Resenhas - O Castelo de Otranto

Cris Moraes 17/10/2018

Um início para o Terror...
"O Castelo de Otranto" é um romance de 1764 escrito por Horace Walpole. É o primeiro romance da literatura gótica, considerado por muitos como o Pai do Terror. Inspirou muitos autores posteriores, como Ann Radcliffe, Bram Stoker, Daphne du Maurier e Stephen King. O livro narra a história de Manfred, senhor do referido Castelo e sua família. Pouco antes de seu casamento, Conrad, filho de Manfred, morre esmagado por um elmo gigante, que cai do alto. Esse evento é um sinal de mau agouro diante de uma profecia antiga que dizia que “o castelo e o título de senhor de Otranto deixariam de pertencer à atual família se o proprietário real se tornasse grande demais para habitá-lo”. Ou seja, aqui já se entende que o verdadeiro herdeiro não é o filho de Manfred. A partir dessa profecia e da morte de Conrad, a história vai se desenvolvendo entre mistérios, muitos fantasmas, fatos inexplicáveis, visões fantasmagóricas, intrigas políticas, sede de poder, paternidades inesperadas. Também são mostradas as paixões, as intrigas, as vulnerabilidades, as insanidades próprias das pessoas reais. Manfred é um usurpador insano, louco pelo poder, autoritário. Sua personalidade insana e totalmente imprevisível é um toque de terror para todos. Em torno dele, Walpole cria uma narrativa que quebra todos os padrões aceitáveis para a época. Ele é um personagem simplesmente inaceitável, tirano, intragável como representação da aristocracia inglesa do Século XVIII. Já as princesas são mostradas como benevolentes, complacentes, recatadas, quase vítimas indefesas de tudo. Típico papel feminino para a época. Outra coisa que cutucou os brios da aristocracia inglesa é o fato de os serviçais terem voz e atitude na história. Muitas partes do enredo são levadas adiante por esses personagens. São eles que fazem a história acontecer. Também se percebe um grande viés totalmente religioso explicando o mundo, uma forte característica da ambientação medieval da narrativa. Enfim, o livro é bem curto, de leitura rápida e que vale à pena, embora a história seja carregada de clichês. Porém, é interessante lembrar que os considerados “clichês do terror” nasceram aqui, nas ideias e palavras de Horace Walpole (temáticas proféticas, fantasmagóricas e macabras), sendo trabalhadas, reinventadas e atualizadas posteriormente por grandes e célebres autores do Terror. Eu gostei muito de conhecer este livro e recomendo sua leitura a todos.

Simone.GAndrade 19/02/2019

Primeira novela "gótica" da literatura
Uma antiga profecia que diz que: O castelo de Otranto e as possessões de Otranto viriam a faltar à presente família que as possuía, logo que o verdadeiro dono se tornasse muito “volumoso” para ali morar.

Horace Walpole (1717-1797), precursor de um novo gênero de ficção, o romance gótico, hoje mais conhecido como histórias sobrenaturais e de terror, que influenciou milhares de escritores pelo mundo. O Castelo de Otranto é responsável pela atmosfera sombria e aterrorizante que envolvem os personagens numa trágica história, que remonta aos predecessores do Príncipe Manfredo e de sua família. Em meio ao ambiente sombrio da idade média, uma maldição recai sobre a família do príncipe Manfredo, temendo o fim de seu reino, ele planeja às pressas o casamento de seu filho Conrado, mas eventos sobrenaturais interferem na realização deste matrimonio, causando a morte prematura e absurda de seu único filho homem, desesperado e temendo que a profecia se cumpra, pois a esterilidade de sua esposa, que dera ao principado de Otranto apenas um herdeiro, e incapaz de continuar sua linhagem, Manfredo se propõem a casar-se com a prometida de seu filho Isabela, sua própria imprevisibilidade se torna um elemento de terror na trama. Vários acontecimentos inexplicáveis, como estátuas que sangram, aparições fantasmagóricas, criam um cenário de expectativas e de mistério que cercam o castelo de Otranto.

Rafaela (@exlibris_sc) 03/05/2019

O pilar do gótico e do terror!
Publicado no século XVIII, esse livro fez nascer o pilar do gótico, do sobrenatural e do horror. Resumindo do que se trata o clube Escotilha_NS que enviou, como tesouro, essa obra primorosa que até hoje desperta nosso interesse; muito embora eu só tenha ouvido falar nela agora.

Nasceu em Londres, Inglaterra, no dia 24 de setembro de 1717. Conde de Orford, filho caçula do primeiro ministro britânico Robert Walpole, formou-se no King´s College, de Cambridge, onde estudou matemática, música e anatomia. A residência de Walpole, Strawberry Hill, perto de Twickenham, é um conjunto fantasioso de estilo neogótico, que cria uma nova tendência arquitetônica. Morreu em 2 de março de 1797.

Repleto de elementos sombrios, trágicos, misteriosos e afeições que beiram a obsessão, o livro nos é entregue como um relato contado na taverna ou à beira da fogueira. De personagens enigmáticos, tempestuosos e que demonstram, em alguns casos, empatia e força de espírito. Durante a leitura recordei-me de “O Morro dos Ventos Uivantes” (E. Bronte), com sua atmosfera igualmente trágica, um dos meus livros favoritos e que, sem “O Castelo de Otranto”, poderia nunca ter visto a luz do dia! Uma coisa é certa, Horace Walpole soube criar um novo gênero de forma única. Pode acreditar, caro leitor, que você irá se sentir em um castelo assombrado com medo até de respirar! Mas valerá cada calafrio.

”Somos todos répteis, criaturas miseráveis e pecadoras. Só a piedade pode nos distinguir do pó do qual viemos e ao qual retornaremos”. p97

site: https://www.instagram.com/p/Bw5aH5gAAd7/?hl=pt-br

Evandro.Markendorf 22/07/2020

O primeiro romance gótico.
Não sabia muito o que esperar da história e acabei me surpreendendo positivamente.
Uma leitura fácil de compreender , flui muito bem, a trama te envolve desde a primeira página.
Gostei muito!

angryd0ce 20/05/2024

A princípio comecei a leitura como parte de um projeto pessoal que envolve se aprofundar mais na literatura gótica, e não poderia deixar de ler o percursor. Tenho algumas críticas, porém todas podem ser facilmente debatidas pelo contexto histórico.
Tenho o hábito de ler clássicos e já não costumo achá-los pedantes pela linguagem antiga e rebuscada, então isso não foi problema pra mim. Me diverti com as reviravoltas, fofocas e me senti numa novela mexicana algumas vezes (além de dar muita risada com algumas falas em brigas e discussões).

Nathalia.Rondan 11/01/2020

Primeiro romance gótico já escrito
Resolvi ler a obra pelo fato de ter sido o primeiro romance gótico já escrito, ou seja, a primeira história que traz eventos sobrenaturais, fantasmas, suspense, e consequentemente inspirou vários autores depois dela, consolidando os gêneros de terror e suspense na literatura. Confesso, no entanto, que apesar da obra ser visionária não gostei da escrita do autor. Vários dos acontecimentos são “jogados ao vento” sem muita lógica ou sentido. Como era obcecado pela era medieval, descreve objetos desta época com louvor, mas deixa a desejar na descrição de itens importantes para o contexto da história. Enfim, a história em si é muito boa, os primeiros capítulos são morosos, mas a partir do terceiro é impossível parar de ler até saber o final. Dizem que o autor não tinha o intuito de escrever uma grande obra nem de ser levado a sério e talvez por isso a obra tenha esses “buracos”. De qualquer maneira recomendo muito que leiam, tanto curiosos pela história, quanto escritores e interessados por literatura, ler essa obra me abriu os olhos para as diversas vicissitudes que inspiradas nela compõe a literatura contemporânea.

site: https://contosesmaecidos.blogspot.com/

Rafael 26/03/2020

Bom
Um clássico bem construído, sem muita enrolação. Vai direto ao ponto. Pra quem gosta de literatura clássica, esse livro é uma boa pedida.

Sah 26/03/2020

Um castelo assombrado, uma profecia misteriosa, e uma família condenada a desgraça, a receita perfeita para um livro de terror clássico.
Nunca tinha ouvido falar da obra, mas quando descobri que era uma das precursoras do gótico e do terror moderno fiquei ansiosa pela leitura. Não me decepcionei, ficou claro que a obra inspirou muitos dos clássicos autores do terror atual.

Alina 30/03/2020

Um clássico muito bem construído! História simples, mas interessante. A leitura fluiu muito bem. Primeiro clássico que li que posso afirmar tratar-se de terror (ou o mais próximo disso). Muito bom!

João Lucas 30/03/2020

Tem muita influência de Shakespeare na obra e os elementos assustadores são bons mas não salvam a história que gira em torno de um único tema. Porém, é um clássico que abriu as portas para que outros escritores também fizessem suas histórias com momentos assustadores.

Marselle Urman 16/12/2010

Interessante
Para uma leitura expressa.
Estava procurando um livro de terror mas não foi o que encontrei, todavia com certeza meu padrão de "literatura de terror" deve ser muito contemporâneo.

É uma historieta bem ambientada, com falas clássicas e um enredo de estilo shakesperiano. Realmente dá pra se imaginar lá no castelo, entre aquelas personagens.

Bonitinho, porem previsível

Jhonathan Boff 24/04/2020

O pai da literatura gótica
Não há grandes acontecimentos, mas apesar disso a história consegue prender o leitor.

Joice (Jojo) 21/08/2011

O primeiro terror gótico
Publicado em 1784, "O Castelo de Otranto", de H. Walpole, é o primeiro terror gótico do qual se tem notícias. Dele derivaram outros tantos autores, como William Beckford, Lovecraft e, claro, Edgar Alan Poe. Mas se você espera encontrar em "O Castelo de Otranto" cenas de arrepiar o cabelo, pode esquecer.

Todavia isso não tira o crédito de "Otranto". A história - independente de conter ou não tantos elementos de terror - é muito boa. Narra a trajetória de Manfredo, um príncipe ambicioso e muito cara de pau que quer a todo custo permanecer no principado de Otranto. O ritmo segue o mesmo encontrado em folhetins, com diálogos rápidos, cenas rápidas e um final digno das novelas de cavalaria. Os personagens representam virtudes e defeitos: o valente Teodoro, a meiga Matilda, a bondosa Hipólita, a tola Bianca, o frívolo Frederico, e por aí vai. Mesmo sendo tão caricatos, é impossível não se divertir bastante com eles.

"O Castelo de Otranto" é a prova de que quando bem escrito um livro pode ter a idade que for. Mesmo sendo do século XVIII, é melhor que muitos que são lançados hoje em dia.

Mari 25/05/2020

Que leitura doida para o meu cérebro
O livro é bom. A forma como é escrito faz com que o leitor esquece o mundo ao seu redor e viaje para dentro da leitura.
O que me incomodou foram algumas frases ditas por personagens mulheres... Eu entendo porque foram ditas, pelo simples motivo de ter contextualizado, a época em que si passa a estoria, como as pessoas pensavam e o que era 'normal', maaaas, eu fiquei bastante incomodada.
A personagem da filha é tãoo apaixonante porque ela é esperta e inteligente, porém, devido ao contexto suas decisões são reprimidas.
Quando alguém ler esse livro que parece ser um clássico, é preciso lembrar: Um mau marido é um mau marido e a gente não pode/deve se submeter a isso. Cabe a cada mulher decidir o que ela quer pra vida dela e não a nenhum homem e por fim, seu destino não depende de pai, nem mãe, nem ninguém se não a você mesmo.

É isso.