Mademoiselle Zaira

Mademoiselle Zaira Mario Vicente




Resenhas - Mademoiselle Zaira


23 encontrados | exibindo 16 a 23
1 | 2


Jacke Blue Rose 14/12/2015

Uma obra primorosa
Esta obra foi um presente do próprio autor, que viu na minha lista de desejados o seu livro...
Terminei o livro há poucas horas, e estou encantada com tanta sutileza, verdade, cuidado e também realidade, pois é escrito tão detalhadamente que podemos imaginar cada cena, cada personagem, cada cenário...
Este é aquele livro que penso que deveria virar filme, ou melhor série - para que nada fique sem ser contado, em nenhum momento a obra deixa a desejar, tudo é esclarecido no decorrer da leitura, e não tem coisa que mais aprecio do que um autor que não engana o seu leitor!
Indico indico indico , para aqueles amantes de uma verdadeira obra literária, para aqueles que se deixar levar e viajar sem sair do lugar!
comentários(0)comente



Rosi Ramos 10/02/2016

Leitura de impacto...
O livro conta a estória de Zaíra, uma jovem garota, presa as convenções e a opressão vinda de um modelo social machista e patriarcal. Essa garota luta durante toda sua vida para conseguir ter o direito de viver sua existência de forma plena e desprendida do julgo que a sociedade autoritária lhe impõe.
Zaíra é uma menina de família rica que tem um pai prepotente e machista, que esconde grandes segredos e mascara aos olhos da sociedade uma visão convencionada de respeito. Essa adolescente é violentada em uma baile de carnaval aos 15 anos, por um homem misterioso. É dopada nesta festa e como consequência desse ato, engravida e é mandada sem remorsos pelo pai para ter o filho em um convento, de modo a esconder seu “pecado” dos olhos alheios, e não conspurcar o a honra e o nome da família. A partir daí, se inicia a narrativa um tanto quanto inusitada feita num primeiro momento pelo seu filho, ainda um feto em seu útero, ele conta com detalhes o que se passa nesta vida interligada entre mãe e filho.
Zaíra, vive todo esse processo de gestação sob forte pressão emocional, o que acaba por leva-la a tentar o suicídio, buscando com isso terminar seu martírio e de seu filho. Isso não se dá felizmente e o menino nasce pra ser imediatamente arrancado de sua mãe, que acredita neste interim, que seu filho morreu no parto. Fica evidente que o autor quis com esse tipo de narrativa intrauterina, mostrar o grande vínculo que existe entre mãe e filho no período gestacional e como as sensações compartilhadas são fatos que iniciam a personificação da vidas destes ao longo da trama.
Ainda no convento Zaíra começa a receber cartas anônimas de um psicopata, que a atormenta ao longo de toda a trama chantageando com os segredos e mistérios familiares guardados a sete chaves, causando medo e dificultando a vida dela e de sua família. As cartas vão sendo enviadas ao longo da trama e revelando fatos e acontecimentos que estão interligados a vida de Zaíra e que vão trazendo a tona a carga emocional e o cunho psicológico que o enredo propõe.
Após o parto, Zaíra volta para casa e de novo fica sob o julgo do pai que lhe arranja um casamento com um malfadado fanfarrão de pretensa “boa família” buscando assim, dirimir o ocorrido. A trama vai se expandindo e mostrando todo o cenário tortuoso que a mulher daquela época tinha pra si. Todo o julgo, sofrimento, traições e preconceitos vividos.
Zaira se mostra uma grande mulher, que vai amadurecendo e buscando seu eu, sua personalidade no decorrer do livro. Ela passa por muitas situações e indecisões, desilusões, tristezas, perdas, encontros e desencontros. Um outro personagem da trama tem um papel preponderante na estruturação da personalidade de Zaíra, seu nome é Marlon, seu amor desde a juventude, aquele que sempre foi importante na vida dela, quem sempre que colocou cima e deu o apoio nos piores momentos de forma que ela pudesse seguir adiante, pra mim, ele simboliza a força motriz que ajudou Zaíra a se libertar dos grilhões e buscar sua felicidade acima das convenções sociais. Foi ele quem a acompanhou na busca pelo filho e a apoiou quando lhe faltavam forças, ele sempre estava lá disposto a não deixa-la desistir, e com isso ela conseguiu reencontrar o filho. Marlon e a personificação do amor desprendido de interesses, do amar por simbiose, do companheiro perfeito em sua imperfeição.
O livro é um retrato primoroso de uma sociedade decadente e preconceituosa, que vive de aparências e sem competências de fugir do estereótipo que lhe é auto imposto. Zaíra, Marlon e Pierre são os contrapontos, os desmistificadores, que vem pra romper esse paradigma. Não é uma tarefa fácil, mas o autor constrói essa ruptura de forma magistral e verdadeira.
Super indico o livro pra aqueles que pretendem ver além dos panótipos, além da realidade impositiva, que conseguem enxergar que mesmo com toda a dificuldade existente o bem prevalece ao final, de uma forma ou outra. Que acredita em sentimentos verdadeiros e que perduram ao longo de toda uma vida, mesmo que tudo trabalhe ao contrário.
comentários(0)comente



Anna na biblioteca 31/03/2016

Saga dramática, com doses de mistério, desencontros e amor
A saga de Zaira está contextualizada em um período de grande conservadorismo, repressão e rigidez da história do Brasil.

Filha de um pai severo e uma mãe submissa, esta jovem sonhadora tem sua vida atropelada, em consequência de um ato terrível, ocorrido em um baile de carnaval. Envergonhada, assustada e confusa, não consegue de imediato contar a ninguém!
Pouco tempo depois, sem receber apoio ou carinho dos pais e nem mesmo ser consultada, acaba por ser enviada à força para um convento, tratada como "vergonha" da família, que deve ser escondida, aos invés de vítima passa a ser culpada! Neste local e nesta condição, passa seus dolorosos meses de gestação, experimentando sentimentos muito pesados como o abandono e a rejeição.

Esta história é contada sob o ponto de vista do feto, que alterna momentos como narrador e outros como personagem, já que revela suas impressões, sentimentos, temores e necessidades.

Zaira é o centro deste enredo, uma adolescente permeada de afeto por um lado e frieza de outro, vivendo em meados dos anos 50, onde as regras sociais e de bons costumes eram muito arbitrárias e sufocavam qualquer mocinha que ousasse fazer suas próprias escolhas, principalmente a quem amar ou com quem constituir matrimônio, algo inegociável e determinado conforme a escolha e interesses do pai.

O início da leitura foi um pouco confuso para mim, pois no enredo há diferentes tempos cronológicos que se alternam, além das impressões pessoais do narrador. Mas, após alguns capítulos e mais situada, as cenas foram me envolvendo de forma crescente até ficar arrebatada pela leitura!

Marlon, seu amigo de infância, foi o personagem pelo qual me envolvi com mais profundidade, apesar de ter gostado muito de Zaira.

O autor fez uma ótima escolha na forma de finalizar os capítulos e alternar os personagens, pois propiciou uma certa tensão e expectativa para o próximo desfecho a ser revelado.

Mademoiselle Zaira é uma saga dramática, de sofrimento individual, com doses de mistério, devido ao surgimento de cartas anônimas, desencontros, busca, redenção, romance e amor. Leitura muito recomendada! Uma ótima surpresa!

site: http://arvoredoscontos.blogspot.com.br/2016/03/resenha-mademoiselle-zaira-mario-vicente.html
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Vaneza | @garotado330 18/08/2016

A Mademoiselle
Inicialmente o livro é narrado por um feto, isso mesmo, um feto, que conta o drama de sua mãe que aos quinze anos foi estuprada em um trágico carnaval e como se a situação toda não fosse suficiente, ainda sofre com a opressão do pai, que não aceitando a situação da filha, interna a probrezinha em um convento.

A história do livro tem como plano de fundo o Brasil nos anos dourados (anos 50), a adolescência de uma garota inteligente e de família rica, que acaba se apaixonado por Marlon, um rapaz de origem simplória, mas de grande nobreza, e o principal, completamente apaixonado por Zaira e disposto a enfrentar de tudo para ajudar a sua mademoiselle a encontrar o seu filho perdido.

O livro não se atém apenas ao drama de mãe e filho separados na maternidade. Em meio a tantas separações, surgem cartas anonimas cheias de ameaças e ódio que criam todo um suspense, e claro que precisam encontrar a criança, descobrir quem é o autor das cartas anonimas e quem é o culpado por assombrar a vida de Zaira no carnaval de 1957, ou seja, emoção e suspense não faltou!

Uma coisa que eu achei bastante peculiar nesse livro foi a forma com que a história começou. Como assim um feto está narrando a história? Eu nunca tinha lido algo do tipo, exceto por Memórias Póstumas de Brás Cubas onde um defunto conta como foi a sua vida. Me entreguei ao livro e deixei fluir, e quer saber? A inocência e os sentimentos do feto por sua mãe, cria um sentimento, um laço entre o leitor e os dois personagens vítimas do destino, ou melhor, vítimas da sociedade patriarcal em que viviam e das aparências, que era algo muito importante para Haroldo, o pai de Zaira.

site: www.garotado330.com.br
comentários(0)comente



Lilian 09/02/2017

Uma história linda e coberta de emoção e profundidade
Na história de Mademoiselle Zaira pude acolher seu sentimento mais puro de mãe, a inocência e o amor que uma mãe transmite ao filho e vice e versa, porque nesse livro é diferente, aqui a narrativa foi uma nova descoberta para mim e vocês já verão a razão pela qual esclareço isso.

Além disso, o mais impressionante foram as reviravoltas, descobertas e superação que percorrem o livro desde a primeira página até o fim.

Esse livro nos traz a história de Zaira, uma jovem que, ainda aos 15 anos de idade, que engravida após ser vítima de violência sexual, ocorrida em uma noite em uma festa de carnaval.

Em face ao trágico acontecimento, Zaira decide ficar em silencio, tentando por tudo se esconder e esquivar-se da verdade, porém, quando sua gravidez é notada através dos sintomas que acabam por lhe denunciar, mademoiselle se vê obrigada pelo próprio pai que, repleto de razões egoístas, ordena que a filha se esconda em um convento, pois caso não o fizesse, desonraria a imagem de boa família e seus costumes, logo, teria que se livrar da filha até que a mesma apurasse a gravidez.

Nesse começo de história, já é possível o leitor notar que o autor já aborda muito a respeito do preconceito, uma vez que percebemos que o pai de Zaira é um homem machista e autoritário que prefere seguir a própria ambição e ignora os sentimentos da própria filha.

Face a trágica situação e, precipitadamente, quando Zaira está em apuros e desespero, tenta por tudo livrar-se do filho e o rejeita como mãe. É lógico, como uma jovem de apenas 15 anos poderia ser sustento psicológico suficiente para lidar com tal situação? Porém, mesmo sob influência da emoção e ansiedade, a jovem repensa bem e começa a nutrir sentimentos e amor pelo filho. Esse é um momento lindo da história, trata-se de um sentimento que só uma mãe pode ter pelo filho.
A primeira vez que li uma sinopse desse livro, há muito tempo atrás e antes de não me aprofundar na leitura, não imaginei a terrível situação de Zaira, mas é claro que após ler o livro com carinho pude perceber que qualquer garota de 15 anos inicialmente faria o mesmo, até porque nenhuma garota tão jovem como Zaira suportaria com facilidade uma gravidez indesejada.

Como se não bastasse, ao longo da história Zaira se vê obrigada novamente por ordens do pai a casar-se com um homem que nem conhece só para satisfazer seu interesse após seu filho nascer, o qual é entregue à adoção. Após tanto sofrimento, ela ainda tem o desprazer de receber várias cartas anônimas com bastante frequência, o que só atormenta mais ainda a vida da jovem.

Vale mencionar ainda que Zaira é envolta por seu amor que, desde o incidente no carnaval, tenta ficar próxima dela, porém, a ignorância do destino os separam por muito tempo. Mas ainda assim, ambos continuam apaixonados e a procura um do outro.

A narrativa é alternativa, pois no começo do livro é narrado pelo próprio bebê de Zaira, ainda feto. Ele transmite alguns dos sentimentos de Zaira, quando por exemplo, consegue entender quando sua mãe está triste, quando apresenta comportamentos distantes ou até mesmo quando se sente sozinha, que era o mais freqüente. Depois disso, a narrativa recai mais sobre Zaira e acontecimentos ao seu redor e até mais distantes, como a vida do filho com os pais adotivos.

Foi a primeira vez que li um livro com uma narrativa assim e confesso que fiquei admirada, pois foi aconchegante acompanhar a leitura em todos esses momentos em que o bebê de Zaira respirava a vida da mãe e transmitia o amor que já sentia por ela.

Enfim, o livro é maravilhosamente bem escrito e rico em detalhes de lugares pretéritos, fazendo o leitor imaginar com profundidade o passado, pois aborda um tema forte, profundo e que ainda pode ser presente na nossa sociedade.

Como personagens marcantes, vemos Zaira que é forte e guerreira. Marlon, seu amor, é persistente e paciente. Seu pai, o machista, é egocêntrico e frio.

No desenrolar da história, o autor traz descobertas a respeito das cartas trazidas por alguém desconhecido, o autor do trágico acontecimento, mistérios que vão se desenrolando, o amor de mãe, o amor entre um casal apaixonado, a curiosidade e saudade de um filho que nunca nem conheceu sua mãe biológica, e por fim, a reviravolta de tudo de ruim que aconteceu.
Eu recomento sim essa obra encantadora e tenho certeza que outros leitores irão se apaixonar assim como eu. Vale a pena descobrir mais um talento da literatura brasileira.

site: http://www.leitorasvorazes.com.br/2017/01/resenha-104-mademoiselle-zaira.html
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Tamy 10/04/2018

Presente
Recebi esse presente a pouco mais de dois anos e em troca, deveria fazer uma resenha ou vídeo falando sobre esse livro. Primeiramente gostaria de agradecer ao Mario Vicente pelo lindo presente e o parabenizar pelo trabalho. Um livro emocionante e tocante que retrata a vida de muitas mulheres da época e um dos assuntos mais tratados nos dias de hoje , a violência contra a mulher, um livro marcante que me emocionou em muitos momentos, uma leitura fácil, porem com a narrativa um pouco corrida. Recomendo a leitura a todos, o Livro é maravilhoso
comentários(0)comente



23 encontrados | exibindo 16 a 23
1 | 2


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR