Ana Luiza 15/09/2016Como não querer uma NE para você? Fury introduz uma nova visão de fantasia que quase pode ser vista como ficção cientifica. Diferentes de temas já muito tratados, reformulados, manjados de todas as formas, o romance da Laurann Dohner nos entregou uma ideia original e bastante criativa. A mitologia criada para guiar a história é um clichêzinho necessário, porém bem trabalhado e com suas particularidades bem marcantes.
O enredo é todo amarrado, sem nós soltos e bastante eletrizante, com direito a capítulos fluidos, cheios de ação e uma boa dose de realidade – não espere encontra aqui apenas cenas doces do casal. Com uma escrita descomplicada, coloquial e sem nunca nos entediar, Dohner fez um ótimo trabalho ao desenvolver os diálogos das personagens, sem momentos forçados ou incompatíveis.
A história de Fury, Ellie e da retomada da vida dos Novas Espécies é tramada em terceira pessoa, facilitando o nosso acesso a todos os fatos que acontecem em torno do casal e da população NE. Além disso, é preciso dizer que a autora não nos enche detalhes, com longas descrições de coisas desnecessárias, mas também fornece uma boa ideia do que está acontecendo sem ser superficial. Em outras palavras, podemos nos colocar tranquilamente nas cenas e até enxergar com clareza o que está ocorrendo.
Sobre as personagens, só me sobram elogios. Embora as características apresentadas não sejam do meu agrado, a autora construiu personagens complexos, diferenciáveis entre si e carismáticos. Você tem traços marcantes e bem delineados de cada um, como o ciúme possessivo de Fury, a coragem e, ao mesmo tempo, a passividade de Ellie. Há também outras personagens apresentadas na trama que são tão bem desenvolvidas que, mesmo sendo secundárias, você pode reconhecer só por seus diálogos e humor.
Sobre o livro em si, é importante salientar o bom trabalho da editora Universo dos Livros. Além de uma capa linda – que eu achei mais bonita que as capas originais da série -, o trabalho dentro do livro como a diagramação, a tradução e a ortografia estão bons e corretos. Como ponto negativo nessa parte, gostaria de salientar a letra pequena. É realmente difícil de enxergar bem depois de devorar esse romance HAHAHAHA.
IMPRESSÕES: Fury é uma ideia original, divertida e também reflexiva. Traz dois temas polêmicos presentes na nossa realidade, abordados com muita habilidade pela autora: A intolerância pelo diferente (e aqui foi crucificados os Novas Espécies, mas podemos muito bem colocar isso no mundo de hoje) e o uso antiético da ciência. Além de muita ação (e vou frisar isso mais uma vez), o livro tem cenas eróticas (muito eróticas!) e de violência real – nada daquela coisa que não existe morte aqui.
Se quiser se aventurar por um mundo eletrizante, quente e “quase” real, Fury é uma ótima pedida.
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