Gabriela Cravo e Canela

Gabriela Cravo e Canela Jorge Amado




Resenhas - Gabriela Cravo e Canela


527 encontrados | exibindo 196 a 211
14 | 15 | 16 | 17 | 18 | 19 | 20 |


Luciano Luíz 09/08/2014

Eu não assisti as versões televisivas com a Sônia Braga e Juliana Paes, então, comparar não posso... a não ser por aquela lendária cena, onde Gabriela sobe no telhado... mas, fora isso...

GABRIELA, CRAVO E CANELA de Jorge Amado, é um livro comum. Com o cotidiano de uma cidadezinha litorânea.
Com o progresso que vai de encontro com as tradições dos coronéis.

Tem a narrativa simples. Pobre. Nada de extraordinário nem mesmo no enredo.

A estória de amor que é comum nos romances.

Porém, o autor quis explanar da forma mais detalhada possível, o clima histórico e sua sensual (e de certa forma, inocente) personagem.

Não vi algo que pudesse ser chamado de obra-prima. Mas o livro tem o seu charme.

Tirando Gabriela, Nacib e Mundinho, os demais personagens não são tão profundos (algum coronel, as vezes...), e isso faz o livro se tornar lento. Repetitivo... sem nenhuma surpresa.

Apesar que próximo do final, existem algumas. Mas nada que nos surpreenda de fato.
Mas isso varia de leitor para leitor.

Algo que muita gente não sabe, é sobre a cena no telhado... mas isso não vou comentar para não estragar o enredo (que já não é uma maravilha...)...

Enfim... Gabriela não foi o livro que eu esperava. Acreditava que fosse mais apaixonante, com diálogos inteligentes e até pitadas de humor. Mas, mesmo a sensualidade nas descrições de Jorge Amado, deixaram muito a desejar.

É um bom livro?
É.
Vale a pena?
Talvez.

Nota: 2 estrelas

L.L. Santos

site: https://www.facebook.com/pages/L-L-Santos/254579094626804
comentários(0)comente



Maju 21/07/2022

Belezas
O Brasil é um país precioso: aqui estão paisagens belas, uma infinidade de recursos naturais e um povo capaz de trabalhar e fazer arte do dia a dia, infelizmente são poucos que conseguem vislumbrar isso. Jorge tinha esse dom, de marcar a gente com a beleza da nossa gente e da nossa terra, sem esquecer de apontar as mazelas e fazer as críticas mais que necessárias de que a vida da gente podia ser tão mais vida.
comentários(0)comente



Vanessa.Benko 31/12/2022

O fato de não se compreender ou explicar uma coisa não acaba com ela.
Uma leitura que veio para me provar que é complexo ser simples. Um mundo cheio de preconceitos, padrões exigentes e uma ávida vontade de agradar outros.
Gabriela é simples. Tão simples que não a compreendemos de início. Uma personagem aparentemente plana, escondida em camadas de sujeira e silêncios. Uma flor, que não sobrevive em vasos. Desabrocha e somos capazes de sentir sua leveza e pureza pelos olhos dos outros personagens.
Num contexto de coronelismo e disputas políticas, crescimento e modernidade. Uma luta constante pelo poder, seja no âmbito social ou familiar. Ódio, violência e a vontade de ganhar, custe o que custar. Contrastados com a leveza de um único ser que encanta a todos: Gabriela. Na sua simplicidade de ver o mundo, de interpretar a bondade e de não guardar rancor, Bié desfila simpatia e distrai a todos, sem distinção.
Confesso que o começo da leitura foi entediante; eu segui sem entender o porquê citar tantos personagens e histórias. Depois entendi que esse peso do contexto é uma sensação necessária, para sermos embriagados do cheiro de cravo leve, da cor de canela que se destaca. O contraste torna justamente as injustiças ainda mais insuportáveis. Torna o machismo ainda mais horrível. E torna os julgamentos ainda mais repugnantes.
Por mais Gabrielas no mundo, real e ficcional. Por paz de espírito para que assimilemos cada dia mais que a felicidade reside nas coisas simples do mundo. E que por vezes não precisamos sequer definir, apenas sentir e deixar acontecer.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Duda 09/10/2022

Uma flor e uma estrela - ou Gabriela, Cravo e Canela
Sempre tive uma queda pela figura literária de Gabriela, o seu espírito livre, seu riso frouxo, sua inocente sensualidade. Nada mais justo que dizer ela é uma das personagens mais importantes da literatura brasileira.

Jorge Amado, nesse livro, retrata maravilhosamente bem o progresso não só de Ilhéus, da Bahia, mas de todo um modo de pensar, característico do século XX, e de suas mudanças estruturais na sociedade. Que escritor!

Fui completamente apaixonada durante todo o livro. Pela história cativante, por Gabriela, por todo o cenário de Ilhéus e aquela comunidade. É o primeiro livro de Jorge que leio, mas aposto que é o meu favorito! ??
comentários(0)comente



Sabrina 13/07/2012

Um livro inesquecível
Ler Gabriela, Cravo e Canela, de Jorge Amado, é simplesmente arrebatador. O livro tem vida, as páginas parecem pulsar ao ritmo do cotidiano da cidade de Ilhéus da década de 1920. Não é à toa que Jorge Amado é tão celebrado.

[SPOILERS]

A história se inicia quando Nacib, descendente de sírios, mas tipicamente brasileiro, se descobre subitamente sem cozinheira para preparar os doces e salgados que serve no bar do qual é dono. Desesperado pela falta de mão de obra, ele acaba contratando uma retirante da seca no sertão: Gabriela.

Está criado o pano de fundo para a obra que é uma verdadeira crônica social de uma cidade em pleno desenvolvimento. Pelo bar passam os principais personagens, e da vida deles o leitor vai sabendo, página a pagina. Assim o escritor resume o que significava viver naquela cidade com tantas perspectivas de progresso.

Jorge Amado resume precisamente no início do livro que nada representou tanto o progresso da sociedade naquele ano como a paixão de Nacib e Gabriela. O casal quebra com o costume de que marido traído deve matar esposa e amante. Eles também introduzem a ideia de casamento por amor, mesmo entre classes tão distintas. E entre eles ocorre ainda uma espécie de divórcio, impensável naquela época.

O enredo mostra ainda um relacionamento aberto depois da separação do casal protagonista. E vai além de apenas demonstrar o progresso da cidade: mostra claramente as consequências de se tentar mudar a essência de uma pessoa devido ao casamento, de forçá-la a agir de uma forma que vá contra a sua natureza, apenas devido aos costumes esperados pela sociedade na qual se vive.

Mas Gabriela, a personagem principal do livro, é realmente o que há de mais brilhante na obra de Jorge Amado. Ela é um enigma, e tão bem construído psicologicamente que instiga o leitor a tentar desvendá-la, a tentar entender por que ela age assim. Faz parar de ler por uns momentos para refletir, para entender. Se Gabriela amava Nacib tanto assim, por que o traiu? Mas é apenas por alguns instantes, pois logo o leitor vai continuar a virar as páginas num ritmo mais frenético ainda.

Fiquei chocada ao perceber o comportamento da personagem principal, mas me recusei a julgá-la no calor da emoção. Isto porque o escritor faz com que se crie uma simpatia desde o início com a protagonista, e não conseguia pensar nada de mal dela. Depois, entendi que Gabriela é a personificação da simplicidade. Para ela ser feliz era necessário muito pouco. Ela é tão simples, que chega a ser ingênua, de uma pureza tocante, capaz de amar de uma forma linda, apesar de toda a sensualidade que representa.

É por isso que ela não é uma heroína típica, que só tem qualidades. É uma personagem que cativa qualquer leitor. E aí aparece mais uma vez a genialidade de seu autor: muito mais do que retratar Gabriela por si mesma, por suas falas, ações e pensamentos, Amado a retrata através da visão dos outros personagens. Por ser uma protagonista, pode-se considerar que pouco dela é genuinamente mostrado. O resto é subjetivo, é para ser lido nas entrelinhas.

E a presença de Gabriela norteia todo o livro, apesar de haver ainda muitas histórias enlevadoras, como a de Malvina, moça de ideias modernas, que foge para quebrar com a tradição de ter que obedecer a um marido e cuidar de um lar; a de Mundinho Falcão, que revoluciona a política; a de Jesuíno, primeiro coronel a ser preso por crime passional na cidade; e tantas, tantas outras, que tem em comum entre si o fato de demonstrar como Ilhéus vai se transformando por causa do progresso trazido pelo cacau. Tudo isso sem esquecer de contar como era no passado.

Ler as páginas de Gabriela, Cravo e Canela é ser transportado para outro tempo, devido a uma descrição de cenário que quase é possível tocá-lo. Durante alguns dias, vivi naquela Ilhéus, e desejei ser um de seus personagens. Essa é a força de Jorge Amado: nos faz captar uma realidade, e nos faz amar seus personagens como se fizessem parte de nossas vidas. São histórias que, apesar de retratarem um período histórico, são atemporais, pela força das emoções que carregam.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



marieta. 19/06/2024

Expectativa vs Realidade
Meu primeiro contato com Gabriela foi através de breves cenas da novela da Globo (no tiktok kkkkk). Pois, qual foi minha decepção quando descobri que a maioral, o principal motivo de eu ter pego o livro pra ler, praticamente não aparece? Gabriela é nossa flor, mas Malvina é a estrela.

Além de diversas outras cenas e personagens que esperava ver, mas não apareceram. Com certeza, eu teria aproveitado melhor se não tivesse ciência da novela e, consequentemente, a comparasse com o livro. Não foi o que sucedeu, então a sensação é de falta. Sim, ficou faltando algo.

Enfim, obra perfeita para as telas, já não tão envolvente para as páginas. Contudo, não se pode tirar o valor da crítica, e nem da escrita, de Jorge Amado.
comentários(0)comente



Luis Netto 20/09/2011

Gabriela, Cravo e Canela
O dia de hoje amanheceu gelado para os padrões de São José do Rio Preto e como estava convidativo para ficar em casa, aproveitamos o momento em família e fomos todos ver fotos antigas, um grande passatempo. Numa das fotos, me encontrei de volta a Ilhéus, na Bahia, local onde fiz minha primeira viagem de férias em companhia de meus pais. Na época eu ainda era muito pequeno, tinha cerca de 4 ou 05 anos de idade. Nos comentários de cada foto, surgiu a vontade de escrever sobre um livro que teve sua historia baseada naquela cidade e que a tornou famosa no mundo inteiro. O livro que me refiro é “Gabriela Cravo e Canela”, de Jorge Amado, um dos maiores autores brasileiro do século XX. Jorge Amado de Faria nasceu na Fazenda Auricídia, em Ferradas, distrito de Itabuna, Bahia em no dia 10 de agosto de 1912. Ele teve três irmãos: Jofre, 1915, Joelson, 1920, e James, 1922.
No livro “Gabriela, Cravo e Canela” o autor, conta a fascinante história do amor entre o sírio Nacib e a bela Gabriela e seu texto vem mostrando e valorizando a maior região cacaueira do Brasil, num texto regionalista
Cacaueiro

Em 1925 os fazendeiros da região do Sul da Bahia estavam preocupados com a estação das chuvas, pois nunca havia chovido tanto. Meses antes, todos estavam preocupados com a seca, por isso começaram a aclamar por chuvas para os padroeiros São Sebastião e São Jorge. Até procissões foram feitas. Durante uma delas aconteceu o milagre e as chuvas começaram. Choveu tanto que ficou tudo inundado.
Os mais beneficiados com as chuvas foram os fazendeiros de cacau e café. Dentre eles estava o Coronel Manuel das Onças, que ia vender o seu produto ao Mundinho Falcão, um jovem carioca que veio para Ilhéus e lá enriqueceu como exportador dos produtos da região.
Fachada do Bar Vesúvio

O Coronel fez três viagens e numa delas encontrou o cozinheiro Nacib Saad, dono do bar Vesúvio (este bar ainda existe e está localizado no centro da cidade de Ilhéus e é um ponto turístico do lugar), que estava desesperado, pois havia perdido sua melhor cozinheira, Dona Filomena, nas vésperas do jantar que havia preparado para mais de trinta pessoas em comemoração da recém-inaugurada empresa de ônibus que fazia Ilhéus-Itabuna duas vezes por dia. Agora Ilhéus tinha um serviço de transporte coletivo, graças ao empreendimento de dois homens corajosos - o russo Jacob e o Moacir da garagem.
Os principais personagens de Gabriela Cravo Canela
A família Bastos comandava o destino político de Ilhéus há mais de vinte anos, prestigiados pelos sucessivos governos estaduais. O coronel Ramiro Bastos não gostava da liderança exercida por Mundinho Falcão. Ele estava à frente de quase todos os projetos que se fazia em Ilhéus: a instalação de filiais de bancos, empresa de ônibus, a avenida na praia, a publicação do jornal diário, os técnicos vindos para as podas de cacau, arquitetos para projetar os palacetes dos coronéis. Para Mundinho, as necessidades dos coronéis não mais correspondiam com as necessidades da cidade em rápido progresso. Era uma guerra de ideologia.
Houve o assassinato de um casal que despertou inúmeras discussões acaloradas entre os moradores de Ilhéus. O coronel Jesuíno, um rico e respeitado fazendeiro da região flagrou sua esposa, Sinhazinha, na cama com o dentista, Dr. Osmundo e matou a ambos em nome da honra. Todos discutiam as diversas versões da sociedade, opunham-se detalhes, mas com uma coisa todos concordavam: o gesto macho do coronel era constantemente louvado e somente o sangue limparia a honra.
Alheio a política local e preocupado em atender bem a todos seus clientes, o comerciante Nacib precisava encontrar uma cozinheira para substituir a Dona Filomena, pois precisa entregar um jantar e o destino o fez encontrar a mulher que mudaria sua vida e passou a ser parte da historia da cidade até hoje: Gabriela, uma mulher muita bonita, simples, ingênua, que sorria muito, brincava com as crianças e era muito fogosa. Nacib convidou Gabriela para ser a nova cozinheira do Vesúvio e ela aceitou prontamente
Nacib não ia mais ao Bataclan, cuja gerente era Maria Machadão, um personagem apaixonante; não precisava; todos notaram. Mesmo sabendo o tipo de relacionamento que o árabe mantinha com a formosa empregada, oficialmente, para os fregueses, ela não passava de sua cozinheira e, por isso, tratavam-na como tal, enchendo-a de propostas atrevidas, bilhetinhos, atenções e piscadelas. Surpreendentemente, notava Nacib que, o único a tratar Gabriela com certa distância, como uma senhora respeitável, era o filho do coronel Ramiro, Tonico Bastos, o garanhão de Ilhéus. Com medo de perdê-la, Nacib propõe casamento a Gabriela e ela aceita e foi a festa mais animada da cidade a união dos dois.
Segundo o autor, Gabriela que exalava o “perfume de cravo e com de canela” Foi o casamento mais animado de Ilhéus, Gabriela de azul celeste, de olhos baixos, sapatos a apertados e um riso tímido nos lábios.
Depois de casada, Gabriela não se adapta de jeito nenhum a vida de senhora Saad, para desespero de Nacib, que acaba anulando o casamento ao pegá-la na cama com Tonico Bastos, o seu padrinho de casamento, que humilhado por Nacib que decide sair da cidade.
Para Nacib, aparentemente, tudo voltara ao normal. Os fregueses lá estavam, jogando, rindo, bebendo aperitivos antes do almoço e do jantar. Ele sentia falta de Gabriela, principalmente do seu tempero e quitutes. O movimento do Bar Vesúvio, já não era como no tempo de Gabriela. A cozinheira atual, não ia além da comida convencional. Com o passar do tempo, a política de Ilhéus passou a ser controlada por Mundinho Falcão e Gabriela voltou para os braços de Nacib. O Coronel Ramiro Bastos perde o apoio de Itabuna e manda matar, sem sucesso, seu ex aliado. Ele consegue fugir, mas morre dias depois. Com isso a guerra política acaba com Mundinho Falcão e seus candidatos vencedores. E como prova da mudança da mentalidade, o Coronel Jesuino, que cometera o duplo assassinato em nome da honra foi preso e condenado.

Um livro fantástico, que recomendo a todos.
comentários(0)comente



Lailton.Almeida 13/05/2022

O Progresso
Como não amar a escrita de Jorge Amado, com certeza um dos meus autores favoritos da vida. Iniciei a leitura achando que seria um livro sobre o romance e a história de Gabriela, mas não poderia estar mais enganado, aqui encontramos uma crítica a sociedade com costumes e pensamentos retrógrados, como o coronelismo e machismo da época, que em alguns lugares perpetuam até hoje. Gabriela mesmo só aparece no livro próximo da páginas 80.
Apesar de ter gostando bastante da leitura, em alguns momentos se tornou um pouco cansativa, além da falta de explicação de alguns ocorridos, mas nada que diminua a importância dessa obra
16/05/2022minha estante
Qual livro dele vc indicaria para começar ?


Lailton.Almeida 16/05/2022minha estante
Com certeza capitães da Areia, foi o primeiro que li e continua sendo o meu favorito dele


16/05/2022minha estante
Esse eu já li kkkkkkk clássico, além desse qual vc acha melhor ?


Lailton.Almeida 16/05/2022minha estante
Se for de Jorge Amado, A morte e a morte de Quincas berro d'água




Space_girl 09/06/2024

Uma leitura fluida e maravilhosa, um livro incrível. Achei simplesmente perfeito, me encantei e me apaixonei por Gabriela, uma leitura que me envolveu do início ao fim. Foi sensacional mergulhar na história de Gabriela, Cravo e Canela.



"O amor não se prova, nem se mede. É como Gabriela. Existe, isso basta"
comentários(0)comente



@thereader2408 18/08/2024

A moça do sertão baiano que conquistou o Brasil e o mundo
"Gabriela" (1958) é uma obra que retrata de forma vívida as realidades sociais, políticas e econômicas do Brasil no período de 1920-30. Esse período foi marcado por mudanças, como a ascensão de Getúlio Vargas ao poder, o Estado Novo e a centralização do governo federal.

Esses eventos têm reflexos indiretos na trama de "Gabriela", especialmente no que diz respeito às relações de poder e às disputas políticas locais que influenciam a vida dos personagens. A riqueza e o poder estão nas mãos dos grandes coronéis do cacau, que controlam não apenas a produção e o comércio, mas também as estruturas sociais e políticas da região.

A personagem principal, Gabriela, uma mulher simples e cativante, representa a luta por autonomia e liberdade em um contexto marcado por convenções sociais rígidas e relações de poder desiguais. Gabriela é uma figura emblemática do protagonismo feminino na literatura brasileira.

A relação amorosa entre ela e Nacib, dono do bar Vesúvio, é um dos elementos centrais da trama. A sensualidade, a paixão e o desejo presentes nesse relacionamento exploram aspectos profundos da natureza humana, revelando nuances emocionais e psicológicas dos personagens.

A interpretação sobre se "Gabriela" é uma obra sexista pode variar dependendo do ponto de vista. Existem argumentos a favor e contra essa visão, e é importante considerar diferentes perspectivas. Quando "Gabriela" foi publicado, em 1958, as discussões sobre gênero, feminismo e representação das mulheres na literatura estavam em estágios iniciais no Brasil. A obra reflete, em certa medida, as normas e valores da sociedade da época, incluindo aspectos que hoje podem ser interpretados como sexistas.

Em algumas passagens Gabriela é retratada de forma estereotipada, como uma mulher submissa, objeto de desejo masculino e cuja principal característica é sua sensualidade. Por outro lado, "Gabriela" também aborda temas complexos relacionados à liberdade feminina, autonomia e resistência às normas sociais.

JA frequentemente utilizava a ironia e a sátira para criticar as injustiças e desigualdades. O debate sobre se "Gabriela" é ou não sexista muitas vezes envolve considerar as complexidades da narrativa, as intenções do autor, as críticas sociais presentes na obra e como ela é percebida na atualidade.

Na época de sua publicação Gabriela foi um estrondoso sucesso. Em letras garrafais um jornal da época exaltou: “Fato inédito na história da literatura brasileira e da América Latina: Jorge Amado ganhou 2 milhões de cruzeiros de direitos autorais com seu Gabriela (um apartamento de dois quartos em Copacabana custava cerca de 750 mil cruzeiros em 1959).

Seis edições em sete meses, TV e cinema o procuram. JA o comunista, que apesar da perseguição política é o escritor mais procurado e querido”. No mesmo ano pela Câmara Brasileira do Livro, Gabriela venceu na categoria romance. Hoje o troféu se chama Jabuti.

No fim de 1960, Gabriela estava na 16ª edição. O clássico de Euclides da Cunha, Os sertões, levou quarenta anos para chegar a isso. Nem Castro Alves, nem Olavo Bilac, nem Erico Verissimo, nem Zé Lins tiveram esse sucesso. Entraram e saíram das listas de mais vendidos títulos como Lolita e Doutor Jivago, e a moça da região do cacau continuava. Em três anos fez mais que "E o vento levou..." em vinte, no Brasil. No exterior não foi a portuguesa, e sim a russa a primeira edição de Gabriela.

Já conhecido em solo russo por Seara vermelha e Os subterrâneos da liberdade, Gabriela encaixava-se com exatidão no contexto cultural daqueles dias: a desestalinização trazia o espírito de liberdade — saía afinal em 1961, o auge do degelo, com censura e repressão abrandadas. O resultado: Jorge passou a ser lido ainda mais do que antes. O tradutor costumava levar visitantes brasileiros à Biblioteca Lênin, em Moscou, para que vissem que o livro mais procurado e mais lido era Gabriela.

Nos dias seguintes ao lançamento, em setembro de 1962, as vendas da edição em capa dura levaram o autor pela primeira vez à lista de mais vendidos do jornal The New York Times, e ali permaneceu por um ano. De uma só tacada, vendeu 20 mil exemplares, volume sem precedentes para um latinoamericano.

@thereader2408

site: https://www.instagram.com/p/C4jrRS_LBu5/?img_index=1
comentários(0)comente



Karlinha 28/05/2022

Meu primeiro livro de Jorge Amado.
Há algum tempo já queria muito conhecer a escrita do autor, muito disso vem da importância que ele tem no meio literário brasileiro mas também por pura curiosidade de já ter tanto ouvida falar das suas adaptações para tv.
Escolhi Gabriela sem nenhum critério aparente, mas acredito que tenha sido uma boa escolha.
Sobre a história em si, esperava vê a Gabriela como protagonista já que o livro leva seu nome, contudo para mim o livro fala muito mais sobre a Política da época e seus costumes do que a própria personagem. Isso não é algo ruim, eu amei conhecer o ambiente da história como um todo sem enfoque em ninguém especial. Ele nos mostra como funciona todo o andamento daquele local e nos apresente a vários personagens, foi bom me identificar com aquele meio.
Apesar de ter esperado um aprofundamento maior em algum personagem e a frequente sexualizacao, inferiorização que caracterizava as personagens femininas, achei uma experiência super válido e com certeza gostaria de ler mais obras do autor
comentários(0)comente



Susana 27/05/2024

Inalcançálvel
"Viver é bom".

Como mulher, o processo de ler "Gabriela" é extremamente agridoce. Mas como não se encantar por essa mulher tão encantadora que, de tamanha idealização, tão inatingível, só perde para seus acarajés apimentados, que também devem ser impossíveis de existirem?
comentários(0)comente



Giovanna 03/07/2024

Perfeito
Esse livro é ótimo, a história te prende muito e os personagens cativam! só não gostei muito do plot kkkkkkkkkkk mas o final foi bom!!!
comentários(0)comente



527 encontrados | exibindo 196 a 211
14 | 15 | 16 | 17 | 18 | 19 | 20 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR