Cristine 20/05/2019
Dexter Está Morto (Dexter Is Dead) é o oitavo e último livro da saga “Dexter”, escrito por Jeff Lindsay, e marca a conclusão da história do serial killer Dexter Morgan – que, pelo o que o sétimo livro indica, não está nada boa. O livro foi lançado em junho de 2015 nos EUA e chegou ao Brasil em novembro do mesmo ano.
Dexter Morgan é preso após ser acusado de um assassinato duplo (crimes que ele, ironicamente, não cometeu). Junto com isso, ele também perde a lealdade de sua irmã Deborah Morgan e se vê sozinho e sem meios para provar sua inocência. Sua única esperança encontra-se em Brian, seu irmão biológico, que tem um plano um tanto quanto arriscado para livrá-lo da cadeia. Os fatos que se seguem são extremamente perigosos e podem levar Dexter à morte.
A sinopse é chocante, mas extremamente interessante, por isso eu não via a hora de começar a ler. Confesso que eu comecei a ler o livro com certo receio. Dexter é a minha série preferida e eu não gostei do final que a série de TV teve em 2013, então, ao mesmo tempo em que eu esperava que o final do livro não me decepcionasse (já que a trama dos livros é totalmente diferente do enredo da série de TV), eu fiquei pensando na possibilidade de me deparar com um final tão ruim quanto. Afinal, o nome do livro não é “Dexter está MORTO”?
Por outro lado, tentei não me preocupar tanto com isso no começo e fui lendo o livro com a mente aberta. Após um final de tirar o fôlego com o sétimo livro da série (Dexter em Cena), as minhas expectativas para a sequência estavam altíssimas. Além disso, eu gostei da narrativa de todos os sete livros anteriores e SEMPRE me surpreendia com o final de cada um deles. O oitavo livro deveria ser a “cereja no topo do bolo”, mas não foi. Não chegou nem perto de ser, na verdade.
Dexter Em Cena, por exemplo, foi um livro teve ação e suspense até o último parágrafo, com personagens bem trabalhados e reviravoltas surpreendentes. Eu acredito que se a série tivesse acabado ali, teria sido melhor. Uma das coisas que eu mais gosto do jeito do Jeff Lindsay escrever é que se cria um suspense tão grande nos livros que você começa a imaginar uma coisa e, ao decorrer da história, você é surpreendido com algo totalmente diferente – e bem melhor do que a sua sugestão inicial.
O último livro, no caso, não teve nada, ou quase nada, de emoção, suspense ou adrenalina, mesmo nas cenas em que Dexter era atacado ou coisa do tipo. Além disso, dava para saber quem era o “verdadeiro vilão” antes mesmo deste fato ser descrito. No geral, o livro é chato e entediante, infelizmente. Eu o li em apenas um dia, mas era porque eu estava curioso para saber o desfecho que meu personagem preferido teria. Do contrário, acredito que terminaria de ler o livro com, pelo menos, cinco pausas.
O livro começa muito bem. Dexter já está preso e descreve as acusações que o fizeram parar lá. Como um mostro sem emoção e sem sentimentos, como ele mesmo se descreve, ele não se culpa pelos ocorridos com sua amante Jackie Forrest e sua esposa Rita. Nem ao menos passa pela sua cabeça como seus filhos estariam após sua prisão. A sequência de informações é bastante agitada e te prende na narrativa.
Dexter se encontra em um cenário no qual todas as provas do crime estão voltadas para ele, portanto sua única esperança é aguardar a visita de sua irmã Deborah para que ela pudesse ajudá-lo a provar sua inocência. Dias e dias se passam e Deborah nunca ia visitá-lo. Quando ela finalmente aparece, eu tive a primeira surpresa do livro: Deborah, demonstrando raiva e desprezo por seu irmão, estava cortando relações com ele. O diálogo entre os dois foi bem construído e, mesmo com essa decisão inesperada e até mesmo sem sentido de Deborah (afinal, ela sabe quem Dexter realmente é desde o primeiro livro), não dá para tirar a razão dela.
Enfim, Dexter se viu sozinho e sem nenhuma carta na manga. Neste momento, é impossível não se comover com a situação do nosso querido serial killer, mesmo sabendo o monstro que ele é. Até aí o livro estava perfeito. Seu tempo na cadeia dura os 4 primeiros capítulos do livro. Só que, nos capítulos seguintes, Dexter é solto provisoriamente graças a seu irmão Brian e o livro passa a ficar totalmente parado. Lembro que eu já estava na metade dele quando me veio o pensamento de que NADA tinha acontecido ainda que fosse digno de fazer parte do final da saga.
Um ponto positivo do livro é que Brian (um personagem ainda tão misterioso na série) teve bastante destaque. Ao mesmo tempo em que Deborah não teve tanto destaque como eu esperava que ela tivesse… o que é uma pena. Se serve como boa notícia (e atenção: talvez aí venha um spoiler), Deborah teve um final bacana, diferente do final que a série de TV deixou pra ela.
Já Dexter… bem, só posso dizer que, ao terminar de ler o livro, eu fiquei um bom tempo olhando para o nada, tentando processar a decepção que eu tive. Foi a mesma sensação que eu tive ao terminar de ver a série de TV, algo como: “Isso é sério? Não pode terminar assim. Quero mais um livro pra consertar isso, por favor”.
É meio difícil terminar sua série preferida duas vezes e não gostar do final de nenhuma delas. No entanto, se você é fã de Dexter, com certeza vale a leitura.