LuizaCands 01/11/2020
Pense bem antes de ler.
A trama gira em torno de Mark Watney, astronauta parte da missão Ares 3, que pousa em Marte e permanece no inóspito planeta por longo tempo, após ter sido abandonado por seus colegas tripulantes durante uma tempestade de areia, já que todas as circunstâncias indicavam que ele estava morto. E então acompanhamos os desdobramentos desse fato, especialmente as tentativas do protagonista e dos trabalhadores da Nasa de mantê-lo vivo e trazê-lo de volta à Terra. Com poucos suprimentos, um sistema falho de comunicação e muitas adversidades pelo caminho, conseguirá ele voltar para casa são e salvo? Ou morrerá tentando?
E, vai por mim, quem escreveu a sinopse não estava brincando ao dizer "Com um forte embasamento científico real e moderno". Sério, é muita informação científica e mecânica e eu tive bastante dificuldade com essas descrições a nível tão técnico e detalhado. De nada me serve esse conhecimento porque não sou graduada em nenhuma dessas áreas (nem pretendo) e também não gosto de uma ficção científica tão pesada assim. Por isso, foi cansativo, chato e desgastante. E creio que, se tivesse pulado algumas páginas, não teria feito a mínima diferença.
"- Então, podemos ter uma grande chance de matar uma pessoa ou uma pequena chance de matar seis. Nossa! Como tomar uma decisão dessas?"
Ainda assim, acho que algumas pessoas criticam esse livro de forma muito pesada... Primeiramente, é preciso lembrar que as percepções de Watney são feitas em seu diário de bordo e não necessariamente ele colocaria todos os sentimentos dele dentro desses papéis - e nem por isso signifique que ele não sinta. É possível perceber tanto pelas informações que nos são passadas sobre as análises psicológicas do personagem quanto durante a narrativa que ele é o tipo de pessoa que prefere disfarçar o sentimentalismo com piadas e não lidar com ele diretamente. Até porque se ele quisesse sair vivo de Marte, precisaria mais de determinação, objetividade e proatividade do que de seus sentimentos.
As descrições técnicas exageradas são muito cansativas e chatas, como disse anteriormente, mas são coerentes para a história: se acontecesse algo assim de verdade, é lógico que a Nasa e talvez até cidadãos comuns se interessassem por essas informações da mesmíssima forma que foram narradas (ou até mesmo com mais detalhamento). Além disso, o autor até tenta balancear um pouco com observações engraçadas ou piadas de Watney, então, bem, eu dou um crédito por isso. Honestamente, eu não entendi nem faço questão de entender metade do que foi dito (nunca pretendi ser astronauta ou qualquer coisa na área) e, para um leitor "comum", que também não é formado ou não é realmente integrado no assunto ou não deseja ser, isso não faz diferença.
Ressalto que também não são pontos que me agradaram tanto, mas não há necessidade de criticar tão duramente. A meu ver, mesmo nos pontos negativos, ainda há certa coerência com a história. E, até o presente momento, não assisti ao filme, mas acredito que seja melhor justamente pelo aspecto visual e a limitação de informações. Se você não gosta tanto desse tipo de leitura ou acha que não consegue lidar bem com o tanto de informações científicas, é melhor que você apenas assista ao filme. Aqui de fato não encontrará muitos atrativos se não for realmente seu estilo.
Eu, particularmente, consegui relevar no final os pontos negativos citados, apesar das minhas reclamações. Torcia tanto para que ele voltasse em segurança que era como se a situação realmente estivesse acontecendo. Adorei ver como todo mundo se uniu por uma vida, mesmo com os transtornos econômicos e até políticos. Assim, para mim, foi bom e gostei. Já a sua experiência depende se você conseguirá passar por cima desses aspectos que podem comprometer sua leitura. Espero que sim!