Gustavo Aranha 01/05/2020
Um livro excelente
Para quem não conhece esta brilhante mulher: Monja Coen é uma monja do Zen Budismo, começou seus estudos em 1983, em Los Angeles, e depois foi para o Japão quando se tornou monja. Neste livro ela traz vários casos super interessantes em que se destacam dois grandes aprendizados:
O primeiro foi algo muito simples, contudo muito transformador. Geralmente quando começamos aprender sobre meditação ou até outras práticas orientais, associamos o estado meditativo ao estado de ausência de pensamentos e completa plenitude. Mas como ela nos ensina - por meio dos hilários casos, em forma de pequenos contos - é que meditar é simplesmente observar os pensamentos. Não é plenitude. É conhecimento. É sair do piloto automático e se observar.
O segundo aprendizado veio com o caso de se entregar ao momento. Ela conta uma situação vivida, em que sentia frio, estavam numa tradicional caminhada, no Japão, numa temperatura menor que zero. Era uma espécie de ritual, e ela não poderia deixar de fazer sua parte ou prejudicaria a todos, e suas mãos estavam congelando, e por uma fração de segundo ela não se achou capaz, mas a energia da caminhada a transbordou, era algo mais forte que ela, não estava sozinha. O que aprendi com o caso? O corpo se adapta, no começo ela sentia muita dor, depois se acostumou.
Nos caminhos tortuosos da vida é assim, o início tem dor e dificuldade até aceitarmos o desafio e podermos começar a viver aquele momento. Assim também foi comigo, numa cirurgia recente, que enquanto eu lutava com o medo de sentir a dor, sentia a mais profunda agonia. Até o momento que entendi, que aquilo era singelo e único, eu deveria aproveitar aquela oportunidade e ser a própria dor. Parece não fazer sentido, mas fez toda a diferença. Transformei algo que era quase uma tortura em prazer. Portanto, apenas leiam e sigam essa mulher.
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