na! 05/06/2024
tudo é rio.
não há palavra melhor que HUMANO para descrever esse aqui.
essa é uma obra que transborda humanidade em cada página. é impossível não ser profundamente tocado pelas águas turbulentas que ela apresenta, águas estas que refletem as profundezas das almas humanas com uma clareza desarmante.
a narrativa foi um rio caudaloso, e me carregou por entre sentimentos brutos e sinceros, expondo as margens das emoções mais primitivas e sublimes. e os personagens foram rochas moldadas pela correnteza da vida, esculpidas pelas dores, pelos amores e pelos desejos mais intensos. cada página foi um mergulho nas águas turvas do ser, onde a transparência das palavras da autora me permitiu enxergar as camadas mais íntimas e verdadeiras do humano.
durante a leitura naveguei por um fluxo incessante de sensações e reflexões. foi meu primeiro contato com a autora e a impressão que ficou foi que a escrita da carla madeira é uma embarcação segura, mas não deixa de nos lançar em ondas de questionamentos existenciais, nos fazendo confrontar nossos próprios medos e aspirações. há uma beleza quase cruel na maneira como ela desnuda a alma humana, mostrando que somos todos feitos do mesmo barro, moldados pelas mesmas tempestades.
o livro é uma ode à condição humana, um espelho das nossas fragilidades e das nossas forças. a cada virada de página, sentia o coração pulsar junto com o fluxo da narrativa, ora calmo e sereno, ora revolto e impetuoso. é uma obra que nos convida a abraçar nossa humanidade em toda a sua complexidade, a entender que somos todos parte desse grande rio que é a vida, com suas águas imprevisíveis e infinitas.
basicamente foi construído no livro uma ponte entre o leitor e a essência do ser, desvelando a verdade de que, em nossa jornada, somos todos navegantes, levados pelas correntes das nossas próprias histórias. e, ao final, não há como sair ileso dessa travessia. o livro nos transforma, nos purifica e nos deixa, como as pedras do rio, um pouco mais lapidados pela experiência de termos vivido, mesmo que por breves momentos, nas profundezas de uma narrativa tão visceralmente humana.