Raniere 11/01/2016
Quem sobreviveu em 1980 em O Voo da Libélula?
Em 23 de dezembro de 1980, um avião cai na fronteira entre a Suíça e a França matando todos os seus passageiros. Todos, menos uma: um bebê de três meses. No voo existiam dois bebês da mesma idade e ambos do sexo feminino. Um bebê era de uma família e abastada, o outro de uma família pobre e, como na época não existia exame de DNA, ambas famílias entraram em uma disputa judicial pela guarda da criança. A disputa acaba sendo resolvida, mas a identidade da criança continua incerta, e um detetive particular é contratado para solucionar o caso.
A investigação vai até 1998!
Vocês, assim como eu, podem pensar: “Mas o exame de DNA foi criado no início da década de 90. Por que eles não fizeram o exame com as duas famílias e solucionaram o caso de uma vez?”. Seria fácil assim, não? Porém, por uma razão que eu não contarei aqui, tal exame não adianta de nada. E o motivo é perfeitamente lógico!
Este é parte do enredo de O Voo da Libélula, livro de Michael Bussi, que terá, inclusive, sua história adaptada para os cinemas. Contada a partir de duas perspectivas diferentes, o livro consegue prender o leitor em uma trama muito bem construída. A história demora a pegar ritmo, mas os acontecimentos são bem costurados, e o leitor não se sente, em nenhum momento, enganado.
A primeira perspectiva que temos neste livro é o presente, onde o protagonista Marc Vitral tenta seguir os passos de sua possível irmã, Lylie, que fica transtornada quando lê o diário do detetive particular Crédule Grand-Duc. Lylie deixa implícito que fará algo arriscado, e Marc, preocupado, tenta achá-la. Durante sua busca, Marc vai lendo o diário, onde fica nossa segunda perspectiva: o relato de Grand-Duc, escrito durante os quase 18 anos de investigação.
Crédulo Grand-Duc tinha até o aniversário de 18 anos de Lylie para descobrir sua real identidade. Minutos antes de o prazo acabar, Crédule, decepcionado por não ter conseguido solucionar o caso, resolve tirar a própria vida em cima do jornal onde foi noticiada, na época, a queda do avião. Porém, ao olhar para este jornal, Crédule encontra uma pista que só poderia ser vista anos depois e desiste do suicídio, mas é assassinado em seguida.
Apesar do enredo ser bem construído e interessante, os personagens de O Voo da Libélula são fracos e pouco carismáticos. Só senti empatia por uma única personagem: Malvina de Carville, outra suposta irmã de Lylie. Mesmo assim, O Voo da Libélula não é um livro ruim, e sua história tem o poder de prender um fã de mistério até o seu surpreendente final
Nota: Carol Rodrigues, editora e resenhista da Encontros Literários, tentou ler O Voo da Libélula e não conseguiu. Segundo ela, o livro não faz o seu estilo e a falta de ritmo no começo da obra a cansou. Mesmo assim, a trama a intrigou, e Carol, após eu terminar de ler o livro, me perturbou por horas a fio para que eu fizesse um resumo completo do livro, do início ao fim.
site: encontrosliterarios.com.br