Mariana 20/05/2015
Força, poder e morte.
Enfim, lido!
Eu estava tão ansiosa para ler esse livro, que quando eu terminei de lê-lo eu mal acreditei. Eu vim saber da sua existência em fevereiro desse ano, as pessoas falavam tão bem, comparavam com outros livros que eu tinha lido (e gostado) e diziam que era uma mistura de Game of Thrones com A Seleção. Com tanto alvoroço, tudo aconteceu em pouco tempo, tradução em português já marcada e tem até adaptação para o cinema marcada.
É tão difícil falar em Red Queen sem dar spoiler! Principalmente porque eu me empolguei com a história do livro, com os personagens e com as reviravoltas. Mas farei o possível para não falar demais.
Então, basicamente o mundo agora é dividido pela cor do sangue. Isso mesmo, a nova exclusão social é dada pela cor do que corre nas suas veias. E acredite quando eu digo que é uma grande exclusão, pois somente os Prateados tem poder. Não só político, financeiro, mas como também mais força e habilidades que os Vermelhos não possuem. Como uma citação de um Prateado mesmo diz "É dever de um vermelho servir" (é quase como um Valar Dohaeris só que para as pessoas de sangue vermelho).
A narrativa também nos apresenta a Mare Barrow, uma garota de 17 anos de origem humilde, que rouba para ajudar a família e sem muito de especial a princípio. Ela está perto de fazer 18 anos e jovens de sangue vermelho com 18 anos são mandados para guerra. Foi assim com seus irmãos e será com ela e com seu melhor amigo se não arrumarem um emprego.
Até que uma oportunidade única de emprego no palácio surge e com ela a esperança de não ter que ir para guerra e ajudar sua família (de uma maneira mais honesta). Tudo parece que vai bem, até que um acidente revela para ela, e para o reino, habilidades que ela não sabia que possuía ou como podia possuir. Uma habilidade que nenhum outro prateado possuia. Depois de todas as habilidades de Mare serem vistas por todos que estavam presentes, o Rei não pode simplesmente ignorá-la ou matá-la, então eles decidem criar uma farsa, uma imagem. O Rei e sua Família dizem que ela era, na verdade, uma Prateada que foi criada por Vermelhos e que agora volta a sua origem. Para conseguir mantê-la perto, o Rei decide casar Mare com seu filho mais novo, Maven. O pequeno problema é que Mare já possui uma afeição por seu irmão mais velho, Cal, o herdeiro do trono que já está prometido a outra garota.
O grande problema é que outras coisas importantes (ênfase no importante) acontecem no reino, enquanto a família real busca entender como uma garota de sangue vermelho possui habilidades e como lidar com ela. E por mais que Mare esteja vivendo uma mentira, ela sabe que é uma chance de livrar (ou tentar) seu povo de tanto sofrimento.
Como eu estava bastante ansiosa para ler o livro, a leitura foi bastante rápida. Mare é uma personagem forte, determinada, apesar de um pouco ingênua. Ela veio de um mundo completamente diferente e acredita em muitas coisas e pessoas apesar de ser alertada sobre o perigo de confiar nas pessoas no palácio. Isso foi outro ponto interessante, a ingenuidade de Mare me fez lembrar que, ela é apenas uma adolescente que nunca conviveu com os luxos de um palácio antes, isso a deixa encantada, mas ao mesmo tempo assustada e isso reflete nas suas ações.
Outros personagens que me deixaram em cima do muro, Cal e Maven. Os dois irmãos são completamente diferentes, apesar de bastante parecidos. É confuso. Cal é forte e o herdeiro do trono, então ele é basicamente o filho perfeito que segue regras e faz tudo tão perfeitamente. Maven é inteligente e bastante esperto, nunca sabemos o que esperar de ambos. Não gosto de chamá-los de par romântico da Mare ainda, o que foi uma surpresa inesperada na leitura (Escolhe nenhum dos dois agora não, Mare! ahahaha). Esse livro, apesar de estar distante da realidade, mostra muito do egoísmo que cada um de nós possui naturalmente. Antes de algum deles pensarem em Mare, Cal e Maven pensam em si mesmos e são muito calculistas.
Existem outros personagens que eu queria (e muito) mencionar, como o Julian, mas iria quebrar a sentença ali de cima de não dar spoiler.
Mas, ainda assim, não dei 5 estrelinhas para Red Queen. Por alguns motivos simples.
Existe reviravoltas no livro? Sim, muitas. Mas acabam se tornando óbvias em algum momento do livro. Eu já li tantos livros com reviravoltas mirabolantes que em pouco mais da metade de Red Queen, já tinha uma (quase) certeza do que iria acontecer. É mais como um "NOSSA, Eu sabia!" do que para "Oh meu Deus, eu não esperava por isso!". Só um pequeno aviso: quem espera altas cenas de romance (tipo as que aconteceram em Estilhaça-me ou A Seleção), não tem tantas quanto eu achei que teria, mas não deixa de ser bom.
E, claro, existem muitas perguntas em aberto. Algumas já possuem resposta nesse livro, mas muitas outras estão lá para serem fechadas. Eu realmente espero que a Victoria consiga uma boa resposta para algumas e que mantenha a qualidade (se possível, melhor ainda) de Red Queen nos próximos!
Não chega a ser exatamente uma mistura de Game of Thrones com A Seleção, mas continua sendo um livro que me surpreendeu e que eu não conseguia parar de ler. O segundo livro foi confirmado e só tem prévia de lançamento próximo ano (mais um ano de espera), mas a boa notícia é que o livro já tem capa nacional (que graças não mudou tanto) e vai ser lançado pela Editora Seguinte.
Só um último comentário: essa capa é linda demais!
“And we will rise up, Red as the dawn.”