A Letra Escarlate

A Letra Escarlate Nathaniel Hawthorne




Resenhas - A Letra Escarlate


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Fernanda.Nandainsync 12/03/2018

A Letra Escarlate da editora Martin Claret (ed. 2016) possui 271 páginas compostas por um prefácio (que revela alguns pontos da trama, e por isso, sugiro que o mesmo seja lido após o término da leitura da narrativa), um capítulo introdutório entitulado de "A Alfândega" (que é excessivamente longo), 24 capítulos e uma breve nota sobre o tradutor.

A narrativa conta a história de Hester Prynne, uma mulher de personalidade forte, e à frente de seu tempo, que desembarca na Nova Inglaterra com a missão de se instalar e aguardar a vinda de seu velho marido, que chegaria posteriormente, porém, dois anos se passaram sem que Hester recebesse qualquer notícia sobre o marido. Durante o longo período de espera a jovem se envolve em um relacionamento "extra conjugal" que resultou em uma gravidez, o que foi tratado como crime pela sociedade puritana da época. Hester foi presa e condenada a usar uma letra "A", de adúltera, em seu peito pelo resto de sua vida.

O romance de Hawthorne é uma grande crítica ao puritanismo da sociedade norte americana, com um excelente enredo e personagens excepcionais, porém com uma narrativa muito arrastada, onde as ações demoram muito para acontecer. Isso torna a leitura um pouco cansativa, mesmo com o enredo despertando no leitor uma curiosidade para saber o que vai acontecer a seguir.
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aleitora 12/03/2018

Um mergulho num passado ainda mais opressivo à mulher.
A letra escarlate nos apresenta a Hester Prynne, uma jovem mulher à frente de sua época. Recém-casada, Hester viajou sozinha para a Nova Inglaterra com a promessa de que o marido logo viria encontrá-la, porém, passado um ano após a sua chegada nenhum sinal do marido fora recebido e sabendo que as condições de viagem naquela época não eram muito seguras, todos passaram a imaginar que seu navio tivesse afundado.

Sozinha nesse mundo novo e ainda selvagem, Hester acabou se envolvendo com um homem cuja identidade não teria graça se aqui fosse revelada e desse relacionamento surgiu um fruto, o fruto do pecado de Hester e a prova de seu adultério. Marginalizada, acabou presa e após o nascimento de sua filha Perola, foi posta sob o cadafalso da praça onde ganhou de volta a liberdade mas recebeu como punição carregar no peito uma letra, a letra A de “adúltera” na cor escarlate e o isolamento pelo resto da vida.

Sempre que Hester procurava a igreja em busca de consolo espiritual, acabava virando o tema da pregação, as crianças inocentemente percebiam que a comunidade desprezava a portadora da letra escarlate e faziam coro e lhe apontavam o dedo sempre que passava pela praça, as pobres inocentes sequer entendiam o significado do símbolo preso ao peito mas atingiam Hester como punhais. Fortalecida por seu tempo na prisão, Hester não abaixou a cabeça para as ofensas, os julgamentos e olhares implacáveis da multidão, sozinha aceitou a punição e se resignou a mostrar a todos o seu valor mesmo que eles lhe virassem a cara. Passou a se dedicar aos pobres que muitas vezes recusavam receber ajuda de suas mãos pecadoras e tanto quanto isso lhe doía, ela jamais desistiu ou retrucou qualquer ofensa.

Enquanto a jovem adúltera sofria humilhação pública, o homem com quem ela vivera uma paixão permanecia com a identidade oculta, mas sofria igualmente e estava sendo punido mesmo sem perceber, pois o silêncio levou um pedaço de sua alma e os esforços de um inimigo oculto o fez se transformar em uma casca do que fora um dia.

“Bem-aventurada é você, Hester, que usa a letra escarlate abertamente em seu peito! A minha queima em segredo!”

Com o passar dos anos, a jovem conhecida por todos como a adúltera foi ganhando o respeito de parte da comunidade, sempre disposta a ajudar os enfermos e oferecer-lhes um manancial de ternura enquanto esperavam que a luz divina brilhasse sobre eles, para alguns, o “A” de adúltera poderia muito bem ser “A” de abençoada de tanto que passaram a respeitar as atitudes benevolentes de Hester.

“É credito da natureza humana, salvo quando o egoísmo é posto em jogo, amar mais facilmente do que odiar.”

Hester nos mostra que permanecer fiel ao que somos é prova de caráter e também a atitude mais inteligente caso valorizemos uma vida tranquila sem perigo de adoecer a alma, ela, sendo pecadora e portadora de uma marca a identificando com tal, foi a única que resistiu aos anos e que ao invés de enfraquecer se tornou mais forte e se tornou maior que o símbolo do seu pecado, ao contrário dos seus antagonistas, o marido e o amante, que por se esconderem nas sombras encerram suas vidas em profundo amargor e fora de alcance da luz divina.

Garantia de grandes aprendizados, A letra escarlate é uma leitura que eu recomendo.

Quotes:
“Nenhum homem, por período considerável, consegue exibir um rosto para si e outro para a multidão sem finalmente se confundir sobre qual dos dois é verdadeiro.”

“Aquele a quem somente o mal externo é revelado sabe, muitas vezes, apenas metade do mal ao qual é chamado curar.”

site: http://www.revelandosentimentos.com.br/2017/05/resenha-letra-escarlate.html
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Leila de Carvalho e Gonçalves 21/10/2017

A Moral Não Segue A Letra Da Lei
"A Letra Escarlate" narra a redenção moral de uma mulher adúltera, tendo como cenário a cidade de Boston durante o século de XVII. Em 250 páginas, Hester Prynne ao lado de sua filhinha ilegítima terá de enfrentar o julgamento de uma sociedade colonizada por puritanos, que distante da hipocrisia que dominava a França de "Madame Bovary" ou a Rússia de "Anna Karenina", está disposta a formar um país baseado na severidade das leis e nos princípios religiosos.

De fato, naquela época, o sexo fora do casamento poderia ser penalizado com a pena de morte, no entanto, não há registro de que alguma pessoa teria sofrido o mesmo castigo imputado à Mrs. Prynne. O "A", de adúltera, bordado em suas roupas, provavelmente, foi produto da imaginação do escritor que também acrescentou um "W" a seu sobrenome. Aliás, Nataniel Hawthorne era descendente de uma família tradicional e seu tataravô foi o magistrado do rumoroso caso das "Bruxas de Salem".

Sem dúvida, Hester é o grande destaque de "A Letra Escarlate" graças à força de seu caráter. Nenhuma outra personagem é tão fascinante, nem Chillingworth, seu velho e cerebral marido, que é incapaz de amá-la ou seu amante, o Pregador Dimmesdale, que não assume os sentimentos e obrigações, priorizando seu papel na sociedade, decisão que termina por consumi-lo de culpa.

O livro exibe a eterna luta entre amor e liberdade assim como o poder da sociedade sobre o indivíduo e de suas obrigações para com ela. Trata-se de uma leitura rica que aborda temas como paixão, ciúme, hipocrisia, fraude e mentiras a partir da perspectiva de um Estado em que contrariar as leis, significa quebrar princípios religiosos.

Publicada originalmente em 1850, não há final feliz para essa história que Henry James, grande admirador de Hawthorne, descreveu como uma das ?mais tristonhas? da literatura inglesa. Sua leitura é um desafio muitas vezes cansativo, Hawthorne apresenta sob o ponto de vista vitoriano uma narrativa especialmente indicada para quem aprecia romances de época.

Finalmente, não deixe de assistir a adaptação para o cinema, realizada em 1995, tem Demi Moore no papel principal.

Nota: Esta edição foi feita com muito cuidado pela Penguim Editora. Com prefácio do autor e posfácio de Nina Baym, exibe tradução de Christian Schwartz, boa revisão e diagramação. Recomendo.
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oeudesalves 19/09/2017

Escarlate e outras cores mais
Eu "pintei" esse livro de um jeito diferente quando li a sinopse e vi a capa. Talvez tenha me precipitado nisso, porque depois que terminei de lê-lo foi como se eu tivesse derrubado um copo d'água em cima do meu trabalho. Não foi como uma decepção, e sim uma surpresa. Não vou negar que senti a falta de diálogos, porque senti. Eu gosto quando as personagens aparecem "sozinhas" e se mostram sem o dedo mágico do narrador. Mas também não posso reclamar dessa figura, porque afinal você não fica entediado da narrativa. Você não reclamará de detalhes nas expressões dos personagens, nem das descrições de sentimento ou de um ambiente. (Aposto explicativo nesse livro é mato!)

O autor vai te levar para algumas décadas antes do surto de Salem. E essa Salem não é menos sinistra que aquela tão famosa. As vezes eu me pegava confuso sem saber se estava lendo algum livro de literatura fantástica, porque aqui também tem bruxa, e bárbaros, e uma menina-fada. O que parece é que embora os habitantes de Salem não quisessem admitir, todos trouxeram consigo da Velha Inglaterra um pouco do universo mágico da antiga vida. O resultado da pintura pós copo d’água é um tom sombrio de cores muito marcantes, o vermelho da letra Escarlate que Hester Pryne carrega no peito chega a doer nos olhos, a pele de alguns personagens é cadavérica e a floresta tem um verde assustador. O Hawthorne mostrou-me como é que se equilibra os tons numa paleta.
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Pandora 11/07/2017

O Clássico A Letra Escarlate, romance histórico escrito no século XIX, conta uma história acontecida em Salem durante durante o século XVII no meio de um comunidade de cristãos puritanos vindos da Inglaterra. Até ai nada de novo sobre a face do abismo, afinal o século XIX foi muito rico nesse tipo de livro - época do romantismo e do apogeu do capitalismo - e o gênero em voga foi utilizado para fins didáticos, políticos e lúdicos.

Ao folhear a obra de Nathaniel Hawthorne esperava honestamente uma narrativa pesada e didática com cara de aula de História - necessária porém cansativa - em síntese não esperava nada lúdico, e sim algo fechado em si mesmo, sopa de pedra. Qual não foi a surpresa em ver uma história provocativa, instigante, nada didática, muito lúdica na qual o narrador convida o leitor e a leitora a abrir mão de possíveis preconceitos. Ele nos convida a questionar a aparência das coisas e pensar na quantidade de vezes nas quais uma feição nobre encobre sujeira e uma aparência rude pode encobrir um coração gentil e nobre.

Temos a história de Hester Prynne, membro de austera, dura e fria comunidade de cristãos puritanos estabelecidas nos Estados Unidos da América há séculos. Quando nós encontramos com ela, ela está sendo julgada, pesada e encontrada em falta: ela está sendo condenada pelo crime de adultério e sua pena é sustentar de forma visível letra "A" bordada em tons de escarlate e fios dourado no peito e suportar o escarnio publico com segurando junto ao peito a criança, fruto de seu crime.

Após o espetáculo publico de sua culpa, Hester é excluída do convívio social, empurrada para viver e educar sua filha a margem da sociedade sem gozar de direitos, bens ou serviços básicos. Se torna uma paria, um nada, um fantasma. (Mas, onde está a outra pessoa que pecou junto com ela? Acaso crianças se fazem sozinhas? Pois é!) Tomando tons de heroína ela assume sozinha o vexame público e seu parceiro de "pecado" a tudo assiste em silêncio. Ela jamais o denuncia seu amante, nem mesmo quando seu marido a interroga o nome sai de seus lábios.

Hester Pryne, portadora da LETRA ESCARLATE é uma das personagens mais integras já escritas pela literatura. Com sua filha, Perola, sempre ao seu lado, ela se ergue e enfrenta a sociedade, os seus traumas, medos e infortúnios com dignidade e verdade. Tudo nela é verdadeiro, terno e generoso, exceto sua aparência marcada a comunidade a exclui e destrata, mas ela resiste e cresce enquanto sustenta a verdade do que ela é e do que fez.

Na ponta oposta, o homem com o qual transgrediu os costumes severos da sua comunidade passa como santo, puro, imaculado. Porém, vale para ele aquele ditado: "por fora, bela viola, por dentro, pão bolorento.". Ocultando seu pecado o amante se torna uma pessoa cada vez mais atormentada, fraca, fragilizada, facilmente hostilizada por pessoas maliciosas, ele míngua mergulhado em segredos perturbadores enquanto é adorado, amado e admirado por toda comunidade.

Somado a força desse paralelo entre uma verdade/falsidade, Hawthorne narra sua história em constante dialogo com o leitor. Para cada fato narrado ele nos oferece diferentes hipóteses interpretativas abrindo inclusive espaço para que nós formulemos nossas próprias hipóteses. O romance caminha para o lado psicológico detalhando os caminhos da psique dos personagens, suas forças e fragilidades. Dependendo de quem ler pode ser lúdico ou didático, para mim foi provocativo. Um clássico por direito e excelência. Recomendo.

P.S.: Se decidi ler, pule o prologo/introdução deixe para ler no final.

site: http://www.doqueeuleio.com.br/2017/07/a-letra-escarlate-nathaniel-hawthorne-resenha.html
Lorena 11/07/2017minha estante
Ótima resenha, deu vontade de ler ;)


Pandora 11/07/2017minha estante
Obrigada! O livro merece ser lido!


Dora Sales 11/07/2017minha estante
Adorei a resenha!
Sempre quis ler A letra escarlate, gosto muito do filme com a Demi Moore XD


Pandora 17/07/2017minha estante
Acho que vou atrás desse filme Dora!




Bia 20/05/2017

Clássico mais que recomendado!
O livro foi publicado em 1850 nos EUA. Já ganhou adaptações para os cinemas, uma em 1926 e outra em 1995; a última estrelada por Demi Moore.

Particularmente, gosto de clássicos e até fiz um desafio pessoal em ler mais clássicos neste ano. Assim sendo, fiquei muito empolgada em ler um livro que tem tanto significado histórico.

O que me deixou triste foi o fato de não encontrar uma edição física para comprar que não fosse de bolso. Vocês bem sabem que tais edições acabam sendo desconfortáveis para leitura, uma vez que as letras são demasiadamente pequenas e os espaçamentos entre parágrafos e linhas praticamente inexistentes.

Mas, quando li a primeira página do livro, a edição já não foi um incômodo. A Letra Escarlate é um clássico que, com toda certeza, prende o leitor.

Hester Prynne é nossa protagonista. É uma mulher que cometera um crime que, para a época, era considerado muito grave: o adultério.

Estamos no século XVII, e nesta época, tal crime poderia ser punido até mesmo com a morte. Mas vamos analisar a situação da nossa então pecadora.

Hester era casada, porém seu marido havia partido para uma viagem e ninguém sabia sobre seu paradeiro. Assim, ela acabou por traí-lo e desta traição nasceu a pequena Pearl.

Não temos detalhes a respeito desta traição, tão pouco sobre como era o casamento de Hester. Nós a encontramos bem no dia de seu julgamento. A prova da traição era a então bebê. Hester estava presa e como sentença teria de usar a letra A, bordada em vermelho bem no peito, símbolo de ADÚLTERA, por toda sua vida.

Acreditem, sua pena fora considerada abranda, uma vez que ninguém sabia ao certo se o marido da “criminosa” estava morto.

É válido analisarmos a cultura do povo local. Estamos de frente a uma sociedade puritana, que abomina quaisquer tipo de pecado que acreditem ir contra os desígnios de Deus.

Sororidade era uma palavra completamente desconhecida. As outras mulheres, ao saberem da punição amena de Hester, consideravam uma verdadeira afronta.

Hester fora exposta, ridicularizada, humilhada de todas as formas possíveis perante toda a cidade. Mas, em momento algum, ela revelou o nome de seu amante. E ai ficamos com a pulga atrás da orelha: quem seria esse homem? Por que não se apresentava? Qual o motivo de Hester escondê-lo? Medo? Proteção? Amor?

Com o fim da prisão e portando a letra em seu peito, ela decidira por continuar no vilarejo. Ficou isolada em uma cabana, juntamente com sua filha, sem amigos; sendo o símbolo vivo do pecado. Mas não pensem que estamos diante de uma protagonista dramática. Hester é forte, conseguia manter a ela e sua filha.

Tinha o talento incrível ao manusear, com zelo, uma agulha. Tal talento estampava as vestimentas até mesmo de autoridades.

Mesmo forte, mesmo enfrentando a situação em que se encontrava sem recorrer a fuga ou morte, ela sofria todos os dias. A letra estampada em seu peito era tida como uma verdadeira chama do inferno. E claro que Hester acreditava fielmente que seu pecado era o maior que poderia existir.

Com o passar do tempo, Pearl cresce e torna-se uma criança linda. Sua mãe a vestia como uma verdadeira fada, mas percebemos certa peculiaridade na menina. Aliás, até mesmo Hester, por vezes, não entendia “o que era” sua pequena Pearl.

Assim como a mãe, a garota era julgada pela sociedade como fruto do pecado; alguém que não seria digna em conviver com os cidadãos puritanos do vilarejo.

As pessoas as ofendiam sempre que tinham oportunidade. E mesmo com todo esse sofrimento, Hester não revelava o nome de seu amante, pai de sua filha.

É engraçado lermos uma obra escrita há tantos anos atrás que traz um tema, mesmo com as adequações para a época, tão discutido nos dias atuais.

Os sentimentos da protagonista, vergonha, medo; a convicção em achar que aguentar as ofensas e os julgamentos é uma forma de pagar pelo erro que cometera; soaram completamente comuns à nossa realidade. Infelizmente.

Quantas mulheres não são condenadas em ofensas e julgamentos pelo adultério? E quantos homens temos nessa posição, praticantes do mesmo “crime”?

É uma obra que, quando vista pelo simples modo de entretenimento, nos prende por ter esse suspense em torno do pai de Pearl. E ao mesmo tempo, ficamos completamente curiosos em saber qual seria o destino de Hester e sua filha.

Por outro lado, também tem o poder de levantar questionamentos sobre a posição da mulher perante a sociedade. Foi completamente reflexivo, pessoalmente falando. Eu considerei até mesmo aqueles vídeos compartilhados no whatsapp que mostram sempre a mulher adúltera como uma grande vilã, que merece ser exposta em praça pública. Em compensação, o parceiro, assim como o amante de Hester, sempre é preservado. O homem adúltero também. Não vou entrar em detalhes sobre essa discussão, afinal estamos numa resenha aqui.

Voltando ao enredo, Pearl é uma criança a qual eu gostaria de acompanhar de perto seu desenvolvimento. Queria que tivesse um livro que a trouxesse como protagonista. Mesmo com toda a inocência de uma criança, Pearl se mostrou a frente de seu tempo e inconformada com sua posição, mesmo sem compreender ao certo. Hester sentia receio pela personalidade da filha, e muitas vezes a considerava como a enraização do próprio demônio. Mas como julgar a mãe que enxergava sua filha assim? Estamos falando do século XVII, onde mulheres a frente de seu tempo eram verdadeiras bruxas.

Foi uma obra muito importante para mim, apreciei a leitura por completo, a escrita é ótima e fácil em ser compreendida. É um livro gostoso em ser lido e por incrível que pareça, mesmo com as letras pequenas, foi uma leitura bem rápida.

Recomendadíssimo!

site: http://pausaparapitacos.blogspot.com.br/2017/05/resenha-letra-escarlate-nathaniel.html
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Cláudia 09/02/2017

A Letra Escarlate
Mais um livro do desafio "Um Livro Por Dia", dessa vez resolvi juntar dois desafios em uma resenha só. Além da leitura do clássico "A Letra Escarlate",de Nathaniel Wawthorne, da Editora Martin Claret, também resolvi logo em seguida do término da leitura, assistir aos dois filmes adaptados - o americano e o alemão. O outro projeto que tínhamos em mente de fazer era comparar a literatura com a 7ª arte. E confesso: foi uma grande maratona.
Vamos então primeiramente ao livro. Difícil, bem difícil de ler. Um livro de 1850 que conta uma história ocorrida no final do século XVII. Em vários momentos precisei parar para refletir, tomar uma água, respirar e me concentrar, de novo! Mas acho que valeu a experiência. É um livro de poucas páginas, mas lotado de palavras difíceis e muita, muita descrição de pessoas, locais, fatos.
Como um todo, a história é boa porque mostra uma realidade que hoje desconhecemos, mas que para a época era vista como normal, principalmente numa América recém colonizada por ingleses e praticamente toda puritana, onde religião e política se confundiam e se misturavam. O poder ali aplicado era de igual para igual.
Temos no livro a história de Hester Prynne, uma jovem inglesa que é posta em liberdade 3 meses após dar a luz uma criança fruto de um relacionamento proibido. Sobre o peito do vestido, marcada em pano escarlate, aparece a letra "A".
Hester é uma mulher casada que vem para a América antes do marido para se alojar enquanto o mesmo fica de viajar depois de resolver alguns assuntos pendentes na Inglaterra. Meses depois sua chegada Hester engravida e se recusa veementemente a revelar o nome do pai dessa criança.
Numa sociedade extremamente puritana, ela é afastada dos colonos e vista como uma prostituta indigna de merecer qualquer gesto, compreensão, afeto ou qualquer sinal de aproximação de algum membro daquela comunidade.
Os anos vão passando nessa terminante tortura, o autor vai trazendo aos seus leitores a degradação de uma sociedade extremamente moralista, a luta entre o amor puritano da religião e a religião pagã do amor. Mas o livro não é só um retrato da Nova Inglaterra: é um retrato do próprio Hawthorne, homem com uma alma de pagão num corpo de puritano. Há um pouco do autor em todas as personagens do livro: na severidade dos juízes que puniram Hester pelo seu pecado, e na mesma Hester Prynne que usava o símbolo de sua dor como uma consagração sobre a roupagem do seu amor.
No livro Hawthorne mostra duas espécies de pecado: o do amor contra as convenções e os das convenções contra o amor. E, dos dois, o último é para o autor o menos perdoável.
Agora falando dos filmes, tive duas experiências opostas!
No filme americano do mesmo nome, de 1995, com Demi Moore e Gary Oldman (lindíssimo, diga-se de passagem!), direção de Roland Joffé, é tudo o que vocês possam imaginar, menos uma adaptação do livro. Esqueçam o que vocês leram se querem gostar do filme. O diretor só aproveitou o nome do livro e dos personagens, mais a localização e época. Do resto, meus amigos, deixem pra lá. Não há similaridade entre filme e livro. Não consigo nem enxergar como uma releitura. É apenas um filme que utilizou detalhes do livro. E acaba nisso. O final? Também é o jeito americano de acabar com tudo que é bom...
O filme alemão - tão parado quanto o livro! -, é de 1973, e tem no elenco Senta Berger, Hans Christian Blech e Lou Castel, e tem a direção de Win Wenders. Esse já é uma outra história. Tirando alguns detalhes modificados - que fazem parte de qualquer adaptação - o filme faz jus ao livro. É uma ótima releitura, com muito mérito ao diretor que se atento à vários detalhes importantes do livro e que passou com singela delicadeza para a telona.
Não há necessidade de me pronunciar aqui qual dos dois eu recomendo, não é mesmo?...
Fica aqui a dica então...
"A Letra Escarlate", um livro difícil, mas que deve ser lido. E sim, apesar de tudo, dá para ler em um dia. São poucas páginas - cerca de 225 - mas no formato pocket. E se tiverem de férias, ainda dá para encaixar o filme. E, vamos que vamos, madrugada à dentro!
Mais uma dica de um livro por dia, mais um clássico para a lista!
Divirtam-se.

site: http://umolhardeestrangeiro.blogspot.com.br/2017/01/a-arma-escarlate-projeto-um-livro-por.html
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Alex Nascimentto 30/12/2016

A letra Escarlate
Que drama impressionante!
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Blog MDL 22/12/2016

Ambientado em Boston, em meados do século XVII, quando os puritanos chegaram ao Novo Mundo, o primeiro e mais conhecido romance de Nathaniel Hawthorne nos apresenta ao pior tipo de sociedade do mundo, na opinião desse que vos escreve: os puritanos.

Para os menos cientes da história, o Puritanismo foi uma corrente da fé cristã extremamente radical, que surgiu como resposta a sua insatisfação com o ritualismo da Igreja Anglicana, o meio que Henrique VIII arranjou de conseguir seu divórcio de Catarina de Aragão. Essa "Doutrina Religiosa" prega a predestinação, bem como a rigorosa política da boa moral cristão, seja no âmbito social ou privado. E ai de quem fosse aquele que desrespeitasse os "bons costumes"...

Hester Pryne é uma jovem casada que, junto com o marido, decidem por fazer sua vida nessa nova sociedade do Novo Mundo. Ela parte na frente e passado dois anos, o marido é dado como morto, vítima da viagem. Porém, eis que dois anos depois de fixar residência na Nova Inglaterra, Esther aparece grávida.

Tal crime contra os bons costumes jamais ficaria impune. Eis então que Esther é presa e, onde se inicia a história, após ter seu bebê, uma menina que chamou de Pearl, Esther é posta no cadafalso, local de execução de criminosos, onde. após se negar com veemência a revelar a identidade do pai da criança, mesmo com o apelo de seu antigo guia espiritual, o reverendo Dimmesdale, é sentenciada a ter bordado para sempre em seu busto a Letra "A" para comprovar que é uma adúltera, e passar a ser uma pária na sociedade.

Após tal episódio, ela retorna à prisão, onde reencontra seu marido desaparecido, que acaba de chegar a cidade e exige da esposa que jamais revele a ninguém sua verdadeira identidade, e passa a se chamar Dr. Roger Chillingworth, pois passa a tuar como médico na cidade. Esther aceita tal condição e o restante do livro então é o passar de 07 anos, onde vemos como essa pecadora passou a viver na hipócrita cidade.

Um dos pontos mais relevantes da Letra Escarlate com certeza é a crítica á "religiosidade" e "moral", que norteia toda a trama. Esther é um dos personagens femininos mais fortes que já encontrei nessa minha rala experiência literária. Apesar das intempéries que a famigerada condenação da moça tenha gerado, ela se torna de uma pária à um símbolo de esperança, pois, além de sustentar sua filha com sua habilidade caprichosa no bordado, parrou a cuidar cada vez mais dos pobres, doentes e moribundos da cidade, nunca abaixando a cabeça ou se revoltando contra a cidade. Seu espírito forte fez com que, do seu "pecado" a envolvesse numa redoma de mácula, onde a mesma acabou por se tornar um mártir da cidade. É interessante notar também como a personagem vai mudando ao longos dos tempos. Antes uma bela e jovial moça, nossa protagonista vai se tornando um simbolo de austeridade, o que faz com que a mesma acabe por perder qualquer chance de futuros relacionamentos.

Sua filha, Pearl, também é um personagem deveras intrigante. Apesar de, durante toda a história, ter apenas 07 anos, sempre foi uma criança arteira e solitária, pois sempre foi considerada como "filha do diabo". É ela que dá vida ao livro, com suas falas bem posicionadas e incômodas aos que a escutam.

A sociedade em si é bastante interessante de se observar. pois Hawthorne tenta expor todo o preconceito dessa sociedade tão correta, que, ao encontrar uma vítima que publicamente foi imoral, desconta na mesma todo seu horror ao julgamento divino e atiram todos os seus receios e angústias.

Porém, apesar de tal premissa, o livro em si deixa a desejar.

A começar pelos dois personagens masculinos de destaque da história.

O Reverendo Arthur Dimmesdale é considerado um santo. Jovem para o cargo que ocupa, suas missas são um perfeito deslumbre a seus seguidores, que o tem na mais alta conta, considerando-o um anjo puro que desceu dos céus. O mesmo acaba por intensificar tal imagem ao falar, em alto e bom som para quem quiser ouvir, que é um pecador e que jamais será digno dos portões celestiais, dando ao mesmo um ar de humildade que faz todas as senhoritas suspirarem. Acaba que o reverendo Dimmesdale não é nada modesto, mas sim uma pessoa torturada por um pecado antigo, ao qual se penaliza tanto mental quanto fisicamente.

Dimmesdale acaba por construir uma amizade deveras conturbada com o Dr. Chillingworth, que é o mais próximo de um vilão nessa história. Chillingworth é um homem amargurado que sempre entra em confronto com o reverendo, fazendo os dois uma representação da antiga luta da ciência contra a fé.

Mas os dois são chatos.

Tanto o reverendo Dimmesdale quanto o Dr. Chillingworth são homens, a sua maneira, amargurados e muito enfadonhos. Os capítulos que retratam ambos são maçantes e tão demorados, que acabei levando menes pra acabar um livro tão curto.

Mas a culpa não é apenas dos personagens, mas também da narrativa.

Hawthorne é ótimo pra criar profundidade a seus personagens, isso é atestado na leitura, mas o problema é que ela se preocupa tanto em dar essa profundidade e no pensamento crítico, que a narrativa em si acaba se tornando um segundo plano. É um livro em que as ações são deveras escassas, e a falta de dinamismo acaba por tornar a leitura muito enfadonha.

O livro é muito interessante e atemporal. Hawthorne sabe como nor forçar a um pensamento crítico e a elucidar diversos pontos numa trama bem bolada. Afinal, quem é que pode dizer o que é certo e o que é errado?

site: http://www.mundodoslivros.com/2016/11/resenha-especial-letra-escarlate-por.html
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Letícia 24/09/2016

A Letra Escarlate, publicado em 1850 por Nathaniel Hawthorne, é um clássico da literatura mundial desde o início. Esta edição é uma edição de bolso, publicada pela editora BestBolso em 2012.

O livro conta a história de Hester Pryne, uma mulher nascida na Europa, mas que se mudou para a América, vivendo então na Nova Inglaterra. Seu marido a enviou na frente e ficou para trás, prometendo que iria encontrá-la após resolver algumas coisas.

A história começa com Hester saindo da cadeia, com uma bebe no colo e uma letra A escarlate bordada no peito e caminhando para o mercado público, centro mais movimentado da cidade, onde ficará exposta como parte da punição pelo seu crime. Nesta época o adultério não era só um pecado, mas também um crime passível de morte. Porém, graças ao reverendo de Hester, sua pena foi abrandada, sendo condenada então a passar o resto da vida com uma letra A bordada sendo carregada no peito.

Em frente ao povo, tentam convencer Hester a entregar o seu cúmplice neste crime, mas ela não o faz, como previsto pelo reverendo. Apesar de todo o sofrimento, Hester permanece firme cumprindo seu castigo. Como se isso já não fosse o bastante, justo neste dia seu marido resolveu chegar na cidade e vê toda a cena.

Sem se revelar como marido dela, o homem que se identificou como médico, acaba cuidando de Hester e de sua filha, Pearl. Quando a mulher fica com medo de que ele tente matá-las, ele diz que deseja que ela vivesse por muitos anos, para que possa pagar pelo pecado que cometeu. Ao pedir que ela lhe diga quem é o seu amante ela também se nega. O homem então pede que ela guarde segredo também sobre sua verdadeira personalidade, já que iria guardar o segredo de seu amante, mas jura vingança ao homem que a ajudou a envergonhá-lo.

Hester então se afasta da sociedade com sua filha, permanecendo na cidade, mas longe do convívio social, vivendo da costura (a letra escarlate era linda, apesar de ser um fardo tão grande a ser carregado) para sustentar sua filha e ela com simplicidade, sempre ajudando os pobres quando podia, apesar de receber, em muitos casos, a ingratidão de quem ajudava, por causa de seu pecado. Todos que precisavam de ajuda em momentos difíceis sempre podiam contar com Hester, que "não ficava para colher os frutos da gratidão, caso houvesse".

O marido de Hester, que se apresenta com o nome falso de Roger Chillingworth, começa a cuidar do reverendo Arthur Dimmsdale, um homem adorado por todos, considerado santo por muitos e que fica muito doente e fraco. É Dimmsdale que, sob ordens de outros pastores, tenta convencer Hester a contar quem praticou o adultério com ela e também é ele o reverendo que Hester ouvia as pregações, o "responsável" por ela, sendo ele então quem decidiu que ela não deveria receber a pena de morte.

Apesar de o foco ser em Hester, a história também fala sobre os demais personagens importantes. Acompanhamos a doença de o pastor piorar, apesar da companhia e cuidados constantes do vingativo Roger; o crescimento de Pearl, uma garotinha que é a mistura da inocência e do pecado, sem aparente aceitação pelas regras comuns da sociedade, que hora tem um temperamento perverso e hora é carinhosa e que muitos supersticiosos na cidade dizem ser "filha do demônio", linda e que, para o desapontamento de muitos no lugar, não revela pela aparência quem é seu pai.

O livro é muito bem escrito, não é a toa que é um clássico mundial, e a trama é bem desenvolvida. Confesso que no começo pensei que não tinha como o autor deixar a história um mistério por muito tempo, já que é bem óbvio desde o início quem é o amante de Hester. Fiquei com medo de que a história ficasse dando voltas e voltas, mas foi uma preocupação desnecessária: apesar de já saber quem era o amante, o final foi surpreendente. Apesar de não ser muito grande (nesta edição são 255 páginas), deve ser lido com calma, pois muitas frases levam à reflexão, te fazendo pensar muito sobre ação e consequência, pecado, escolhas, vingança, culpa. Em algumas partes ele me lembrou do livro O Retrato de Dorian Grey, mas em um sentido, de certa forma, inverso.

Apesar de ser antigo, seu tema ainda é bastante atual. Hester é uma personagem cativante, que te leva a questionar muitas coisas. Para quem não tem medo de ler um livro questionador essa é uma excelente dica. Definitivamente entrou nos meus livros favoritos.

site: http://madminds.weebly.com/blog/resenha-a-letra-escarlate
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@garotadeleituras 26/07/2016

Amargamente fantástico!

A letra escarlate foi publicada originalmente em 1850, sendo considerada desde o inicio, um clássico da literatura mundial. A história se passa em Salém, no século XVII, numa comunidade de habitantes de puritanos ingleses, oriundos da Inglaterra. Logo nas primeiras páginas, encontramos Hester Prynne e sua filha recém-nascida, sob o olhar da multidão, caminhando de Prison Lane até o centro da praça, onde se castigava os criminosos. A sentença previa que permanecesse certo tempo sobre a plataforma de madeira, exposta ao julgamento da multidão. Nas vestes, a jovem alta, esbelta e de perfeita elegância carrega a letra A no peito, exteriorizando sua culpa.

"- Era aquela LETRA ESCARLATE, tão magnificamente bordada e iluminada em seu peito. Funcionava como um feitiço, apartando-a das relações humanas ordinárias para encapsulá-la numa esfera própria.” (p.68)

Interrogada pelas autoridades da cidade, nega-se a dizer o nome do pai do seu bebê, gerado fora do matrimônio e, portanto um adultério. Ali, excluída pelo seu pecado e rodeada por pessoas, Hester Prynne reconhece um rosto enrugado, pertencente a um pequeno homem em estatura, oriundo do seu passado. Decidido a descobrir quem é o pai da filha da sua mulher, Roger Chillingworth se apresenta na cidade como médico, fazendo Hester prometer nunca revelar o segredo que os unia.
Terminado o período de encarceramento, com um mundo de possibilidades diante dela, sem nenhuma cláusula que a obrigasse continuar vivendo na comunidade de obscura, Hester poderia ir a qualquer parte, começando uma vida nova, onde os modos de vida fossem alheios as suas falhas. Entretanto, é ali que ela decide permanecer, naquela comunidade, onde seria lembrada pelo símbolo da vergonha, Morando numa cabana afastada e solitária, sem um amigo, Hester sobrevive da renda dos seus bordados, símbolo de sofisticação e bom gosto para os poderosos da cidade, que de forma hipócrita não suportam seu contato, mas não deixam de usar o trabalho das suas mãos. Assim, com seu raro talento para as agulhas e sua resiliência de caráter, a mulher da letra escarlate não pode ser totalmente banida, entretanto jamais seria incluída novamente na sociedade.

“- Em suas relações, no entanto, nada era capaz de fazê-la parte da sociedade. Cada gesto, cada palavra e mesmo o silêncio daqueles com quem mantinha contato insinuavam, e muitas vezes expressavam o fato de que era uma proscrita, de que estava tão sozinha quanto habitasse outra esfera ou se comunicasse com seus pares com outros órgãos e outros sentidos que não aqueles comuns ao restante do gênero humano. (p.98)

“Quando estranhos miravam com curiosidade a letra escarlate - e ninguém deixava de fazê-lo -, era como se a imprimissem mais uma vez na alma de Hester; de modo que, muitas vezes, ela mal conseguia se impedir, mas sempre se impedia, de cobrir o símbolo, com as mãos” (p.100).

Com desprendimento, Hester ainda praticava caridade aos necessitados e doentes, porém, estes muitas vezes a retribuição era o deboche as suas boas ações.O interesse de Pearl na letra escarlate é outro profundo martírio para a mãe. Hester começa a crer que a filha é um ser sobrenatural, outras vezes, amiga por parte da providência, e/ou ainda, apenas uma criança travessa e enérgica. Além disso, ao observar como Dimmesdale sucumbe à culpa, decide revelar o segredo do seu passado para que ele possa se libertar da influência malévola de Chillingworth.

Hester na verdade é uma típica Maria Madalena da sua época, sem, entretanto um Jesus para defendê-la. Enquanto a figura bíblica quase foi apedrejada, a mocinha da sociedade puritana exterioriza seu delito durante anos com a brilhante letra como uma expiação perpetua de culpa. Na verdade, nada tem de mocinha, mas verdadeiramente uma guerreira. Assim como na época da bíblia, a Boston puritana acredita que o adultério é um pecado e transforma seu acontecimento em crime. Embora Hester sofra enormemente pela vergonha, mantém o amor próprio e sobrevive com dignidade e o caráter cada vez mais fortalecido.
Ainda temos dois personagens, opostos e intrinsecamente importantes a narrativa; Roger Chillingworth é uma figura sombria. Sua chegada à cidade coincide com o estado doentio do reverendo Dimmesdale. Considerado o enviado pela providência para cuidar do pároco, Roger logo se torna o médico e amigo mais próximo da figura santa e irrepreensível de Dimmesdale, chegando inclusive a dividir a mesma casa; entretanto como se uma influência maligna estivesse sobre o obscuro médico, os puritanos viam uma guerra espiritual entre as duas personagens, onde esperavam que a luz prevalecesse.
Chillingworth acredita que o reverendo esconde um segredo profundo, a tal ponto pesaroso que afeta sua saúde. Certa noite, enquanto Dimmesdale adormece, o médico abre sua camisa e descobre algo revelador em seu peito. É descrito nessa mesma noite o encontro de Hester, sua filha e o pároco na praça, juntos e de mãos dadas, no centro do palco de madeira, na praça, onde outrora ocorrera o julgamento. Sob o olhar de Roger e os demais expectadores, no céu um meteoro passava, formando a brilhante letra A.
Para Dimmesdale, que faz parte da mesma estória, o acontecimento foi um ato perverso, sentindo a necessidade de praticar autoflagelação para aliviar a consciência. Segundo Nina Bayam, Hester e Dimmesdale cometeram atos diferentes, porque ambos têm uma visão distinta sobre o acontecimento, que irá influenciar suas vidas a partir do acorrido. Nina ainda define o pároco como vitima da sociedade e seus costumes, porém seu egoísmo e omissão a Hester e a filha impedem que o leitor simpatize com seu personagem, diferentemente de Hester, uma personagem com dignidade e coragem, portadora de empatia desde o inicio.
Com um “Q” de autobiográfico e suas nuances psicológicas, Nathaniel Hawthorne consegue levar ao leitor um romance moderno e diferenciado em 1850, mas que desperta ainda hoje a curiosidade na primeira página e deixa o leitor totalmente rendido ao terminar a última linha.
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Paty 30/06/2016

Hawthorne conhece como ninguém o coração do homem. O mínimo que podemos considerar a respeito desse romance, de não mais de duzentas páginas, é que ele é surpreendentemente amargo e fabuloso.
Monica 04/07/2016minha estante
Estou com esse livro na estante há tempos. Vou colocar na meta de leitura para este ano!




eneida 26/06/2016

É uma história sofrida, em que o pecado é a causa de todo o sofrimento, mas a heroína, a grande pecadora é a personagem mais lúcida de todas, a mais íntegra. Um grande drama, mas depois há que se ler um livro mais suave .....
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DIÓGENES ARAÚJO 27/05/2016

Ótima história, leitura cansativa
Não vou contar detalhes da história pois a maioria das avaliações já descrevem bem, mas minha avaliação sobre o livro é que tem uma história excelente, tipo uma novela dramática de época, mas por muitos momentos é cansativo, daria uma avaliação melhor não fosse a narrativa.
Dandara Quadros 06/08/2016minha estante
Concordo! É maravilhoso porém cansativo. ...




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