Bianca2515 23/04/2020
Yaqui Delgado quer quebrar A Sua Cara
Tenho um carinho enorme por esse livro, foi um presente de uma grande amiga que eu trouxe para esse universo lindo da leitura, a dedicatória até hoje me faz sorrir e me emocionar. O livro é tão especial que acabei relendo enquanto fazia essa resenha.
YAQUI DELGADO QUER QUEBRAR A SUA CARA, já me intrigou desde o começo pelo seu título, eu jurava que era uma narrativa masculina (olha o machismo estrutural ai minha gente), quando começo a ler vejo que a história toda é narrada por uma garota, Piedad Sanchez, que acaba de se mudar de bairro e na sua nova escola se vê ameaçada por uma valentona, Yaqui Delgado, que tem inveja do seu corpo e a atração que começou a despertar nos meninos e em um em especial.
Piddy e sua mãe, Clara, imigrante cubana, mudam-se pois o prédio antigo em que moravam estava caindo aos pedaços. Clara, uma mulher forte e batalhadora, porém, cansada com a vida e de tanto trabalhar para sustentar ela e Piddy, acaba sendo mais fria e dura com sua filha no dia a dia. Isso contribui para que Piddy não se abra com ela, o fato de ser adolescente e achar que o mundo está contra você e principalmente sua mãe, ajuda nesse isolamento, o fato é que Piddy não divide de início com sua mãe os problemas que passa nessa nova escola.
Piddy, sempre foi uma aluna exemplar, seu sonho era ser veterinária e cuidar de animais grandes, principalmente Elefantes, mas com a mudança se vê assombrada com um milhão de sentimentos e perguntas que frequentemente tinha e que acabaram se intensificado, como “quem é meu pai?/onde ele está?”, e para completar sente que sua melhor amiga, Mitzi, a ignora e que perde seu apoio no embate contra Yaqui.
Piddy se sente sozinha, acha que não pode contar com ninguém, seu declínio acadêmico é extremamente notável, vai de aluna exemplar a aluna em detenção, assim começa a dar indícios que algo não está certo e uma redação que faz sobre monstros na atualidade desperta a atenção de uma pessoa que ela não imaginaria que a ajudaria.
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Ela se desencontra de sua essência, de sua individualidade, fica perdida em pensamentos sombrios até conseguir se reconectar consigo mesma, e depois de uma conversa com Lila, melhor amiga de sua mãe, tem o empurrão que precisava para aceitar ajuda. .
É um livro que vai além das aparências, além de sua classificação destinada ao público adolescente e me lembrou o livro e seriado “Os 13 Porquês”, que mostra como o bullying é nocivo para as pessoas, principalmente as que possuem o psicológico abalado. .
A relação das duas, Clara e Piddy, me levou a refletir a importância do diálogo entre pais e filhos, principalmente nessa fase da vida, em que estamos formando nossa individualidade, nossos conceitos, em como precisamos ser parceiros de nossos pais, não é vergonha nenhuma reconhecer que precisa de ajuda, bullying não é brincadeira, não é frescura, e pode levar a um caminho sem volta. .
Mas VIVER é sempre a melhor saída.
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Então se você estiver passando por alguma situação difícil e quiser conversar, estou aqui, mas fale com alguém, peça ajuda, se cuide, você é importante e ninguém pode dizer que você é menos que isso.
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Espero que tenham gostado dessa resenha e reflexão