é que poucos autores se tornaram conhecidos em vida, mas Dickens foi um deles. Fez sua fama em vida, que perdura até hoje, 144 anos após sua morte. Com seu estilo poético, Dickens é leitura obrigatória para os amantes da literatura.

“Grandes Esperanças”, escrito em 1860, revela uma fase mais madura do autor, que com maestria descreve a vida do personagem Pip (Philip Pirip) em três partes: sua infância penosa; a descoberta da vida adulta; e o desenrolar de suas grandes esperanças.

Na primeira fase do livro, somos apresentados a um dos personagens mais interessantes da história: Joe, o marido da irmã de Pip. Em um misto de tristeza e companheirismo, Pip é apegado a Joe, ao mesmo tempo em que sente vontade de fugir daquela vida tenebrosa que leva no charco.

Após alguns anos, quando Pip consegue sair de casa com a ajuda de um benfeitor que resolve manter sua identidade em segredo, começa enfrentar as dificuldades da vida em Londres, um novo mundo que nasce à sua volta. E quando finalmente conhece o benfeitor que o tirou daquela vida de pobreza, a vida de Pip se transforma completamente: agora ele precisará lidar com novos problemas, se afastando cada vez mais de seus sonhos e suas grandes esperanças.

Leia a resenha completa no blog!

site: http://resenhasalacarte.com.br/resenha/resenha-grandes-esperancas-charles-dickens/
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Henrique Fendrich 24/08/2015

Forçado à gratidão
Sob o mote da gratidão, bem presente ao longo de “Grandes Esperanças”, é possível abordar a trama de Charles Dickens pelo que ela tem de semelhante à de Victor Hugo em “Os Miseráveis”, obra que lhe é contemporânea. Ambas as histórias se desenvolvem a partir de um inesperado gesto de bondade em favor de um forçado que se reconhecia não merecedor. Em consequência, os personagens das duas narrativas tomam decisões que revolucionam as suas vidas. É como se brasas de fogo se amontoassem sobre as suas cabeças, como diz o provérbio. Não obstante, continuam sujeitos à incompreensão dos homens e, principalmente, da justiça.

Mas se a transformação de Jean Valjean foi, antes de tudo, espiritual, tendo como resultado a sua busca por uma vida tão virtuosa como aquela de que um dia se beneficiou, a de Abel Magwitch, o forçado da história de Dickens, voltou-se exclusivamente para a pessoa a quem devia ser grato. Porque um dia lhe mataram a fome, Abel jurou que mandaria ao seu benfeitor o primeiro dinheiro que ganhasse – e, mais tarde, jurou que, se ficasse rico, iria enriquecê-lo também. É quando começam as esperanças do pequeno Pip, personagem central da trama.

Acontece que a motivação para o gesto que deu origem à mudança do personagem também é diferente nos livros de Hugo e Dickens. No primeiro caso, ele nasce dos elevados princípios do bispo de Digne, certamente um dos mais exemplares personagens cristãos da literatura. Já na história de Dickens, ele nasce unicamente do medo. É sob violentas sacudidas e ameaças de cortar o pescoço, alusões a um companheiro que poderia arrancar-lhe o fígado e o coração, e ainda obrigando-o a pedir que Deus o castigasse de morte se não fizesse o que lhe ordenava, que Magwitch extrai do pequeno Pip o ato de bondade que irá tocá-lo intimamente.

É que, além de ver em Pip a filha que um dia teve, o forçado não estava acostumado com a caridade alheia. Abandonado muito cedo, a ponto de desconhecer o próprio nome, viveu uma vida de recorrentes prisões, e pode-se mesmo dizer que cresceu dentro delas. Com esse histórico, ficou com fama de incorrigível. Era visitado por religiosos, mas estes lhe davam livros que ele, como analfabeto, não podia ler, e ainda concentravam os seus sermões no demônio, sem parecer se importar com as necessidades imediatas do forçado que, afinal, tinha fome. O amedrontado Pip foi o primeiro a fazer algo efetivo pela vida Magwitch: deu-lhe de comer.

Como o gesto de Pip não nasceu do amor, mas do medo, ele teve dificuldade em aceitar que a origem das suas esperanças procedia daquele forçado. O curioso é que, com o tempo, também em Pip se opera uma transformação com origem na gratidão. Magwitch, afinal, trabalhou duro para fazer dele um cavalheiro e arriscou a própria vida para revê-lo. E Pip não apenas passou a ver o forçado com outros olhos como, através dele, começou a compensar as faltas cometidas contra as pessoas que queria bem – sobretudo o honesto ferreiro Joe, em cuja casa cresceu.

Embora atormentado pelo sentimento de ingratidão desde o momento em que deixou a sua casa com destino a Londres, Pip só encontrou força suficiente para resolver o conflito quando também ele se sentiu não merecedor de um gesto de bondade. Assim, quando Joe, “homem excelente”, “verdadeiro cristão”, o mesmo Joe que ele praticamente esquecera, veio cuidar dele quando estava enfermo e frustrado em suas esperanças, Pip sentiu toda a vergonha da sua ingratidão. E, como não se passa impune por esse sentimento, buscou emendar a sua vida.

É interessante que, já depois de tomar disposições nesse sentido, Pip sofra acusações injustas de ingratidão por parte de seu parente Pumblechook. Embora aturdido pelo seu cinismo, Pip não defende a sua imagem diante daqueles que presenciavam a cena. Sofre a injustiça, como também sofreu Magwitch em seu julgamento, parecendo deixar a sentença para “Aquele que tudo sabe e não pode se enganar” – este, talvez faça o bem que, afinal, não merecemos.

site: http://deusnaliteratura.wordpress.com
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Felipe 08/09/2014

Grandes esperanças
é um livro maravilhoso de se ler, o leitor cria logo de cara uma ligação com seu narrador e protagonista Pip, menino orfão, criado por uma irmã bem mais velha e seu melhor amigo Joe, vivendo na maior pobreza, até que um dia é afortunado com grandes esperanças. Talvez o maior defeito da obra seja uma linguagem que tem o apelo da ingenuidade de uma criança. Porém como dito, o leitor já é conquistado para o ponto de vista de quem conta essa história cheia de tristeza, horrores e medo, mas principalmente de culpa. O romance, de certa forma, parece ser investigação de uma decisão diante dos fatos da vida. Pip tem de responder o tempo inteiro por seus atos, deve-se viver dentro de um mundo que lhe cobra ações e, as vezes, comportamentos que não tem, mas com que é obrigado a lidar. Outro ponto negativo são os personagens adultos são constantemente infantilizados, mas voce com certeza se sentirá bem ao termino do livro que traz essa energia, essa promessa de grandes esperanças
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Iully.Caroline 03/01/2016

Não é a toa que é um Clássico
Uma das historias mais incríveis que já tive o prazer de ler. Creio que todos devem dar uma chance ao livro, por mais antigo que ele seja, a história é atual e envolvente. Leiam.
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Carla 09/03/2016

Surpreendente
De uma leitura fácil e prazerosa. O livro tem personagens sólidos, verdadeiros. Não vemos heróis ou vilões, mas seres humanos, nas suas virtudes e seus defeitos, cometendo erros e corrigindo-os, sendo felizes e miseráveis na mesma proporção. Leitura mais que recomendada!
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Miguel B. 25/12/2012

A maneira que crua, realista e imparcial que Dickens descreve a realidade da Londres do século XIX é simplesmente perfeita!
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Erika 04/07/2016

Maravilhoso
A primeira vez que Grandes Esperanças apareceu em minha vida foi ao ler a saga As Bruxas Mayfair, de Anne Rice... o protagonista Michael Curry sentia tanto carinho pela história que chegou a batizar sua empresa com o nome do romance.
Nunca li nada de Dickens e fiquei muito curiosa.. Confiei na indicação do personagem, e fui muito feliz!
Grandes Esperanças é um romance de formação, onde Pip, um garoto órfão, criado “à mão” pela irmã, narra toda sua trajetória até a idade adulta. Da infância à vida adulta, valores, escolhas, arrependimentos são jogados para reflexões.. Muitas coisas acontecem na vida do garoto, e durante a leitura tive todos os tipos de sentimentos em relação a Pip... pena quando ele era maltratado pela irmã, carinho pela sua afeição a Joe, muita raiva quando ele assumia para si mesmo que sentia vergonha da simplicidade do mesmo... em resumo, o que me marcou bastante foi a forma como o protagonista atinge seu auge, desaba, e só assim atinge a sua redenção.
Além de Pip, outros personagens incríveis fazem parte da história: Miss Havishan, uma senhora excêntrica que aparenta ter parado no tempo, e quem o garoto passa muito tempo acreditando ser sua protetora; o sisudo escriturário Wemmick, se mostrando totalmente diferente em sua casa, amoroso junto ao seu pai; e Joe, marido da irmã de Pip... ahh esse me fez chorar por várias passagens. Ficará para sempre entre os meus personagens inesquecíveis, pelo seu amor, pela sua amizade, pela sua simplicidade...
Ao fim da leitura não bateu aquele sentimento de “por quê não li este livro antes?”... não, não... em outras épocas talvez não fosse compreender a profundidade dessa obra.
Muito feliz por ter conhecido Dickens.
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Radija Praia 13/07/2016

Marcante

Sabe aquele livro que depois que você termina fica a sensação de que sua narrativa te acompanhará pelo resto da vida? Então, "Grandes Esperanças" é um exemplo desse modelo de livro.

Escrito na última década da vida de Dickens, “Grandes Esperanças” (1861) foi amplamente elogiado e universalmente admirado. Até hoje, tanto tempo depois ainda arrebata leitores em todo mundo. E não podia ser diferente, esse livro é uma obra-prima, gente. Sua profundidade e amplitude são surpreendentes.

A narrativa nos apresenta uma historia de aspiração, redenção moral e o efeito da riqueza. Pip, nosso personagem principal, é um jovem órfão, criado por sua dura irmã e seu marido gentil e ferreiro local, Joe Gadgery, que não tem expectativas além de uma aprendizagem profissional na forja.

Crescido em ambiente humilde, Pip cai em contato com a senhorita Havisham, uma solteirona rica que passa a vida se escondendo do mundo, depois do colapso de seu noivado. A senhorita Havisham, cria uma relação entre sua filha adotiva, Estella, com Pip, mas ao perceber um florescer de sentimento da parte de Pip, ela cruelmente corta a relação dos dois e tudo isso se deve a sua frustração amorosa passada.

Apesar de sua condição, Pip sonha em se tornar um cavalheiro. E, de fato, parece que esse sonho está destinado a acontecer, pois um dia, em circunstâncias súbitas e enigmáticas, Pip encontra-se na posse de "grandes esperanças". O advogado indomável, Jaggers, informa Pip, que um benfeitor anônimo forneceu para ele uma quantia para sua formação e avanço na vida.

Pip parte para Londres em busca de se tornar um cavalheiro. Com suas expectativas recém-adquiridas, ele é arrastado para o mundo de riqueza e luxo, e desconsidera tudo de sua vida anterior, principalmente, seu gentil amigo Joe.

Gente, quando eu comecei a ler esse livro eu tinha vagamente uma ideia do que se passaria porque há um tempo eu assisti ao filme, mas a verdade é que mesmo já tendo visto a película, minha experiência de leitura foi extremamente marcante.

Através de uma trama incrivelmente complexa, cheia de relatos e incidentes separados que parecem totalmente alheios um ao outro, mas são todos atrelados e amarrados em linha reta em direção a seu desenlace, Dickens me conquistou. Com personagens totalmente humanos que abrigam emoções muito reais e muito complexas - emoções humanas -, Dickens me ganhou. E tudo isso até o último parágrafo.

Eu me identifiquei e acredito que cada leitor deva se identificar com Pip e sua travessia de vida, porque também compartilhamos dos sentimentos apresentados nessa narrativa. É claro que a história de Pip pode ser diferente da minha e da sua, mas a maravilha aqui é ela ser essencialmente humana, como a minha e a sua é. Para todas as suas emoções e sentimentos complexos e paradoxais, Pip e todos os personagens de “Grandes Esperanças” são figuras reconhecidamente humanas, e esse é um dos motivos que me fez amar desmedidamente cada pedacinho dessa história, que diz muito sobre o que é humano em todos nós.

Um dia desses escrevi que há vezes que você escolhe qual ferro de boi vai te marcar, e diante disso vêm os julgamentos e pesares, seja por meio da nossa consciência ou dos outros. E isso se aplica bem a esse livro. As marcas das nossas escolhas vão seguir sempre com a gente, nada muda isso, mas se erguer acima delas, compreender o que ela simboliza e no que ela nos limita é bem melhor do nos recolher a sepultura.

Finalizo dizendo que recomendo esse livro a todos! É um livro que me causou grandes emoções. Chorei, sofri, sorri, gritei, chorei novamente, sorri novamente... E vocês sabem que é mania de leitor recomendar pra todo mundo um livro amado. Por isso, se você ainda não fez essa leitura, faça! Por favor! É lindo demais! Você não vai se arrepender! Leia! Será como um passeio no sol, eu lhe garanto. É uma narrativa que vai ficar do seu lado para sempre.

@rhadijapraia

site: https://www.instagram.com/p/BHxo8BYAmRc/?taken-by=rhadijapraia
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Thamiris 28/08/2016

Grandes Esperanças
Gostei bastante, tirando um momento ou outro em que o ritmo diminui um pouco e temos o personagem principal analisando em seus sofrimentos. Mas as reviravoltas e o resultado desses sentimentos fazem o livro valer muito a pena.

Como diz a sinopse, Pip foi criado pela irmã e o cunhado. Sua irmã o criou “a mão” como dizem as pessoas que o menino conhece, e dá o mesmo tratamento ao seu marido Joe. Todos elogiam a “educação” dada por ela e o esforço dedicado de criar um irmão pequeno, mas ela na verdade é uma mulher muito bruta e rude. E que pode ter acessos grandes de fúria. Joe sempre tenta aliviar um pouco a vida de Pip e no começo os dois despertam muita pena.

É o próprio Pip que nos conta a história e o começo é bem divertido/trágico com ele contando essa dura infância. Acompanhamos um olhar bem infantil e muitas dúvidas. Ele vive também uma aventura e se vê forçado a roubar comida para um criminoso escondido perto de sua casa. Ele morre de medo de sofrer uma grande represália por isso. Um dia um tio de Joe, um cara de posição melhor e extremamente interesseiro, o chama para brincar na casa de Miss Havisham. Uma senhora que ele nunca viu, então não sabe o que esperar. E nem o leitor, quando nos deparamos com uma senhora vestida com um vestido de noiva antigo que vive enclausurada, numa casa bem escura em que os relógios estão todos parados. Nada é explicado a Pip, então acompanhamos todas as suas percepções e deduzimos que algo trágico deve ter acontecido a ela antes de se casar (seu passado só é revelado depois).

Lá ele também conhece Estella, a filha adotiva de Miss Havisham. E é ela que muda toda a visão de Pip sobre as coisas, ao ser desprezado pela menina ele começa a se sentir inferior e assim também a achar inferior sua casa e suas pretensões. E sentir também muita infelicidade já que nunca terá a menina ao seu alcance. Miss Havisham parece gostar que a menina seja tao esnobe e bela e até se divertir com as reações do menino que volta lá algumas vezes. Até que é dispensado na idade de virar aprendiz de Joe. Ele chega a virar aprendiz mas aparece um advogado a mando de um benfeitor misterioso e ele vê sua chance de se tornar cavalheiro. Ele não pode de forma alguma perguntar quem é ou tentar descobrir quem está bancando sua vida, é a regra. E ele fica achando que é Miss Havisham a benfeitora e começa a te esperanças com Estella.

Esse livro traz uma grande crítica social a sociedade inglesa vitoriana, todos os personagens, ou quase todos, acreditam que a posição social faz com que as pessoas sejam melhores do que as outras. Senti muita raiva ao ver Pip desprezar seu melhor amigo Joe depois de conseguir melhorar seu status. Ele não desgosta de Joe mas também não quer ficar por perto. E o próprio e incrível Joe acredita nisso, tão bom nem guarda rancor de Pip e o trata por Senhor. Ele é muito humilde, mas uma humildade cega também. Outros personagens também vão evidenciar isso.

É claro que com a mudança de vida Pip acha que tem esperanças com Estella, mas ela se tornou uma conquistadora e tem muitos admiradores, mas parece que só quer atormentar esses jovens. Inclusive o próprio Pip. Fica evidente que tem a ver com a criação dada por Miss Havisham, com algum objetivo ruim nisso. Os confrontos entre esses personagens quando certas verdade vem a tona são as partes que mais gostei do livro. Então não posso dar detalhes. Mas Pip aprende a ser um cavalheiro, esbanja dinheiro, faz um novo amigo que o ajudará nessa vida nova e não para de pensar em Estella. Até que há uma grande reviravolta na história que muda tudo completamente e movimenta a trama. E isso vale o livro inteiro.

Não há personagens em vão nesse livro e o autor consegue encaixar tudo brilhantemente na trama. Muitos estão a procura de fortuna e conforto, há muitos interesseiros e alguns golpistas no livro. Sherlock poderia tranquilamente investigar alguns desses. A maioria das pessoas com status não quer se misturar ou ter relação além da socialmente determinada com quem é de uma classe mais baixa. É o considerado “normal”, embora vá pesar na consciência de Pip. Ainda mais quando ele conhece exemplos de pessoas boas de fato. É engraçado que acompanhamos a mente de Pip e muitas vezes ele se arrepende mas não o suficiente para mudar de atitude e comete vários erros. É um personagem que cresce e passa por muitos problemas e dilemas morais até o final do livro e isso o torna muito real. A questão se Pip vai ou não alcançar seu interesse amoroso acaba ficando em segundo plano no interesse do leitor.


site: https://euliouvouler.wordpress.com
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Dani 02/09/2016

Grandes esperanças foi escrito por Charles Dickens em 1861 inspirada na experiência amorosa do autor com a atriz Ellen Ternan e na sua certeza da imutabilidade da hierarquia social refletida no destino de Pip, protagonista da obra.

O menino Pip foi criado pela irmã e pelo cunhado em uma vila com o destino de ser ferreiro como o cunhado e grande amigo, Joe. Mas acontecem fatos que vão alterar completamente o seu destino. Primeiro há um encontro com o condenado fugitivo que o obriga a roubar comida de casa para o alimentar.


Depois Pip é convidado por uma velha e louca senhora rica para brincar na casa dela com sua filha adotiva, Estella. E ele fica perdidamente fascinado pela beleza da menina O encontro com Estella e o orgulho dela fazem com que Pip se envergonhe de si mesmo e da situação em que vive. Na certeza de que a Estella o desprezaria se o visse em sua humilde casa ou trabalhando como ferreiro.


Esse dia foi memorável para mim, pois causou grandes mudanças no meu destino. Mas é assim com todo mundo. Subtraia um determinado dia de sua vida e veja que, sem ele, sua vida teria tomado um rumo diferente. Faça uma pausa por um instante, leitor, e pense na comprida corrente de ferro ou de ouro, de espinhos ou flores, que jamais se lhe estaria ligada, se um certo dia memorável não tivesse formado o primeiro elo dessa corrente.


Pip não é mais feliz e sonha em ter conhecimento e riquezas, tudo o que ele pensa é não ser mais o menino pobre e rude que Estella esnoba.
Como uma mágica Pip recebe o aviso de que um benfeitor anônimo quer que ele seja um cavalheiro e vai bancar todas as despesas. Ele se muda para a cidade e se transforma, ele volta a ver Estella, e está cada vez interessado nela mas não é feliz com ela. Estella parece uma lembrança de que nada nunca será bom o suficiente para ele.

Todo livro é repleto de coincidências, grandes coincidências como Pip fica rico de repente, na cidade Pip faz um amigo, Herbert, que é, na verdade, um garoto com quem ele lutou uma vez na infância. Pip descobre grandes segredos envolvendo o seu benfeitor, a velha senhora rica e o passado de Estella.


Durante todo o tempo em que Pip tem grandes esperanças, ele não é feliz. Ele está sempre esperando no futuro o dia que vai conquistar tudo o que ele sempre quis e vendo essas esperanças se perderem. Um dia Pip vai descobrir que na verdade ele sempre teve o que era necessário para ser feliz, mas ele estava ocupado sonhando com as grandes esperanças e com Estella.

Charles Dickens escreve um livro completo com momentos de humor, muitos momentos de reflexão e final emocionante.

site: http://www.historiaspossiveis.com/
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Vanessa.Issa 29/09/2016

Escolhi esse livro para representar o item "Um livro lançado pelo menos 100 anos antes de você nascer" no Desafio Literário do PopSugar.

Esse é um dos clássicos mais lidos mundialmente. Em alguns países, é leitura obrigatória na escola, ajudando os jovens a aprenderem valores e aprimorarem suas habilidades de interpretação. No Brasil, infelizmente, não costuma ser um livro exigido. Geralmente quem lê é porque realmente se interessou, ou já ouviu falar no autor e correu atrás.

Eu, particularmente, já tinha ouvido falar nele há muito tempo, mas demorei para tomar coragem para ler. Quando penso num livro tão antigo, confesso que me bate uma preguiça enorme, já imaginando uma linguagem de difícil compreensão e muita enrolação. No entanto, notei que essas personagens foram diversas vezes citadas em outras obras que me agradam, até mesmo em músicas, séries de TV e no cinema. Por conta disso, tive muita curiosidade de conhecer a história.

"Grandes Esperanças" é a história de Pip, um órfão pobre que vive no campo. Ele mora com a irmã e o marido dela, Joe, que é ferreiro e seu melhor amigo. No começo, podemos notar as dificuldades da família, que leva uma vida bem humilde, com muitos conflitos entre eles. Um dia, a Sra. Havisham - uma mulher rica - convida o garoto para brincar em sua casa. Lá ele conhece um mundo todo novo, embora se sinta sempre inferior e humilhado pela senhora e por sua filha adotiva, Estella.

O que era para ser apenas uma visita, aos poucos se torna rotina, até que ele se torna aprendiz na ferraria de Joe. Pip começa a trabalhar duro, mas não consegue evitar os pensamento de que sua vida poderia ser melhor se fosse diferente, se ele tivesse mais dinheiro e educação. Ele começa a ter várias expectativas, sobre tudo que poderia estar conquistando em sua vida.

Um pouco depois, ele recebe uma grande herança, garantindo-lhe uma propriedade e estudo. Ele deixa a casa da irmã e passa a se sustentar com suas próprias pernas, morando no estrangeiro e podendo finalmente ter a chance de desfrutar de melhores oportunidades.

Espera-se que tudo seja melhor a partir desse momento, mas não é bem assim que acontece. Aos poucos, ele descobre que tudo tem seu preço. Ter pouco dinheiro é difícil, mas ter muito também lhe traz outros problemas.

A lição que o livro deixa é que as expectativas podem nos cegar em alguns momentos. Perde-se tanto tempo idealizando uma situação, e às vezes quando ela de fato acontece não conseguimos a identificar diante de nossos olhos, pois estamos focados em coisas que nunca vão acontecer. O livro retrata a importância de ter sonhos, de nunca desistir de algo apenas por estar em uma posição inferior; mas também mostra que é preciso ter sabedoria para crescer, sem perder a sua essência.

Em termos de linguagem, achei bem mais fácil do que eu esperava. Gostei bastante da leitura, e me surpreendi com o quão atual essas personagens ainda são. Se eu não soubesse a data do lançamento, não diria que é um livro tão velho.
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Mariana 21/03/2013

De tirar o fôlego....maravilhoso!
Escolhi esta obra como minha próxima leitura ao consultar uma lista dos melhores livros de todos os tempos, eleita por escritores no mundo todo.
Sempre quis ler Dickens, e quando vi "Grandes Esperanças" nesta lista, decidi que seria a hora.

Vi várias pessoas dizendo que ė incomparável, que mudaria sua vida...
E realmente mudou.

Tudo que busco em um livro, personagens interessantíssimos e bem aprofundados, uma história maravilhosa e surpreendente em DIVERSOS momentos, narração de tirar o fôlego.... Nossa, realmente é incomparável!

Para não fazer spoilers e resumir o que quero expressar sobre este livro, vou contar brevemente algo que me ocorreu.
Sempre que leio um livro, ao terminar, conto a história para meu esposo, faço uma breve narração.
Desta vez ele ficou muito interessado, via meu espanto, os olhos arregalados, as paradas para ler e tomar fôlego, e aguardava o término com curiosidade.
Quando o finalizei, nos sentamos e eu contei toda a historia.....E ele se emocionou!!! Imagine se tivesse lido!

Conto isso somente para saberem o quanto o roteiro é maravilhoso.

Totalmente indicado, entra naquelas listas "Para Ler Antes de Morrer."
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Aninha 02/03/2013

Adorável Pip!
"eu era muito covarde para fazer o que julgava correto, e fora muito covarde em não deixar de fazer o que julgava errado." (página 58)

Há alguns meses assisti na HBO a minissérie "Grandes Esperanças" e me apaixonei pela história de Pip, o pequeno órfão, criado pela irmã mais velha e seu marido Joe.

Recentemente, vasculhando minha biblioteca, achei o exemplar editado pela Abril e comecei a devorar no mesmo dia.

A narrativa é feita por um Pip maduro, que recorda sua infância pobre num vilarejo, ao lado da irmã, chata e rabugenta, e do cunhado, um ferreiro bom e ingênuo.

Sua vida muda quando ele passa a frequentar a casa da senhorita Havisham, uma mulher maluca e rica, que foi abandonada pelo noivo no dia do casamento e, desde então, nunca mais tirou o vestido de noiva. Seu papel é não apenas de fazer companhia a esta mulher, mas de brincar e servir aos caprichos maldosos de Estela, a filha adotiva.

"Tão forte foi o desprezo de Estela por mim, que tornou-se contagioso, e eu o peguei." (pág. 84)

Pip sempre teve um bom coração, inclusive quando foi ameaçado por em prisioneiro fugitivo e, mesmo assim, ainda o alimentou, pois percebeu que passava fome.

Muita coisa muda na vida do garoto, que um dia é presenteado com uma fortuna por um benfeitor - que desconhece quem seja - e passa a viver em Londres, como um cavaleiro. Agora, ele pode ter esperanças em ser alguém e conquistar a instável Estela.

Não vou contar mais pra não estragar as surpresas da obra, que não são poucas. Só lamento que a série tenha cortado trechos e personagens tão importantes, como a querida e amável Biddy, a moça que vai cuidar da irmã de Pip, quando esta adoece, e se apaixona por ele.

De qualquer forma, se puder assistir ao filme, depois da leitura do livro, vai se surpreender com a atuação da excelente Gillian Anderson como a senhorita Havisham.

http://cantinhodaleitura-paulinha.blogspot.com.br/2013/01/grandes-esperancas.html
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Júnior 10/01/2013

Magnífico!!!
Uma magnífica história que de tão bem conduzida justifica o título de grande clássico da literatura mundial. Uma leitura leve e saborosa, ainda que muito profunda, em toda sua constituição.

Grandes Esperanças conta a história do pobre e solitário Pip, criado pela irmã mais velha que o repudia e o marido. O jovem começa a alimentar ambições em se tornar um cavalheiro quando, ao frequentar a casa de uma rica milionária, conhece a bela Estella. Suas vontades são satisfeitas quando recebe uma herança misteriosa causando uma grande reviravolta em sua vida e em sua essência.

Narrado em primeira pessoa, o livro primeiro nos faz apiedarmos do jovem protagonista para depois repudiar cada atitude que o mesmo toma para que se torne um cavalheiro. No entanto, talvez o ponto crucial da magia desse romance seja que por vezes não nos sentimos seguro de que não nos identificamos com a mudança de caráter de Pip. O fato de Dickens deixar sempre acesa uma chama de simplicidade e inocência naquele rapaz mantem um laço de identificação com o leitor.

Toda essa áurea é mantida graças à personagem mais enigmática do livro, a bela Estella. Amor platônico de Pip, ela é sem dúvida a base de toda essência do protagonista. É a razão de tudo, o norte da história. Sua presença é tão marcante que chega nos afligir quando a mesma some por diversas páginas. Nos vemos clamando por sua presença. Em determinado momento Pip desabafa:

“De acordo com minha experiência, o conceito convencional de apaixonado não pode ser sempre verdadeiro. A verdade pura e simples é que, ao amar Estella com um amor viril, eu a amava simplesmente por achá-la irresistível. De uma vez por todas; eu tinha a dolorosa consciência, muitas vezes, ainda que nem sempre, de que eu a amava apesar da razão, apesar das probabilidades, apesar da minha paz, apesar das minhas esperanças, apesar da minha felicidade, apesar de tudo aquilo que me desanimava. De uma vez por todas; eu não a amava menos por saber o que sabia, e o que sabia não tinha o menor efeito no sentido de me desestimular; era tal como se eu estivesse absolutamente convicto de que ela era a própria encarnação da perfeição humana.” (pg 327)

Talvez não haja descrição tão realista quanto essa da atração física. E ao fim, perante a grande redenção moral que é a obra de Dickens, mais do que um clímax, uma das emoções maiores talvez seja a constatação de que é Estella a voz da sinceridade, razão e honestidade. É algo que somente quem ler poderá entender esse ponto de vista.

Por fim, cabe aqui ressaltar a ótima edição do livro. Com tradução de Paulo Henriques Britto e notas de Charlotte Mitchell que ajudam a inserção do leitor na Londres do século XIX recriada por Dickens.
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