A confissão de Lúcio

A confissão de Lúcio Mário de Sá-Carneiro




Resenhas - A Confissão de Lúcio


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Navi.Azuos 25/04/2020

É Isso!
Que livro lindo, estranho, maravilhoso, nada com nada, profundo, raso... Só Mário para ter uma mente brilhante e produzir algo deste tipo.
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Cabelo 27/04/2010

Um livro de sensações
Um triângulo amoroso é uma leitura superficial da obra. Mais fiel seria dizer um amor que catalisou uma série de atos e relações que levam a um crime. Um crime passional - mas não um crime passional comum, como se vê nos noticiários. Até porque o amor apresentado no livro é enlevado, ao mesmo tempo em que é contido, não expressamente revelado. É velado e até certo ponto repudiado, incompreendido e todas as dificuldades, as ações e, sobretudo, as angústias nascem desse conflito.







O conflito do próprio narrador-personagem, também vivido pelo outro personagem do “triângulo”, é fruto de seu criador; eles são alter-egos do próprio escritor Mário de Sá-Carneiro. A confissão desse narrador após dez anos de solidão preso, que sequer é um criminoso propriamente dito, mostra a inocência e culpa da incapacidade de manifestar ou expressar o verdadeiro amor que sentem que . A narrativa é composta muito de sensações e sonhos do seu narrador. E no fim das contas, fica difícil até de se afirmar que houve de fato um crime, que houve de fato um adultério, ou mesmo que um triângulo, ou que a mulher desse triângulo, Marta, realmente existiu e não foi uma metáfora para uma relação socialmente impossível, mas vivenciada na prática, e estigmatizada na prática.







Tudo isso em um “cadinho” de livro muito condensado e impressionante.


http://literaturacotidiana.com.br/?p=2918
Amanda 15/07/2011minha estante
Livro estrambótico!


Josefa Costa 28/05/2012minha estante
Tive a oportunidade de ler este livro recentemente, o qual achei muito envolvente.
É muita sensação e imaginação!


Cabelo 12/06/2012minha estante
é muito instigante!




jota 28/11/2021

BOM: mas confesso que essa confissão não me entusiasmou tanto assim; continuo firme com Eça e Saramago...
Lido entre 22 e 26/11/2021.

Pouco eu sabia de Mário de Sá-Carneiro (1890-1916) até me deparar com A Confissão de Lúcio (1914). Que tem uma escrita nada parecida com a de Eça de Queirós ou a de José Saramago, dois ilustres autores lusitanos de quem já li bastante coisa. A Confissão... é um texto de vanguarda, que rompe com a narrativa portuguesa tradicional das histórias centradas no código início, meio e fim, tendo muito mais a ver com, p. e., a poesia modernista de Fernando Pessoa.

De Pessoa o livro traz uma significativa citação em sua abertura: “... assim éramos nós obscuramente dois, nenhum de nós sabendo bem se o outro não era ele-próprio, se o incerto outro viveria...”, do poema Na Floresta do Alheamento, que faz parte do Livro do Desassossego. Quer dizer, o inconsciente tem importante papel na literatura de Sá-Carneiro.

Característica destacada pelo professor Leodegário Amarante de Azevedo Filho, que fez a apresentação de Sá-Carneiro em algumas edições brasileiras do livro. Paixão, ciúme e crime se fazem presentes nessa história delirante em que o personagem confessa ser inocente após passar dez anos preso. Não é todo dia que temos uma novela “policial” como essa para ler.
Paulo Sousa 28/11/2021minha estante
Tou pegado n?As intermitências da morte! ??


jota 28/11/2021minha estante
Um ótimo Saramago esse, Paulo, assim como Caim.


Paulo Sousa 13/12/2021minha estante
Concluído. Nota 5 As intermitências da morte!!!


jota 14/12/2021minha estante
Um Saramago de tempos em tempos é sempre muito bom, sem dúvida.




underlou 05/10/2022

Mario Sá-Carneiro consegue como poucos autores nos transportar para dentro da sua breve narrativa apenas com a sedução de palavras.

Apesar de ser uma história bem descritiva, o autor segue uma linha objetiva, sem se ater a muitos pormenores, senão sua confissão principal.

Há um trecho em particular, quando é descrito um rito chamado de "orgia do fogo", que a assinatura é tão soberba que é possível termos que voltar várias vezes para relê-la como se tivéssemos sido capturados por aquela imagem ligeira.

"Quimérico e nu, o seu corpo sutilizado, erguia-se litúrgico entre mil cintilações irreais. Como os lábios, os bicos dos seios e o sexo estavam dourados ? num ouro pálido, doentio. E toda ela serpenteava em misticismo escarlate a querer-se dar ao fogo?Mas o fogo repelia-a?Então, numa última perversidade, de novo tomou os véus e se ocultou, deixando apenas nu o sexo áureo [...]"

A história em si é muito surpreendente, pois inicialmente (e o livro também é vendido com 'spoilers' nesse sentido) pensamos que o enredo gira em torno de determinado tema sobre o qual se anunciará um final trágico - esperado; no entanto, há algo de impreciso sobre o rumo da narrativa que torna até bobo o seu desfecho, apesar de evidentemente ser divertido e aprazível.

Ao final, há ainda um trecho que possivelmente pode exemplificar nosso deslumbramento diante dessa obra:

"Acho-me tranqüilo - sem desejos, sem esperanças. Não me preocupa o futuro. O meu passado, ao revê-lo, surge-me como o passado de um outro. Permaneci, mas já não me sou. E até à morte real, só me resta contemplar as horas a esgueirar-se em minha face? A morte real - apenas um sono mais denso?"
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rafa moreno 13/09/2009

a confissão
É incrível como a mente humana nos engana. Durante a maior parte do livro eu fui envolvido pela história e não quis compreender o que realmente se passava e no final do livro tudo veio à tona e me senti enganado pelo autor. Foi divertido
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Lucas Conradi 08/07/2020

Aquele tipo de livro que termina e você fica q?? mas num sentido bom! e façam terapia pra não ficar como o Lúcio.
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Marcelo217 16/01/2021

Eloquente demais
Fiquei "cozinhando" esse livro por mais de um ano, quando retornei, não lembrava mais de nada e tive que relê-lo desde o início.
O livro em si não chega a ser desagradável, mas há um lirismo muito exagerado na escrita, muitas vezes a compreensão fica comprometida. As sinestesias, às vezes, eram só um amontoado de palavras sem sentido. Para mim, que gosto quando a narrativa me dá espaço para imaginar, não me agradou a condução da história, onde os sentimentos eram super descritos..
O personagem Lúcio não me agradou, pois pensava de uma forma e agia de outra. Era muito omisso às suas vontades e ao meu ver, sofreu à toa.
Fazendo uma análise literária, a história se assemelha muito com a vida do autor. Talvez tenha sido uma versão da qual ele idealizava a sua própria vida. De fato, é bem modernista e representa muito bem a expressão portuguesa deste movimento literário.
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. ⪠28/06/2023

Se alguém tivesse simplesmente falado calma amigos tudo bem ser gay ! nada disso teria acontecido...
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jhdep 06/03/2023

A confissão de Mário?
Mário era um homem cujo espírito não fazia parte totalmente de sua época: melhor amigo de Pessoa, o poeta modernista dos heterônimos, era mais ligado ao movimento simbolista que às temáticas futuristas da revista Orpheu. Trazia sempre sua melancolia, descompasso, desesperança em seus poemas, carregados por uma névoa sinestésica e construído com palavras que, muitas vezes, dessacralizavam o texto por seu tom grotesco.

Nessa novela simbolista - algo raro para o Brasil, cujo movimento aqui pareceu se limitar à poesia - acompanhamos a história misteriosa de Lucio, homem recém-saído da cadeia que reconstitui a história que culminou em sua prisão. Narrador não-confiável, conduz a narrativa de maneira a tentar relatar - é indiferente a provar algo nesse momento - as nuances sobrenaturais de sua vivência, que envolvia seu amigo e poeta Ricardo e a esposa deste, Marta.

O texto aborda questões homoeróticas (em pleno 1914) de forma quase mística, sobrenatural, e a trama atinge seu ápice tendo como base esse motivo. Ora, reconhecendo hoje a vivência do próprio autor em relação a sua sexualidade, considerada desviante para época, ele parece utilizar de diversos personagens aqui para exprimir parte de suas próprias angústias, de maneira a dar um tom ficcional a sentimentos que, se saídos de sua própria boca, seriam extremamente condenados.
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César 16/02/2020

Trata-se de uma leitura imprevisível com uma reviravolta que extrapola os limites do admissível. Confesso que escolhi a obra convencido da sua originalidade por tratar de um relacionamento entre dois amigos que supera o vínculo afetivo mas que também não se basta no envolvimento amoroso. A ordem dos sentimentos experimentados por Lúcio e Ricardo paira além da expressão do desejo e flerta com a identidade e a compreensão mútua. Um envolvimento que, por não poder ser consumado fisicamente, engendra um meio místico de se fazer existir.
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Polliana 14/01/2021

A Confissão de Lúcio
A confissão de Lúcio
Mário de Sá-Carneiro

Após dez anos de prisão, Lúcio conta a história de sua inocência, a história é narrada do fim para o início, vamos acompanhar o nascimento de uma grande amizade e um triângulo amoroso, em que os personagens são o lúcio, Ricardo e a Marta ( esposa do Ricardo).

Na literatura nacional o Machado de Assis deixou um grande enigma, afinal Capitu traiu ou não traiu o Bentinho? Na literatura portuguesa o grande enigma está na obra escrita pelo Mário de Sá-Carneiro :
Marta existe?
Não é spoiler

O romance é uma carta de confissão do protagonista, o que torna o texto verossímil, mas ao mesmo tempo temos só a palavra do lúcio narrando os acontecimentos. O lúcio é um narrador confiável? Devo informar que a leitura deixa mais dúvidas que respostas.

Uma obra maravilhosa, não fiz uma resenha, interessante que você comece a leitura sabendo o mínimo, a experiência é mais enriquecedora.

com certeza a leitura dessa novela foi um das melhores experiências. recomendo A confissão de lúcio, com certeza quero ler outras obras do autor.

Mário de Sá Carneiro nasceu em Lisboa em 19 de maio de 1890; suicídio em Paris, em 26 de abril de 1916. Seu grande amigo foi o poeta Fernando Pessoa, inclusive tem o compilado com as cartas trocadas entre eles.

⭐⭐⭐⭐⭐💜

site: https://www.instagram.com/p/CECFJbhjJ8j/?utm_source=ig_web_copy_link
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pierrealmeidaba 21/10/2022

Lúcio aproveita a sua saída da prisão para contar-nos (sob a sua perspectiva) uma sucessão de acontecimentos que culminam na prática de uma crime. A história é ambientada entre Paris e Lisboa, no período conhecido como "la belle époque", uma época de intensa agitação política, social e cultural. É possível extrair da narrativa, toda a organização social na época do movimento modernista para a composição da relação vivida entre Lúcio, Ricardo de Loureiro e Marta.

Por falar em Marta... teria ela existido ou seria apenas uma extensão irreal da relação de Lúcio com Ricardo de Loureiro? Seria um delírio da mente de Lúcio tentando justificar os seus anseios?

"A Confissão de Lúcio" realmente foi uma grata surpresa literária e tal como a personagem Marta (pelo menos na minha leitura), é um dos grandes mistérios da literatura mundial.
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Quel 28/07/2009

Um livro para saborear !!
Minhas últimas leituras foram bebidas aos litros...
Já "A cofissão de Lúcio" pede uma leitura mais calma...é muito poético e envolvente!
Uma obra que li aos sorrisos..embora seja dramática.
Doce loucura!rs
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Cássia 17/12/2009minha estante
A homossexualidade velada na novela nos faz ver a necessidade do personagem construir a imagem de Marta o lado feminino de Ricardo, o que nos dá um clima de mistério, fazendo o leitor voltar, ao fechar a última página, rever diálogos e sentimentos, para colher o sentido do assassinato e quem de fato foi morto, quem existia de fato, quem era fruto de imaginação, quem era os reais amantes.




Bruno Oliveira 28/08/2021

UMA VISÃO MODERNISTA DO AMOR, ESTRANHO AMOR
A confissão de Lúcio, do poeta português Mário de Sá-Carneiro é uma narrativa singular da primeira década do século XX. Nela, acompanhamos o relato do escritor fictício Lúcio e do seu envolvimento com o igualmente escritor fictício e amigo Ricardo Loureiro e a esposa desse Marta. Como só temos a visão das coisas pelo viés do Lúcio, sua narrativa é carregada de digressões que, aliadas ao vocabulário poético, isto é, rico em dizer bem mais do que é dito, torna a narrativa “pouco confiável” ou “não tão verdadeira assim” e, claro, torna-a também dúbia em significados e significâncias. Há muitas dicas em itálico que orientam o leitor em saber o que de fato está acontecendo. Mas, leitores espertos, logo sacam o real da trama toda. A confissão de Lúcio é uma ótima experiência literária; faz-nos atordoados que nem o apaixonado que nos conta a sua história.
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