Daniel 17/11/2016
A Literatura Quase Real de Jorge Amado
Jorge Amado, a partir da década de 60, começa a se tornar uma das mais significativas referências da literatura moderna, no mundo todo. Traduzido para mais de 20 línguas e dono de uma prosa bastante leve e cujas temáticas são bem representativas da cultura baiana, Jorge Amado nos apresenta, em Dona Flori e Seus Dois Maridos, uma narrativa bastante intrigante, em que uma mulher perde seu marido, Vadinho, e, depois de algum tempo, volta a se casar, dessa vez com Teodoro. Porém, algo fazia falta em sua vida bastante convencional para os padrões da sociedade baiana. Então, Flor vai a um terreiro e pede para que Vadinho volte. Dessa maneira, a personagem principal começa a se sentir mais feliz com seus dois maridos. A linguagem utilizada na obra é uma linguagem fluida, objetiva, com a valorização dos espaços e, sobretudo, da própria narrativa, em si. Seus personagens são típicos da cultura baiana. A intertextualidade presente dentro da narrativa também chama a atenção. Vemos a presença de Zélia Gatai, esposa do romancista, e de Sílvio Caldas, um dos maiores nomes da música popular do começo do século. A obra de Jorge Amado foi retextualizada duas vezes: uma para a televisão, como minissérie, e a outra para o cinema, elevando cada vez mais o valor e a importância da obra para a literatura brasileira.