Desireé (@UpLiterario) 24/07/2016Encantador e avassalador! (@upliterario)Sou um pouco (bastante!) suspeita para falar sobre Ian McEwan. Sempre me apaixono por tudo o que ele escreve: pelos seus personagens profundos, intensos e em constante dilema, pelas suas paisagens tão bem delineadas, pelas suas tramas tão bem desenhadas que te fazem mergulhar naquele pequeno fragmento de mundo tão sublime e, ao mesmo tempo, tão comum que é impossível não se sentir em casa.
E com A Balada de Adam Henry não é diferente.
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Fiona Maye é juíza do Tribunal Superior, especialista em Direito da Família, e conhecida por sua “imparcialidade divina e inteligência diabólica”. Mas seu sucesso profissional esconde os fracassos de sua vida privada. Prestes a completar sessenta anos, ela ainda se arrepende de não ter tido filhos e vê seu casamento, outrora tão sólido, se desmoronar como um castelo de areia. Assim que seu marido faz as malas e sai de casa, Fiona tem que lidar com o caso de um garoto de dezessete anos chamado Adam Henry, que sofre de leucemia e depende de uma transfusão de sangue para sobreviver. Seus familiares e o garoto, contudo, são Testemunhas de Jeová e resistem ao procedimento, o que instiga uma disputa judicial contra o hospital que exige que seja realizado o tratamento adequado.
O dilema, portanto, não se resume a uma mera decisão judicial, mas ao futuro de uma vida e as consequências que tal destino reservam a todos.
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Assim como nos demais romances de McEwan, a destreza de sua narrativa e o desenlace inesperado da trama estão presentes, mais intensos e enervantes do que nunca. Um excelente livro! Recomendo!
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