LT 27/10/2017
Lulu representava: liberdade, ousadia, aventura, dizer sim. O contrário de Allyson que é certinha, estudiosa, segue o script escrito por sua mãe que controla cada detalhe de sua vida.
Sua melhor amiga, Melanie, desde a infância, é sua companheira de todas as horas, mas diferente de Allyson, é impulsiva e não tem medo de arriscar, as duas estão em tour pela Europa, viagem que ganharam dos pais antes de embarcarem na grande aventura que será a faculdade. Guiadas até o último momento por uma agência de turismo, no último dia, Mel (como agora quer ser chamada) consegue convencer Allyson a assistir a uma peça ao ar livre, de Shakespeare. Encantada pelo ator principal que sempre que tem oportunidade a olha de um modo que ela não consegue definir, pois as atenções estão sempre voltadas para Mel que chama atenção com suas roupas e seu estereótipo loira. Sem coragem de ir até lá conversar com o rapaz, Allyson volta para o refúgio do hotel.
No dia seguinte, em uma viagem de trem, a caminho de Londres, para sua surpresa ela encontra o rapaz da peça, seu nome é Willen, que se mostra ainda mais interessado do que ela poderia imaginar. Durante essa conversa, Willen decide apelidar Allyson de Lulu e nem se quer pergunta seu verdadeiro nome. Ela, então, entra no papel e começa a interpretar essa nova mulher. Lulu conta sobre sua frustração de não ter conhecido Paris, e diante disso surge o convite de Willian para passar um dia com ele por lá. Allyson nunca aceitaria um convite desses, ainda mais vindo de um estranho, mas Allyson se foi e Lulu está pronta para essa aventura.
::: O mundo está dividido em dois grupos: o dos que fazem e o dos que observam. As pessoas com as quais as coisas acontecem e o restante de nós, que meio que se arrasta sobre as coisas. As Lulus e as Allysons. Nunca me ocorreu que fingindo ser Lulu eu pudesse fazer parte do outro grupo, mesmo que só por um dia. :::
Allyson tem apenas um dia para viver essa aventura na pele de Lulu, e pretende não desperdiçar nenhum momento, ela se abre para as possibilidades, se entrega totalmente a Willen, que recebe tudo e também se entrega ao que tudo indica. No entanto, as coisas não terminam como Lulu esperava, Allyson então reassume o seu lugar e tudo vira de cabeça para baixo.
::: Percebo, então, que não é suficiente saber como uma pessoa se chama. É preciso saber quem ela é. :::
Inicia-se então a segunda parte do livro, e essa posso dizer que foi um pouco arrastada, bem diferente do início. Allyson está melancólica, sentiu o gosto de ser Lulu e não sabe mais como ficar em sua pele. A faculdade que tanto sonhou não faz mais nenhum sentido, nada mais faz sentido. E mais uma vez o acaso a ajuda, Allyson conhece Dee, uma pessoa que se torna um amigo especial e tudo graças a Shakespeare, novamente.
Então ela encontra coragem para enfrentar seus medos, sai em busca de respostas do que realmente aconteceu naquele dia, em Paris, e dali surge uma nova Allyson. Ela está novamente no controle e nessa nova aventura, com seu regresso a Paris, onde tudo começou, surge a descoberta de si mesma, uma folha em branco sendo escrita.
::: (...) Eu estava bem, Até feliz. Eu pensei que estivesse. Então alguém apareceu e me mostrou que havia uma porta no quarto. Uma porta que eu nunca vira antes. E ele a abriu para mim. Segurou minha mão enquanto eu atravessava. E, durante um dia perfeito, fiquei do outro lado. Estava em outro lugar. Era outra pessoa. Depois ele sumiu, e eu fui jogada de novo, dentro do meu quartinho. E agora, independente do que eu faça, parece que não consigo encontrar aquela porta. :::
Conheci a autora através dos livros “Seu eu ficar” e “Para onde ela foi”, fiquei apaixonada pelas histórias e pela escrita da autora, como “Apenas Um Dia” também estava em minha estante, decidi continuar com o mesmo time (Em time que está ganhado não se mexe, não mesmo?), e foi certeiro. Gayle Forman, mais uma vez, conseguiu me transportar para um novo mundo, dessa vez em Paris, uma nova Paris apresentada por Lulu. Um livro com altos e baixos, onde não só o romance está lá, mas a descoberta de si mesmo, e ainda ao embalo de Shakespeare - se assim posso dizer.
Narrado em primeira pessoa, pelos olhos de Allyson, a força com que a história é contada nos deixa grudados nas páginas, laços de amizades, encontros e desencontros, formam essa emocionante história.
Existem duas capas lançadas pela editora Novo Conceito, uma segue o mesmo padrão das anteriores, as duas tem relação com a história, então é uma questão de gosto mesmo ao fazer a escolha de qual das capas.
Esse livro é ótimo para que gosta de suspirar ao ler uma boa reflexão sobre as coisas simples da vida, a paixão que pode surgir de algo simples e que pode nos manchar para sempre, e a coragem de enfrentar o nosso próprio eu.
Em relação ao desfecho, querem saber como termina essa aventura da Ally de volta a Paris? Ela volta a ser Lulu? Reencontra Will? Isso vocês terão de descobrir lendo esse livro que, para mim, foi um maravilhoso romance!
Espero que tenham curtido junto comigo falar sobre essa aventura, logo eu volto para falar da continuação dessa história, que será narrada por Willian, no livro “Apenas Um Ano”.
Deixe seu comentário, me conte se já leu, se tem interesse. E para quem leu, figa-me se também se apaixonou por esse casal. Até mais!
Resenhista: Danusia de Paula.
site: http://livrosetalgroup.blogspot.com.br/