Jeh84 07/08/2020
Hoje tem resenha? – Sim!
É de Romance de Época? – Claro!
Você se apaixonou pelo mocinho? – Não. Fiquei louca pelo protagonista, que de bom moço não tem nada. 😉
Agora sou eu quem pergunto: – Ficou curioso?
Depois de uma sinopse dessa não vá pensando que já está com a leitura garantida. Se ficar apenas com ela não saberá o que foi a ‘colisão’ do encontro entre Sebastian e Jessica. Adianto que foi como o choque de duas nuvens carregadas, como o som de um trovão… 😉
Nem pense que esta é uma história comum. Nada de cavalheiros que são verdadeiros príncipes ou de damas recatadas. Que graça tem nisso? Por essas páginas, você encontrará muita emoção. Pois é, tem sangue (isso literalmente falando), suor e até um pouco de lágrimas. Também tem bullying, intrigas e como não poderia deixar de faltar, uma “ex” interesseira. Mas é realmente a paixão que norteia até a última página.
Logo no início, já descobrimos a justificativa para Sebastian ser o que é. O homem dos meus sonhos? Sim, também. 😉 A forma como ele foi educado deixou uma profunda cicatriz em seu coração. Crescer sendo rejeitado pelo pai e pensando não ser amado por sua mãe fez de Lord Dain um homem cruel e sem escrúpulos para conseguir o que quer. Suas características o faziam pensar ser temido. Aproveitando-se disso, juntamente com sua riqueza e uma inteligência fora do comum, passava como um rolo compressor onde quer que fosse. Com esse pensamento, ele começa a atingir as finanças de Bertram Trent, uma criatura que poderíamos classificá-la nos dias atuais como um sem-noção. Ele jura ser o melhor amigo de Dain, então o acompanha (na maioria das vezes sem ser convidado) em bebedeiras, festas e todos os tipos de orgias. Dessa forma, afunda cada vez mais, levando consigo Jessica Trent, sua irmã, e a pouca herança que ainda lhes resta.
Qualquer semelhança do nome da mocinha com o da autora desse post é mera coincidência. Sim, mas, além da paixão que temos pelo mesmo homem (ai, ai, Lord Dain), a determinação por viver me fez pensar: – Está aí alguém que gostaria de ter como amiga. Até porque, quem ler saberá que não é bom tê-la como inimiga. 😉
Sei que você já percebeu que vou tecer amores por esse livro. E, pra completar, ele acontece entre a Inglaterra, França e as idas e vindas dos personagens por suas cidades. E é numa dessas viagens que Jessica chega à Paris. Aos vinte e sete anos, poderia ser considerada solteirona para a época, sendo que para ela não faltam pretendentes. Ela nunca se casaria por dinheiro.
Com os anos passando, ela se viu ajudando alguns parentes como “babá”, o que lhe ensinou muito bem a lidar com os homens. Também alimentou um sonho antigo de tornar-se dona de uma loja de objetos antigos. Sendo que o comportamento do seu irmão faria com que seus planos nunca saíssem do papel. Diante disso, ela tem o propósito de colocar algum juízo na cabeça dele e salvar o resto de dinheiro que ainda existe. Usará exatamente as armas que possui para alcançar o seu objetivo. Jessica foi desafiada, mas como é conhecida por todos por sua sagacidade, o aceitará. Só que ela não imaginou se apaixonar por seu oponente.
Ele representa tudo o que ela mais detesta, ou detestava. Ela era tudo aquilo que ele passou a vida jurando que jamais se aproximaria.
O primeiro encontro dos dois foi realmente significativo. Abalou a estrutura de ambos. Conhece aquela expressão de que você pode sentir a tensão entre os dois? Foi justamente o que aconteceu. Tudo o que ouviram a respeito do outro não fez jus à realidade. E a guerra foi declarada… Diante da postura deles a trama se desenvolve. E parabenizo a Loretta por saber dosar os acontecimentos e pincelar os personagens secundários ao longo disso. Dentre eles destaco o Conde d’Esmond com as palavras do Lord Dain: “- Esmond era bonito de um jeito muito masculino: esguio, louro e olhos azuis, com um rosto angelical”, (quem acompanhar a série lerá coisas ‘muito boas’ sobre ele) e Lady Pembury, a avó de Jessica, de quem ela herdou não apenas a aparência, como sua forte personalidade. (Percebeu que estou gostando muitos dos livros nos quais as vovós mostram que não pararam no tempo?) Essa daí teve toda oportunidade de roubar a cena, esnobou, mas terá a sua vez. 😀
Voltando para o duelo entre Dain e Jessica, é fato que nenhum dos dois venceria a batalha. Os encontros posteriores só os tornavam mais fracos perante a grandeza do sentimento que crescia a cada vez que se viam ou pensavam um no outro. A luta passa a ser contra eles mesmos, por não se conformarem com o que sentem. A cegueira da preocupação com o próximo passo do adversário não os permite ver que logo se tornaram vítimas de uma armação que prevê a destruição dos dois.
“— Então, vamos dançar.
— Não, não vamos – retrucou ela. – Eu havia guardado duas contradanças
porque… Bem, não importa. Já tenho um parceiro para esta.
— Certamente. Eu.”
É na aliança que os dois fazem para lidar com a situação que conhecemos quem verdadeiramente são. Jessica não usa máscaras e aproveita a conveniência para expor sua personalidade como um todo. É estimulada pelo comportamento de Dain. Nesse momento, a Loretta novamente me surpreende, ela traz o passado de Dain à tona, fazendo com que a gente, juntamente com a Jessica ‘enxergue’ o Lord Dain. Pode parar, não falo dos atributos físicos, mesmo ela o descrevendo assim: “– (…) grande e de proporções esplêndidas, vigorosamente musculoso”. Ele passa a imagem de não ter uma baixa autoestima. Aprendeu desde cedo a lidar com os comentários sobre sua aparência. É italiano, com toda a glória de sua linhagem. Mesmo assim, com a proximidade, ele demonstra ter um certo incômodo. E esse é o ápice da leitura. Imagine a pessoa com as características que acabei de citar fazendo juras em italiano… Acho apenas que perdeu o glamour a tradução vir logo depois da frase. :/
Ao se ver através dos olhos de Jessica, ele passa a se conhecer também. Isso torna a história fofa e divertida. Me rendeu algumas risadas. Sendo que estamos falando de um casal fora do comum, então não haverá um final água com açúcar.
A autora soube de forma inesperada colocar o último ponto na história, que de longe é uma das melhores que li. Fiquei completamente presa à história e, ao término, fiquei com aquele pensamento: – Como vou detalhar a leitura sem spoilear? ( – Produção, existe esse verbo?) Se não existir, releve, ainda estou sob os efeitos de Dain. ❤
O Príncipe dos Canalhas mexe com sua mente e seu coração. Esclarece que nem sempre ao lado de um macho-alfa haverá uma donzela indefesa. É divertido, provocante e irresistível.
Gostou? Mas não me refiro ao Dain, tá?! Finalizo utilizando as palavras da Jessica, minha nova BFF: – MEU!!!! (Foi tão emocionante quando ela disse isso.) 16/06/2015