O Mestre e Margarida

O Mestre e Margarida Mikhail Bulgakov




Resenhas - O Mestre e Margarida


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Jeni 11/05/2021

" mestre e margarida."
O romance ? um tanto quanto perturbador e, sem dúvida, marcante ? se desenvolve em três núcleos: o do ?Mestre?, um escritor mal-sucedido, e de sua amante Margarida, núcleo esse um tanto quanto autobiográfico; o núcleo d? Ivan Bezdomni (cujo nome poderia ser traduzido como ?João Sem-teto?), que, depois de um encontro com o capeta, vai parar no hospício, núcleo que se mistura com um ponto de vista na Jerusalém antiga, contemplando o encontro de Pôncio Pilatos com ?Ieshua?, um suposto Jesus histórico; e, por fim, o núcleo do capeta em si. Dos capetas: as figuras diabólicas do romance formam uma trindade maligna: Azazello, o capanga, o gato Behemot, e Woland, uma espécie de gentleman cético que lembra o Mefistófeles de ?Fausto? (Goethe). Eles aprontam uma confusão ? com o perdão do trocadilho ? dos diabos em Moscou, e a ironia a vários aspectos da vida soviética, contida nesse núcleo, foi, possivelmente, o principal fator a impedir sua publicação.

Este livro reúne alguns dos primeiros trabalhos de Bulgakov. Os contos, publicados inicialmente numa revista de medicina, inspiram-se em vivências do próprio Bulgakov, dos tempos em que exerceu a medicina num recanto rural da Rússia.
O humor já transparece nos relatos tragicômicos do jovem narrador, um médico recém-formado, enviado para assumir um posto como clínico geral em um hospital isolado da civilização, e atender os mujiques das aldeias do entorno. O hospital é até que bem provido materialmente, mas o pobre rapaz se vê desesperado ao ter que liderar a equipe de um enfermeiro/dentista e duas parteiras-obstetras, acostumados com a liderança de um médico velho e experiente, e, com eles, enfrentar tudo o que aparecesse pela frente.

Seus dias alternam entre exaustão, isolamento (quando a neve fecha os caminhos de trenó para o hospital) e desespero, toda vez que aparece algum caso mais complicado. Os contos não têm uma ligação cronológica rígida; retratam os episódios mais notáveis da estadia do jovem doutor no hospital de Murievo. Acompanhamos uma traqueotomia, uma amputação, uma versão de um feto em posição transversa, tudo descrito em detalhes pelo autor, para revolta dos estômagos fracos. O fluxo de pensamento do rapaz, porém, ameniza o impacto das descrições técnicas. Qualquer pessoa que tenha começado a exercer um trabalho que implique em responsabilidades mais sérias pode se solidarizar com a ansiedade dele.
Outro elemento retratado enfaticamente nos contos, e que contribui para sua comicidade, é o jeito do povo do campo russo. Talvez se possa fazer uma crítica no modo como o autor divide claramente o ?nós? (pessoal do hospital) do ?eles? (os caipiras), ressaltando a ignorância e as crendices, que acabam atrapalhando o trabalho dos profissionais formados. Porém, essa perspectiva levemente desdenhosa ou paternalista é equilibrada por um sincero amor pelos pacientes, que transparece no modo como o doutor luta com todas as forças para ajudá-los tanto a se curar das doenças, como a escapar da ?praga das trevas? da ignorância.
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Ebenézer 09/05/2021

Valeu a releitura.
Sou sim do tipo que relê livros...
Não me incomoda refazer o percurso com o autor.
Na verdade, retorno aqui para fazer uma autocrítica: quem sou eu para julgar precipitadamente, numa leitura ansiosa de poucos dias, uma obra que consumiu mais de uma década de longa maturação do autor, e cuja publicação demorou outro tanto para se realizar?
Assim foi comigo: aligeirado, detestei a minha primeira leitura dO Mestre e Margarida. Há pouco tempo concluí sua leitura e anotei naquele momento a minha frustração do que considerei pouco produtiva, porque o livro não despertara, ou melhor, não satisfizera minha expectativa, sobretudo, por estar diante de uma literatura russa da qual imaginava extrair grande prazer, o que não ocorreu naquela malfadada empreitada literária. Foi frustrante, lá então.
Todavia, sensato, ciente das minhas limitações, me prometi fazer a releitura dO Mestre e Margarida, devagar e sem divagar.
E assim cumpri minha promessa lendo outra vez O Mestre e Margarida de Mikhail Bulgákov e, qual não foi minha grande surpresa, como costumo dizer: me encontrei e me reconciliei com obra e autor.
Me entreguei, portanto, sem hesitações neste reencontro, aos devaneios e surrealidades jamais imagináveis ou explicáveis de Bulgákov protagonizadas por Satanás e seu séquito em Moscou. Assim como indecifráveis e inconcebíveis são as vivências em um Estado Totalitário (posso só imaginar!) em cujo território não somente se pretendeu, mas se implantou um conjunto de políticas restritivas e privativas das liberdades individuais em amplo sentido, sem mesmo esquecer da liberdade religiosa.
A existência de um Estado Totalitário não apenas cerceia as liberdades individuais, mas é sobretudo o atroz gesto covarde como o pior entre todas as fraquezas humanas.
"É escusado dizer" que a Literatura não queima fácil na lareira, muito ao contrário, ela detém a chave que modula os cativeiros impostos aos homens e concede à humanidade o direito à liberdade plena e permanente, como bem expressou a personagem Woland em resposta ao mestre que os "manuscritos não ardem."
Digo tudo isso, para assim me desfazer da minha percepção inicial, e injustificável, com relação ao livro O Mestre e Margarida para desta vez enaltecer o autor russo Mikhail Bulkákov por sua obra, além do senso de humor e fina sensualidade, apesar da opressão stalinista.
Foi, portanto, desta vez, muito gratificante conviver com as peripécias, fantasias, truques, hipnoses, prestidigitações ou "o raio que o parta" de Woland, Azazello, Korôviev, Behemoth, O Mestre, Margarida, entre outros, sem esquecer Pôncio Pilatos, Judas, Mateus Levi, e outros igualmente importantes que criaram uma aura diferenciada para uma releitura do Cristo (Ha-Notzri) em seus derradeiros momentos cruciais que deixaram marcas indeléveis.
Desfeita, pois, minha antipatia inicial injusta com O Mestre e Margarida, da qual me penitencio, vivamente o recomendo.
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soutatyrs 06/05/2021

O mestre e Margarida
?Os manuscritos não se consomem pelo fogo?
Conhecer a história do escritor Bulgakov se faz tão importante quanto a história de ?O Mestre e Margarida?. Pois o livro traz muitos aspectos da vida do autor.

Bulgakov nasceu na Ucrânia, em 1891, primogênito de um teólogo, o pai tocava violino, a mãe, piano, talvez por isso vemos alguns nomes de compositores famosos em seu livro, trocou a medicina pela literatura, trabalhou no Teatro de Arte de Moscou, mas muitas de suas peças foram censuradas, viveu sob o regime Stalinista. A partir de 1926, não conseguiu publicar nenhuma das suas obras de ficção, levou 12 anos para escrever ?O mestre e Margarida?, morreu em 1940 sem publica-lo, pois seu editor alegou que toda metáfora seria uma arma contra o ditador e, portanto, não poderia chegar ao papel. .

Bulgakov era perseguido porque não se assumia como comunista. Foi casado 3 vezes, sua terceira mulher Ielena seria o protótipo da heroína Margarida, Ielena tinha dois filhos e era casada com o tenente Chilóvski. Além de inspirar a personagem, Ielena foi companheira de Bulkavov até sua morte e zelosa guardiã do manuscrito do romance que só foi publicado integralmente depois da glasnost de Mikhail Gorbachev.

Vamos ao livro: na Moscou dos anos 1930, o livro narra as peripécias de satã que vem acompanhado de seu séquito, composto por um gato falante e fanfarrão, um intérprete trapaceiro, uma bela bruxa e um capanga assustador. Seu caminho se cruzará com o dos amantes Mestre e Margarida - ele um escritor mal compreendido, autor de um romance sobre Pôncio Pilatos, ela uma das personagens mais fortes da literatura russa, que, qual Orfeu, fará de tudo para reencontrar seu amado desaparecido.

O livro de 400 páginas começa meio confuso, mas lá pelas tantas tudo faz sentido, eu ri muito em alguns momentos e chego a dizer que há cenas até macabras, mas quando se entende o pano de fundo, pode-se abrir interpretações de como o diabo representando Stalin, o Mestre como o próprio Bulgakov impedido de escrever e queimando seus manuscritos? Um clássico digno de ser lido!!!
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Ebenézer 21/04/2021

Clássico para reler
Acabei de ler O Mestre e Margarida e penso estar apto "agora" para iniciar nova leitura...do mesmo livro.
Explico: fiz uma leitura pouco produtiva, certamente por inabilidade minha para perceber a sátira de Mikhail Bulkákov ao regime totalitário stalinista.
Diferentemente da aclamação da obra pela crítica, temo ter sofrido na leitura de decepção similar à do personagem-poeta Ivan Nikoláievitch Ponyriov (Bezdômny), o qual, na produção de seu poema, contrariou as expectativas do editor da revista de arte Massolit. Confesso que nO Mestre e Margarida senti bem menos do que a obra certamente oferece. E me diverti pouco: a sátira comunica bem quando entendidas as nuances que pretende ridicularizar, sejam costumes, figuras públicas ou instituições.
A síntese do livro me atraiu pelas referências aos estratagemas do capeta e as peripécias de seu séquito que colocariam Moscou em polvorosa. Não me resguardei, contudo, da necessidade de entender melhor o background que dá sustentação ao texto crítico de Bulgákov.
Achei os capítulos iniciais interessantes, provocativos, instigantes, e até antevi que não seria apenas mais um livro de um autor russo consagrado.
Porém, à medida que avançava a minha leitura foi se tornando insípida, sem ânimo, sem vibração...e me dispersava o intelecto naquele emaranhado de surrealidades na trama do romance. Episódios havia em que a leitura me surpreendia mas, subitamente, tudo virava pó. De todo modo tive sempre a expectativa de momentos melhores que, para mim, não chegavam.
Assim, O Mestre e Margarida, na minha opinião, é para ser melhor apreciada com conhecimento prévio do contexto histórico em que a obra foi pensada e produzida.
É uma sátira do autor ao regime totalitário stalinista que se notabilizou, entre tantas horrores, pelo cerceamento da liberdade de expressão, perseguição aos opositores do regime, perseguição contra a religião e aos religiosos, além, da proibição da magia.
Diante da forte interdição estatal, Mikhail Bulgákov compõe um romance que satiriza o regime opressor tendo como protagonistas as entidades místicas mais proeminentes da religião, ou da falta dela: a crucificação do Nazareno (Ha-Notzri) e, sobretudo, Satã e seu séquito em farta evidência.
Portanto, convém a mim reler O Mestre e Margarida, para "curtir" melhor o enredo com as peripécias de Satã na cidade de Moscou, pela sátira mordaz de Bulgákov.
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Gabriel.Brito 02/04/2021

Um filme da sessão da tarde
Inicialmente me interessei por esse romance ao descobrir que continha críticas à URSS e me surpreendi positivamente ao ver que ia muito além.

O livro é sensacional, há anos não ria tanto em uma leitura. Uma conjunção de sátira, fantasia, história de amor e comédia de costumes, é divertidíssimo acompanhar Satã e seu séquito por Moscou, infernizando literatos e expondo as contradições e hipocrisias dos moscovitas enquanto o autor alfineta o regime stalinista.

Após Behemot, o gato falante enorme como um porco castrado, Margarida é minha personagem favorita, que me encantou com sua resiliência e força de vontade de reaver seu amado, seguida por Woland e Bezdômny.

No fim queria ter lido o romance escrito pelo próprio Mestre e entendido melhor o emblemático e conspirador Pôncio Pilatos.
Juliana918 24/06/2021minha estante
Adorei perfeito 4 estrelas? Kkk




Lailma 28/03/2021

Achei o livro extremamente confuso quando comecei a ler, a linguagem e os nomes em russo são mais difíceis de gravar. Mas a confusão não acaba simplesmente porque a história é sobre o caos que a passagem de Satan e seu séquito causa na vida dos personagens. O livro n se arrasta mto e qse sempre tem um acontecimento meio maluco q a gente fica desnorteado. Ao todo eu gostei muito, demorei um tempo a mais pra ler pq precisei reler mta coisa no início. Depois q vc começa a encaixar os personagens a história flui e segue surpreendendo a cada capítulo.
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Zefa 26/03/2021

A história do Satanás
Eu cheguei a esse livro por indicação. Antes de ler, li resenhas que falavam basicamente a mesma coisa "a história da chegada de Satanás na Moscou comunista da década de 30(?).

Porém, sem ler a resenha, sem conhecer o mínimo da história do autor e da história da Rússia não é simples perceber esse contexto.

Tiveram um ou dois capítulos que foram empolgantes pra mim, nos demais ou eu estava esperando ficar muito bom de novo ou eu estava querendo que acabasse.

Não sei dizer se me faltou arcabouço teórico para entender os símbolos presentes no livro (como li nas resenhas) ou se simplesmente não curti a leitura.

É um livro que talvez seja mais legal numa próxima leitura (ou não).
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Heley 13/03/2021

Maravilhoso e difícil
Acredito que comecei na literatura russa pelo livro errado. O Mestre e Margarida é um livro maravilhoso, porém senti dificuldade por ser meu primeiro na leitura russa. A história é engraçada e confusa ao mesmo tempo. Nas primeira páginas não entendia nada, porém com tempo vai pegando o ritmo. As histórias de Santá e sua trupe, o mestre e a Margarida se interligam ao longo das páginas. Futuramente merece uma segunda leitura. O gato é o melhor personagem ?
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Paula.Moreira 07/03/2021

Leitura em conjunto
Essa leitura fiz em conjunto com mais duas amigas, o que possibilitou observações que muito provavelmente passariam batido por mim lendo sozinha! Como acontece muita coisa e são personagens muitos, me vi muitas vezes perdida... Mas ao mesmo tempo é uma leitura que fascina e que intriga! Gostei muito livro e da experiência como um todo.
Leonardo.Fernandes 21/04/2021minha estante
Bom dia
Aproveitando que você ainda está com a essa leitura fresca; é importante ler o Fausto antes desse livro?




leh.dias2 25/02/2021

Risada garantida
Que livro maravilhoso, vontade de relê-lo antes de terminar de lê-lo!! Incrível... queria ler mais de Mikhail Bulgákov! Rendeu muitas gargalhadas afinal o diabo é ardiloso !
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Guilherme 21/02/2021

Pleased to meet you
Fazia uns dez anos que eu queria ler esse livro, por conta justamente da música dos Rolling Stones, e acho que a expectativa foi compensada. Recomendo!
Edit: vi algumas pessoas comentando que acharam o livro denso, mas eu não achei. Ele pode ter sua complexidade, mas a leitura é relativamente tranquila.
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Admel 18/02/2021

Favoritado
O livro inicia com Satã chegando a Moscou dos anos 20 e tudo que ele quer é apresentar seu show de magia negra. Será? Mas não para por aí, a trama percorre por tempos mais longínquos e nos deparamos com a Jerusalém no tempo de Pôncio Pilatos. O livro muda a narrativa entre esses dois períodos, apresentando-nos os questionamentos de Pilatos e a sociedade russa do século 20. Com esse início, já da pra sentir o quão inovador Bulgakov foi.

Para o futuro: Eu amei tanto esse livro que fiz o curso com o tradutor dele. Que felicidade foi saber mais sobre Bulgákov e o contexto em que o livro foi escrito.
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antedeguemon 15/02/2021

A intenção de ler este livro me ocorreu quando Fernando de Barros o recomendou em um episódio do Foro de Teresina. Eu me encantei rapidamente com este livro e já o considero o melhor romance que já li. (Não que eu tenha lido muitos...) O livro é basicamente uma fantasia urbana, tendo como palco a União Soviética stalinista e recheada de mistérios, sátiras ácidas e alívios cômicos. Não é à toa que Mikhail Bulgákov era escanteado por seus pares, já que sua produção continha misticismo e críticas à sociedade soviética. Basicamente um Mozart moderno, se preferir. O que mais me impressionou é que, a despeito de ser um livro antigo, eu consegui me conectar muito facilmente a ele. Sou da década de 1990, mas o abismo geracional entre eu e o autor sequer parecia existir. Isso não é pouca coisa, demonstra que Mikhail Bulgákov era um gênio. O livro me rendeu muitas emoções, reflexões e, acima de tudo, muitas risadas.
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Danielle 07/02/2021

Que livro...
Estava muito ansiosa para ler esse livro... Amei a sinopse e vi muitas pessoas falando bem dele... E gente... Expectativas superadas... Que livro sensacional.
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Mel Rasera 30/01/2021

Um clássico não-convencional que deve ser lido com a mente aberta e atenta.
Leonardo.Fernandes 21/04/2021minha estante
Bom dia
Aproveitando que você ainda está com a essa leitura fresca; é importante ler o Fausto antes desse livro?




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