A Cidade Murada

A Cidade Murada Ryan Graudin




Resenhas - A Cidade Murada


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Dreeh Leal | @dreehleal 01/05/2015

Cidade Murada - Ryan Graudin
Dai, Jin Ling e Mei Yee, três jovens que têm suas vidas entrelaçadas na busca pela sobrevivência.

Hak Nam é uma favela vertical, uma cidade dentro de outra cidade, onde a lei que impera é a do mais forte e os juízes são os traficantes. Localizada onde, na época da guerra, existiu um forte, o lugar cresceu de forma desordenada, construindo casa em cima de casa, até que a luz do sol não conseguisse atravessar seus muros. Se você tem o mínimo de consciência, ficaria longe daqueles portões, mas às vezes a vida não deixa escolhas.

Há dois anos, Mei Yee foi levada para trabalhar no principal bordel da cidade. Aquela noite mudou também a vida da sua irmã mais nova. Jin Ling não aguentou vê-la sendo levada pelos Ceifadores e, montada na sua bicicleta velha e enferrujada, os seguiu até onde pôde. Apesar de perder o rastro, sabia que a irmã fora levada para dentro daqueles portões. Sua vida era difícil nos campos de arroz, porém era melhor do que o inferno que pelo qual estava passando. Mas ela era forte, procuraria pela irmã até o fim de seus dias.

Dai nunca teve o que reclamar da vida que lhe foi proporcionada. Até o dia em que tudo deu errado, quando se transformou no cara misterioso e amargurado que vive trancafiado em Hak Nam. Ele sabe que é melhor não se esgueirar para fora do velho portão sul, não até conseguir o que estão lhe pedindo. É arriscado, mas foi a melhor chance que surgiu, a única que lhe permitirá parar de se camuflar entre becos e famintos. Mas seu prazo está acabando... restam apenas dezoito dias.

Comecei a leitura esperando uma distopia, talvez por isso tenha me surpreendido tanto ao ver tanta realidade nessas páginas. O livro é narrado em primeira pessoa, de forma intercalada entre os protagonistas. Não há capítulos, e sim a contagem regressiva para que os dias de Dai se esgotem. Ryan Graudin possui uma escrita fluida, que desperta a curiosidade do leitor deste a primeira página. Ela conduz a história num ritmo acelerado e rico em detalhes, mas achei que foi tudo muito linear. Há emoção, mas faltou aquele momento em que o leitor prende a respiração enquanto lê os parágrafos seguintes.

Hank Nam pode ser uma cidade fictícia, mas sua inspiração é bem real. Kowloon foi a Cidade Murada de Hong Kong e chegou a abrigar 33 mil pessoas dentro dos seus míseros 0,3 km². Digo isso no passado porque no final da década de 80 se iniciou um processo de desocupação que durou mais de cinco anos. Em seu lugar foi construído o Kowloon Park, onde podemos encontrar um pouco de história como os restos do portão sul e um maquete da Cidade Murada.

Em uma nota no fim do livro, a autora demonstra que fez uma vasta pesquisa acerca dos costumes e tradições locais, mas pouco disso esteve presente no livro. Percebi a ambientação pelo nome dos personagens e pela constante referência a comidas tipicamente orientais, mas isso não foi o suficiente para me inserir nesse mundo. Tanto que tive dificuldades para imaginar os personagens. A história é incrível, mas poderia estar acontecendo em um favela no Rio de Janeiro... Gostaria de ter visto mais China!

Apesar de ter lido a prova, tive um ótimo panorama do trabalho gráfico que está por vir. Se as 400 páginas lhe assustam, pode respirar mais aliviado. As margens são bem largas e caso fossem retiradas, ele se tornaria um livro com o padrão menor. A capa é uma arte à parte. Quem olhar com atenção, irá encontrar o que seria uma visão de Raio-X dos apartamentos da cidade. Tudo muito empilhado, bagunçado.. e há pessoas! Não sei quem foi o capista, mas merece aplausos pela criatividade e percepção nos pequenos detalhes.

"Talvez não fossem os blocos de cimento e o lixo que Sing adorava. Talvez fosse a possibilidade, o conhecimento de que o universo não é feito só de fumaça de ópio, e homens suados e rabugentos. Existe sim um mundo lá fora [...]. Um lugar onde chove e meninos bonitos sujam as mãos. Um lugar onde o mar se estende até o céu."

Dentre os assuntos abordados temos o trafico de pessoas, prostituição e amor, além de uma forte critica social a tudo que acontece dentro de uma favela, esteja ela na China, no Brasil ou em qualquer outro lugar do mundo. Uma mensagem? Todos merecem uma segunda chance. A chance de ser feliz.

site: http://www.prazermechamolivro.com/2015/04/a-cidade-murada-ryan-graudin.html
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Dressa Oficial 30/04/2015

Resenha - A Cidade Murada
Olá, tudo bem com você?

A Cidade Murada é o lançamento da Editora Seguinte e foi um prazer poder ler este livro antes do lançamento oficial!

Cidade Murada é um livro que mistura distopia com realidade, Cidade Murada nada mais é do que um conjunto de vielas, composto por todos os tipos de pessoas, ladrões, traficantes, prostitutas e pessoas de bom coração que acabaram parando na Cidade Murada por falta de boas oportunidades.

Dai é um jovem cujo passado é bem sofrido o que acabou culminando em uma atitude impensada e devido a este fato ele acaba ficando dentro da Cidade Murada para poder pagar um dívida, e para pagar essa dívida ele monta um plano para capturar o caderno de anotações do traficante de mulheres mais procurado dentro da Cidade Murada.

Jin Ling apesar de usar os cabelos curtos, roupas masculinas, lutar como homem é uma menina e ao sair de sua casa em busca de sua irmã vendida para a prostituição teve que que usar a identidade de um menino para poder sobreviver na Cidade Murada.

Página 133
De que adianta uma porta trancada quando o perigo pode estar do lado de dentro?


Jin Ling e Dai acabam se conhecendo em uma tarefa perigosa onde Jin acaba se machucando, os dois acabam se unindo por interesses em comum e a amizade dos dois fala mais alto fazendo com que se unam para poder colocar o plano de Dai em ação.

Mei Yee é a irmã de Jin Ling e vive presa em uma casa de prostituição seu pai a vendeu e hoje ela vive sem esperanças de uma vida melhor, até encontrar Dai na janela de seu quarto e ele lhe prometer uma vida fora do lugar onde vive.

Página 233
Posso até não ser uma boa pessoa, mas vou virar uma. Vou escrever uma nova resposta para quem sou eu: o herói que a menina da janela vê.


O livro é narrado em primeira pessoa por esses três personagens, os capítulos são curtos e a narrativa é muito envolvente, os três não sabem que todos se conhecem e faz te ficar eufórico com tantos desencontros e ação que o livro traz.

Dai é um personagem muito honesto, de bom coração que tenta ajudar as duas irmãs sem saber, porém o fato de ele carregar uma dor em seu passado faz com que ele feche seu coração e não confie em mais ninguém.

Jin Ling é uma menina super corajosa que deseja com todo o coração reencontrar sua irmã, ela sempre a defendeu das agressões que sofria em casa e tem esperança de conseguir viver com sua irmã novamente.

Mei Yee é uma menina doce, inocente, que infelizmente já sofreu muito nesta vida e quando recebe a promessa de uma vida melhor acredita nisso com toda a sua força.

Amei a narrativa da autora, o começo é um pouco confuso por causa do nomes dos personagens e alguns outros que aparecem na trama, mas depois que você começa a entender onde a autora quer chegar o livro te prende e não dá mais vontade de largar.

O final foi tão eletrizante que percebi que tinha prendido a respiração quando cheguei na última página, e o mais interessante da história é que a Cidade Murada é um lugar que existiu de verdade em Hong Kong, no livro mostra fotos do lugar real, ele foi demolido em 1987 exatamente no dia que a autora nasceu e ao ouvir uma história de uma amiga que viveu dentro da Cidade Murada a curiosidade lhe despertou a vontade de escrever esta história.



Cidade Murada tem semelhanças com a realidade nas favelas do Brasil onde vemos traficantes, mortes e perseguições desnecessárias e isso é que faz o livro ser tão inesquecível e emocionante.

A Cidade Murada hoje em dia é um parque e ainda tem alguns resquícios que valem a pena ser conhecidos caso um dia visite Hong Kong.

O lançamento oficial do livro acontece em 12 de maio e você pode garantir seu exemplar na Saraiva que já está na pré-venda.

Se você gosta de suspense, ação e uma boa trama não pode ficar sem ler A Cidade Murada!

Beijos

Até mais!


site: http://www.livrosechocolatequente.com.br/2015/04/resenha-cidade-murada.html
Karini.Couto 30/04/2015minha estante
DOIDA PRA LER ESSE




Leitora Viciada 25/04/2015

Resenha para o blog Leitora Viciada
A Cidade Murada (The Walled City) foi publicado em 2014 em inglês e rapidamente chega ao Brasil pela Editora Seguinte, selo da Companhia das Letras. O lançamento oficial está previsto para 29 de abril de 2015, porém tive a honra de receber um exemplar como prova antecipada para fazer esta resenha. Portanto, não avalio o resultado gráfico final, mas sim o conteúdo da obra, que é excepcional.
Primeiramente, é um livro young adult (jovem adulto), mas é um pouco inadequado tentar definir seu gênero literário exato. É uma obra ficcional, no entanto, baseada parcialmente em fatos verídicos, mas muito longe de ser um romance histórico - nem é a intenção da autora. Parece distopia, para quem desconhece a inspiração, contudo, não apresenta todas as características necessárias para receber essa classificação. Além disso, não há como determinar a época exata ou o local da trama, visto que é invenção, ainda que pareça um mundo oriental contemporâneo. Seria uma obra de fantasia urbana? Talvez, mas qual seria o elemento fantástico? Afinal, soa muito realista na concepção. Em alguns momentos, as coincidências e acontecimentos se assemelham a mágica, talvez esse seja o elemento fantasioso: o destino.
A capa é perfeita, porque ao fundo foi colocado um esquema arquitetônico e do cotidiano da cidade murada, cenário e título do livro.

É a cidade de Hak Nam, que fica em Seng Ngnoi (locais fictícios). Ela é viva, pulsa, parece uma personagem. Sua aparência é surreal, pois ocupa uma área de apenas 0,3 km², com uma população que ultrapassa 33 mil habitantes.
É uma área urbana restrita e murada dentro de Seng Ngnoi, porém sem Governo, ou seja, no interior dos muros de Hak Nam, não se aplicam as leis civis e não há polícia ou qualquer outro serviço social, sanitário, médico ou judiciário. É uma cidade sem lei. Uma cidade sem luz solar também. Seus prédios, verdadeiros arranha-céus amontoados e construídos sem controle ou planejamento de engenharia, compõem uma minicidade de arquitetura única. Uma favela vertical, cheia de becos e passarelas, tão alta e apertada que a luz do sol não chega às partes térreas e mal aparece aos moradores.
Prevalece a lei do mais forte, do mais rápido e da Irmandade do Dragão Vermelho.

Para ler toda a resenha acesse o Leitora Viciada.
Faço isso para me proteger de plágios, pois lá o texto não pode ser copiado devido a proteção no script. Obrigada pela compreensão.

site: http://www.leitoraviciada.com/2015/04/ResenhaACidadeMurada.html
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Marcos 24/04/2015

Enredo

Hak Nam é o que se pode considerar como "favela de pedra", um grande amontoado de prédios e casas em estado de abandono que são habitadas por famílias muito pobres que convivem todos os dias lado a lado com o crime. É nesse ambiente que Jin Ling vive atualmente. Sua vida foi modificada há dois anos quando os Ceifadores, espécie de crime organizado do local, levaram a sua irmã três anos mais velha, Mei Yee para a Cidade Murada. Desde então, Jin, que teve seus pais mortos, percorre os corredores da região em busca de notícias dela. Para se tornar cada vez mais invisível, ela se veste e age como um garoto e começa a se infiltrar no esquema de tráfico de drogas do local. É quando conhecerá Dai em mais um dos serviços prestados ao traficante local.
Enquanto para Jin a Cidade Murada é um local onde pretende estar apenas de passagem, para Dai aquele lugar faz parte de sua história. Algo ocorreu em seu passado que o assombra até os dias de hoje, toda vez que dorme. Ele então resolve se envolver com o crime organizado do local almejando conseguir muito dinheiro e a sua tão sonhada liberdade para viver fora de todo aquele inferno. Quando conhece Jin ele passa a ver nela uma companhia que jamais imaginou ter. Ambos tentarão achar Mei Yee, custe o que custar. Porém, ao longo dessa jornada eles flertaram diversas vezes com o perigo que a máfia da Cidade Murada traz.

Personagens

Os três protagonistas da história são adolescentes que foram rapidamente amadurecidos pelo grande teor dramático que suas vidas contém e por acontecimentos de seus passados.
Dai é um jovem destemido, com sede de mudança, que busca o tempo todo uma forma de apagar o seu passado e de sair da Cidade Murada. Ele conhece cada centímetro das ruas e becos do local. Desde que começou a se envolver com o crime, ele já teve de matar e roubar diversas vezes, para conseguir sobreviver. Por isso, ele tem várias cicatrizes de combate em seu corpo. Por mais que faça o papel de durão, Dai demonstra, sem seu interior, ser um garoto que tem muitos sentimentos e que quer vivê-los intensamente.
Jin Ling é uma jovem que teve a sua vida completamente modificada quando os Ceifadores invadiram a sua casa, mataram seus pais e levaram a sua irmã para servir como prostituta em um bordel na Cidade Murada. Ela parte em busca de vingança e de rever a sua irmã, sua única família no mundo, com vida.
Mey Yee acabou se tornando a prostituta mais desejada do bordel em que trabalha. Por ser muito bonita, apenas clientes de luxo a visitam, como grandes generais do exército e traficantes de alto escalão. Mas o que o seu belo rosto esconde é sua tristeza em estar afastada de sua irmã e vivendo uma vida miserável, sendo usada e abusada por seu cafetão. Até que um dia ela começa a receber visitas de um garoto misterioso em sua janela e passa a voltar a acreditar no amor verdadeiro.

Narrativa

O livro é narrado em primeira pessoa sob os pontos de vista dos três protagonistas. Esta narrativa foi muito feliz uma vez que pode explanar todos os nichos da história ao mesmo tempo, com riqueza de detalhes, não se limitando a apenas um ponto dela. A autora foca nos diálogos e nos pensamentos dos personagens, o que dá um bom panorama da história. Os capítulos são divididos em uma contagem regressiva de 18 dias até um acontecimento que ocorre no final do livro.
Gostei da forma como a autora construiu os personagens e a história. Por mais que haja momentos que tendam para o clichê ao longo de toda a narrativa, o que é comum em livros do gênero, o texto segue uma linearidade até o final. Não há grandes reviravoltas ou muitos momentos de clímax durante a história.

Ficção e Realidade

A Cidade Murada é uma distopia do mundo real. Mesmo tendo elementos distópicos básicos, como uma organização totalitária e jovens assassinos em fuga em um território monitorado, toda a história passa longe de ser uma ficção científica e foca nos elementos da realidade que existem em seu conteúdo. O tráfico de drogas, a exploração sexual de menores, a pobreza extrema e a incitação de crianças e adolescentes para o mundo do crime são temáticas atuais recorrentes em muitos países populosos em que há pobreza extrema.
Para esse livro, a autora tomou como base a extinta cidade murada de Kowloon que existiu durante décadas na China e foi considerada a maior favela vertical do mundo. O ambiente é o mesmo que o narrado no livro, porém as histórias dos personagens foram inventadas.
Misturar elementos de ficção e realidade, ou tomar um elemento real como premissa para uma história, não é algo novo na literatura. Porém, poucos são os livros que se arriscam por esse caminho e em A Cidade Murada percebe-se que a autora teve coragem para tal.

Considerações

Já tinha lido um livro semelhante a esse no passado, Em Busca de Um Final Feliz de Katherine Boo, que foi uma leitura excelente. A única diferença é que nele a autora, além do cenário, uma favela de Mumbai, também usou de personagens da vida real com histórias ficcionais criadas para eles. Desde então, eu adorei livros que misturassem elementos de ficção e de realidade e tive em A Cidade Murada um prato cheio para degustar. Recomendo que quando for ler o livro não crie altas expectativas nem espere uma história similar às distopias juvenis atuais. Pelo contrário, este livro é mais reflexivo e focado no drama, sem grandes picos de ação ou de grandes surpresas no enredo.

site: http://www.psychobooks.com.br/2015/04/resenha-a-cidade-murada.html
Nai 10/11/2016minha estante
Você errou em algumas partes, nem parece a mesma versão que li! rs. Os pais de Jin e Mey estão vivos e, em momento algum foi dito que ela era a mais desejada do bordel... rs. Tem que rever isso aí!




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