Resenhas - Stoner

Ebenézer 29/06/2020

Uma vez iniciada a leitura de Stoner é quase impossivel fazer longas interrupções, exceto se para (re)avaliar a adequação da própria existência.
Que livro magnífico! Um dos melhores livros que já li.
Pelo título da obra simplesmente jamais adquiriria Stoner, de John Williams, e nem tampouco o leria.
Mas leitor dedicado aceito sugestões. E foi assim: em poucos dias devorei numa ânsia irrefreável cada parágrafo desse livro absurdo. Absurdo e pungente porque o autor com seu bisturi que empunha com 'destreza magistral' dramatiza o sentido deplorável das nossas existências com uma precisão cirúrgica que nos faz recordar o vaticínio que postergamos reconhecer até à impossibilidade de refazer caminhos e pacificar o coração: "vaidade de vaidades, tudo é vaidade; que proveito tem o homem, de todo o seu trabalho, que faz debaixo do sol?"
Ou fazendo ecoar um autor mais contemporâneo: "E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti.' (John Donne)
Indo além, e resignado à insuficiência das palavras para avaliar adequadamente Stoner, de John Williamns, certamente era desse tipo de literatura que nos fere e desperta da nossa letargia a que Kafka se referia assim:
"É bom quando nossa consciência sofre grandes ferimentos, pois isso a torna mais sensível a cada estímulo. Penso que devemos ler apenas livros que nos ferem, que nos afligem. Se o livro que estamos lendo não nos desperta como um soco no crânio, por que perder tempo lendo-o? Para que ele nos torne felizes, como você diz? Oh Deus, nós seríamos felizes do mesmo modo se esses livros não existissem. Livros que nos fazem felizes poderíamos escrever nós mesmos num piscar de olhos. Precisamos de livros que nos atinjam como a mais dolorosa desventura, que nos assolem profundamente ? como a morte de alguém que amávamos mais do que a nós mesmos ?, que nos façam sentir que fomos banidos para o ermo, para longe de qualquer presença humana ? como um suicídio. Um livro deve ser um machado para o mar congelado que há dentro de nós?. (Kafka)
Stoner, livro excepcional para ler e reler...

Carioca_cult 21/06/2020

Uma beleza triste
Gostei MUITO!!

O livro conta a história de William Stoner, desde sua infância até a velhice. A vida de Stoner era extremamente banal e ele encarava todos os acontecimentos de sua vida de uma forma tão passiva que chega a ser angustiante. E nas poucas vezes em que tomou algum tipo de decisão mais resoluta, as coisas, infelizmente, acabaram não dando muito certo pra ele.
Durante a leitura tive pena do personagem e senti muita angústia pela forma como sua vida era conduzida. Dava vontade de tomar uma atitude por ele!
É um livro triste, mas gostei muito! Não só da história em si, mas da forma fluida da escrita, muito agradável de ler, e de todas as emoções e reflexões que me trouxe. Um livro que merece ser lido, e faz jus a todo seu sucesso!
Durante a leitura fiquei pensando em quantos Stoners existem por aí nesse mundo...

Instagram @carioca_cult

Debora 18/06/2020

A narrativa mais envolvente que já li
Stoner é a história de um rapaz do interior que vai fazer Universidade de agronomia para ajudar o pai em suas pequenas terras. Se passa lá no início do século XX, começa antes da 1ª Guerra.
Um dia, na aula de Língua Inglesa, a literatura o fisga - e ele nunca vai saber por que ou como. Mas o fisga pra sempre.
Stoner é magro, alto, pobre, tímido, não tem nada de especial. Mas a forma como sua história é contada te prende do início ao fim. Sabe aquele "Só mais uma página" antes de dormir? Viravam capítulos para mim.
Eu não sou teórica, só gosto de literatura, e tampouco sei dizer o que me fisgou nesta obra. Mas me pegou. E me surpreendeu. Que bom que eu dei uma chance, pq, na sinopse, eu não tive interesse nenhum.

Fernando 09/06/2020

A naturalidade da vida
Gostaria de compreender como um livro com uma história tão singela pode nos cativar tanto!?
John Williams desenvolveu o romance "Stoner" com uma delicadeza e, por vezes, com uma narrativa seca que nos faz questionar acerca dos percursos naturais da vida, medos, inseguranças, paixões, desejos e laços que nos unem.
Apenas leiam!

Gotas de leitura 28/05/2020

Stoner. John Williams. 1965.
“William Stoner entrou na Universidade do Missouri como calouro no ano de 1910, com idade de 19 anos. Oito anos depois, no auge da Primeira Guerra Mundial, recebeu o diploma de doutorado e assumiu um cargo da mesma universidade, onde lecionou até sua morte, em 1956.”

Com esse começo nem um pouco animador, John Williams nos conta a história de Stoner, homem extremamente comum, sem grandes ambições e com uma passividade que nos tira do sério.

Ao longo de uma narrativa fluida, vamos descobrindo o cotidiano do protagonista, que nasceu numa família pobre de agricultores e se torna professor depois de descobrir o amor pela literatura durante a faculdade, que o fez mudar do curso de Ciências Agrárias para Letras.

A esposa Edith, personagem enigmática e complexa, destrói o casamento e a relação de Stoner com a filha Grace, que é a principal vítima das escolhas e do silêncio do nosso herói.
Com a vida doméstica em frangalhos, ele se dedica a vida profissional. Quando Stoner finalmente teve voz firme e fez sua decisão prevalecer, acaba criando um inimigo que futuramente seria seu chefe, azedando a parte da vida que caminhava relativamente bem.

Aos 42 anos, quando ele “nada via pela frente que quisesse desfrutar e pouco para trás que valesse a pena”, sua vida pacata sofre uma reviravolta inesperada. Mas a impassibilidade e o estoicismo prevalecem, Stoner novamente não lutou pelo que amava.

Não tem como não se envolver com a história do protagonista, e creio ser isso que torna o livro muito bom, uma história comum que, através de uma escrita simples e direta, prende nossa atenção e nos faz pensar sobre nossa própria vida.

site: https://instagram.com/gotasdeleitura

Rayssa 23/05/2020

Impecável.
O livro conta a história de vida de William Stoner, passada entre 1910 e 1950/1960. Filho de camponeses, Stoner deixa de lado a tradição de sua família de trabalhar na terra, e descobre sua vocação em estudos literários, tornando-se professor universitário.  

Vai ser difícil dizer como esse livro me foi marcante. Fiquei encantada com a qualidade da escrita. Não há firulas na narração. A prosa do autor é clara, elegante, sensível e delicada, de forma tal que nos faz conectar instantaneamente aos personagens, sobretudo a Stoner. Embora a sinopse pareça simples, a narrativa nos apresenta uma realidade complexa, na qual somos apresentados à personagens imperfeitos em sua existência. Imperfeitos, mas implacavelmente concretos e reais.

A passividade e inércia de Stoner diante dos acontecimentos de sua vida me fez sentir raiva, mas também me fez ver um lado obstinado, sensível e amoroso dele. É fácil de se envolver com todos os momentos vividos pelo personagem. São momentos que, aqui são narrados com destreza, tornando-os inesquecíveis na mente.

Vemos que a vida não foi fácil para Stoner. A sua fuga da cruel realidade na literatura e no amor por ensinar são os eixos principais do livro. É o que dá sentido à sua vida do começo ao fim. E, nesse fim, a reflexão que fica é profunda. Qual a melhor forma de se viver a vida ou, ainda, por que estamos vivos? Stoner não nos dá respostas claras, mas mostra que fazer o que se gosta é um bom caminho. Por mais que não tenha atingido uma carreira brilhante, e não tenha tido sucesso na vida familiar, Stoner viveu 40 anos de sua vida dedicados à fazer o que amava, e morreu satisfeito com a sua vida imperfeita.  
Um livro impecável.

bisoares 19/05/2020

uma simplicidade bela
Acabei de terminar e, mesmo chorando, me sinto numa paz que não sei explicar. De início eu não dava nada por esse livro - tanto que demorei bastante para ler -, não achei que me prenderia e nem previa uma escrita tão honesta como a que possui. John traz numa escrita honestamente linda a vida simples de Stoner que consegue até nos incomodar e despertar uma vontade de entrar na história e agir por ele, mas também traz picos de vivências inesperados e aliviantes. Em Stoner vemos a vida, questionamos sobre o que realmente é o amor, a profissão, a simplicidade e complexidade do mundo e uma visão incrível da morte.

Deixo aqui um trecho que me deixou encantada e reflexiva:
"Em seu quadragésimo terceiro ano, William Stoner aprendeu o que outros, muito mais jovens que ele, haviam aprendido antes dele: que a pessoa a quem se ama no começo não é a pessoa que enfim se ama, e que o amor não é um fim, mas um processo através do qual uma pessoa experimenta conhecer outra."

marcioenrique 10/05/2020

um dos melhores livros que li neste ano.
com uma escrita simples e bem delineada, o autor narra de forma magistral a vida cotidiana e as diversas fases de um homem comum.
impressionante a capacidade do autor em transformar uma história ?banal?, num clássico.

Ler para Recomeçar 09/05/2020

Como pode?
Como pode um personagem tão apático para a vida nos conquistar a esse ponto? Sem um grande enredo, sem uma grande história John William nos prende no início ao fim.

Peleteiro 06/05/2020

Uma obra prima indubitável
Sem dúvidas, "Stoner" é uma obra-prima. Daquelas leituras que, quando termina, deixa o vazio da falta. Com palavras perfeitamente bem escolhidas e uma estrutura fluída que permite ao leitor ler um romance de formação sem se cansar em momento algum, não à toa se disseminou através do boca a boca. Aqui, como nos melhores livros, o enredo pouco importa. O que realmente encanta são os rios de emoções que o protagonista percorre e transmite em sua trajetória.

Tah_baddauy 28/04/2020

Uma história simples narrada de maneira formidável, esse livro tá no meu top 10 da vida.

Amanda Teles - Livro, Café e Poesia 15/04/2020

Stoner é arrebatador.
Um homem simples e comum, que vive uma vida medíocre e se assemelha tanto a nós (digo eu) que gera empatia e compaixão.
??????????
Stoner constrói sua vida nos arredores da faculdade. Sua casa é ao lado do Campus e tudo fica ali naquele mundo.
Um cara passivo, até demais, que permite que as situações e sentimentos vazem pelos seus dedos.
??????????
O que eu senti?
Um misto de amor e ódio ao conhecer Stoner melhor e ver o quanto ele não reagia ao perceber o seu mundo caindo, se esvaindo e tomando outros caminhos. Em vários momentos parecia que ele era um expectador da própria vida, mergulhado no silêncio dos seus pensamentos e sentimentos.
??????????
Eu indico?
Oxe, simplesmente amei este livro e recomendo muito para todos os seres deste planeta. É meu novo preferido da vida, desculpa mas este não empresto.
Ele vai entrar para a lista dos que devem ser relidos de tempos em tempos.

Amélia Galvão 03/04/2020

Mais uma leitura maravilhosa. Stoner possui uma vida comum, sem reviravoltas épicas. É apenas mais um fazendo o que consegue com a sua vida naquele momento. Tem uma natureza pacata, até mesmo apática, reagindo indiferente, outras vezes conformadamente, a muitas intempéries ao longo de sua jornada. Apesar disso, almeja algumas coisas, frustra-se com outras, ama com intensidade e também sofre. Por fim, questiona o sentido da vida, apesar de já saber que esse próprio questionamento é indiferente. Enfim, é um livro sobre o viver, escrito com uma habilidade que prende e mostra sensibilidade no que consideramos comum. Terminei com vontade de ler novamente, sentindo saudades do William Stoner e de olhos marejados nas últimas e belíssimas páginas.

Julia Dutra @abibliotecadebabel 03/04/2020

Tenho medo de ser meio Stoner na vida

Daifay 02/04/2020

Em Stoner, John Williams descreve a triste vida de William Stoner de uma maneira inigualável e emocionante. Embora o começo do livro contenha pouca emoção, depois ele o agarra com firmeza e só te libera após o fechamento da última página. O autor escreve de maneira elegante e sabe como esboçar situações claras, facilitando a entrada do leitor na vida de Stoner. À medida que o livro avança, você sente cada vez mais compaixão por Stoner, o que torna a trama do livro ainda mais poderosa e comovente. Em suma: uma bela história que foi contada de forma impressionante.
Recomendo... Linda leitura!