Por Quem os Sinos Dobram

Por Quem os Sinos Dobram Ernest Hemingway




Resenhas - Por Quem os Sinos Dobram


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Lucas 06/01/2018

Perfeito
Em "Por quem os sinos dobram" a narrativa nos apresenta Robert Jordan, um americano engajado na gerra civil espanhola lutando contra o regime fascista. Robert recebe uma missão que , se bem executada, pode definir o rumo da guerra - explodir uma ponte atrás das linhas inimigas. Para a execução da missão ele conta com a ajuda de um grupo de guerrilheiros, dentre eles a firme Pilar, o perigoso Pablo e a jovem Maria, por quem se apaixona perdidamente.
A narrativa é dinâmica e rica em detalhes e fatos históricos - Hemigway foi correspondente na gerra civil espanhola - e a conforme avança a ação vai aumentando numa medida perfeita. Robert sabe que tem 3 dias - tempo exato da história, 3 dias e 3 noites - para a execução da missão. É esse é tempo que ele tem para planejar e preparar os detalhes bélicos, cuidar das intrigas de Pablo e viver o romance da sua vida. Após isso, nada é certo, viver ou morrer, ter o sucesso ou o fracasso, nada.
A medida que chegamos próximo ao final, a ação torna-se cada vez mais emocionante e rica em detalhes e reviravoltas. Fica impossível não torcer por um final feliz para Robert e Maria - uma das histórias de amor mais bem contadas de todos os tempos.
Recomendo, e muito, leitura dessa obra magnífica, encantadora e emocionante.
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Ellen Macedo 08/05/2017

O mundo é um bom lugar e vale a pena lutar por ele
Uma aventura sensacional, novelão no melhor estilo Hemingway.
Gostaria muito de ver um remake no cinema.
Robert Jordan viveu e aprendeu em três dias mais que uma vida toda.
Personagens inesquecíveis, vale muito a leitura pra quem procura um grande clássico.
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tgomame 06/04/2016

Grande Livro e História
Acompanhar o desenrolar da missão de explodir uma ponte dada a Jordan é muito intrigante, pois a cada dia novas surpresas aparecem.
A tarefa, confiada a desacreditadas pessoas, é grande demais, e essencial para o desenvolvimento da guerra.
Impressiona a dedicação do personagem principal a uma causa que não é sua.
Aliás, esse sentimento está no título da obra, o importar-se com o outro, afinal "os sinos dobram por ti".
O final é sensacional, me fez buscar outro exemplar para ter certeza que era aquilo mesmo.
Vale a pena a leitura desse grande autor americano.

Com certeza ajuda a compreender o contexto histórico se você fizer uma revisão da Guerra Civil Espanhola. O autor subentende que o leitor já domina o assunto.
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Paula' 12/10/2015

A forma como ele fala sobre a guerra é delicada e intrigante. Mostra através de aspectos psicológicos o impacto das batalhas na vida e nas relações das pessoas. Em alguns momentos a narrativa pode ser um pouco cansativa, mas vale a pena persistir e chegar ao fim, que é uma das melhores sacadas do livro.
tgomame 05/04/2016minha estante
Pois é Paula, eu tive que procurar um outro exemplar pra ter certeza que era o fim do livro mesmo. Sensacional.
Fiquei paralisado.




Alexandra 18/09/2015

“O mundo é um bom lugar e vale a pena lutar por ele.”
Em “Por Quem os Sinos Dobram”, Hemingway conta a história de um professor americano, Robert Jordan, que luta na Guerra Civil Espanhola, e cuja missão é a de explodir uma ponte. A história acontece no período de três dias e três noites, mas como o próprio personagem diz: parece que ele viveu toda a sua vida ali.

Mesmo narrado em terceira pessoa, a impressão que se tem é a de que o próprio Robert Jordan está contando a história. Isso se deve porque, assim como em outros livros, o personagem principal é o alter-ego do escritor, que também participou desta guerra.

Durante esses poucos dias, Roberto (ou o Inglês) – nomes pelos quais é chamado pelos demais personagens – aprende a conviver com um grupo de espanhóis que acreditam e lutam pela República, como a forte Pilar, o dúbio Pablo, o dedicado Anselmo e a doce Maria – por quem se apaixona de forma idílica.

A obra faz questionamentos a cerca da guerra, sobre o papel de um soldado, a obediência, a burocracia, a humanidade e a morte. Por quem os sinos dobram? Como escreveu John Dorne: “Nenhum homem é uma Ilha, um ser inteiro, em si mesmo, (...) a morte de um único homem me diminui, porque eu pertenço à Humanidade. Portanto, nunca procure saber por quem os sinos dobram. Eles dobram por ti.”

Com uma história simples, Hemingway aborda a efemeridade e, ao mesmo tempo, a força da vida humana. Durante o livro, o personagem principal lembra-se de fatos do seu passado, imagina um futuro com sua amada Maria, tem planos, tem sonhos, vive, faz amigos e inimigos. Sua vida não é um fato isolado, é também as relações que têm com tudo que existe. Assim como a vida de todos nós que fazemos parte da humanidade.

“Por Quem os Sinos Dobram” é um exemplo de uma história com enredo simples, mas com mensagens fortes e sem apelar para o melodrama.

“O mundo é um bom lugar e vale a pena lutar por ele.”
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Fabio Martins 07/08/2015

Por quem os sinos dobram
Ernest Hemingway é uma das figuras mais emblemáticas da literatura recente. Viveu intensamente, conheceu o mundo em sua forma mais brutal e severa – durante guerras que presenciou de perto – e também em sua forma mais doce e romântica – ao lado de suas paixões.

Jornalista por profissão e escritor por essência, Hemingway participou da Primeira Guerra Mundial, aos 19 anos, como voluntário dos exércitos francês e italiano e cobriu a Guerra Civil Espanhola como jornalista. Toda essa vivência de perto do horror deu a ele suas características mais lembradas, a exaltação pela vida e o fascínio pela luta. Toda a sua representativa obra rendeu-lhe o Prêmio Nobel de Literatura de 1954.

Em Por quem os sinos dobram, o dinamitador americano Robert Jordan é chamado para explodir uma ponte vital para a vitória dos republicanos sobre os fascistas na Guerra Civil Espanhola. Ele é enviado para uma caverna que serve de abrigo a alguns aliados da República, e se prepara para o ataque, dali a três dias.

Lá, conhece Anselmo, o velho que vira seu braço direito na operação, Pablo, assassino cruel e de boca afiada e sua esposa, Pilar, e Maria, cuja beleza rara e pele morena encantam Jordan desde o primeiro encontro, culminando numa arrebatadora paixão.

Os dias que se sucedem antes da ação são de reflexões, conversas e desentendimentos. Jordan, aos poucos, passa a conhecer melhor o perfil de cada um. Todos são revolucionários experientes, e Pilar conta a terrível cena em que massacraram os fascistas no início da Revolução em sua pequena cidade ao lado de Pablo.

Este relato cruel contra os fascistas, sem distinguir os mais fervorosos e ativos daqueles que apenas compartilham o ideal, reforça a ideia de unidade que permeia o livro. O todo é mais importante que as partes, as pessoas lutam e morrem por um bem maior. O título Por quem os sinos dobram, inclusive, refere-se a um poema homônimo escrito por John Donne, em 1624:

“Nenhum homem é uma Ilha, um ser inteiro em si mesmo; todo homem é uma partícula do Continente, uma parte da terra. Se um Pequeno Torrão carregado pelo Mar deixa menor a Europa, como se todo um promontório fosse, ou a Herdade de um amigo seu, ou até mesmo a sua própria, também a morte de um único homem me diminui, porque Eu pertenço à Humanidade. Portanto, nunca procures saber por quem os sinos dobram. Eles dobram por ti”.

A narrativa do livro segue o estilo que eternizou Hemingway. O autor simplifica ao máximo a forma de contar a história, sem muitos floreios, sempre de forma direta, crua e repleta de diálogos. Ao ler um livro de Hemingway o leitor tem a impressão de que a história é dura e até certo ponto cruel, mas, ao finalizar a obra, consegue se identificar com a profundidade de seus pensamentos que nem sempre estão explícitos no papel.

site: lisobreisso.wordpress.com
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Nélio 16/06/2015

Era um livro que me "chamava" para a leitura. Demorei a achá-lo para comprar e a coisa foi se arrastando, por conta de compromissos outros.
Enfim, terminei-a.
Esperava mais do livro. Não vai para a lista dos "top 10", mas, de qualquer forma, valeu a leitura.
O que mais me encantava nele era o titulo - fruto de um texto de John Donne. Não consegui aproximar tanto assim o livro com o excerto original de Donne que, inclusive, está como epígrafe do livro.
Há cenas memoráveis do livro. A cena da matança promovida por Pablo; o relato de Maria para Robert sobre seu sofrimento; a expectativa de explodir/não explodir a tal ponte. Enfim, cenas muito boas para quem gosta de ler.
O que não gostei foi a quantidade de rememorações das personagens. Aquilo tornou o livro "marrento" e o enredo, para mim, se perdia.
Mas a escrita é boa, pois o autor consegue "emocionar-nos" com suas descrições das angústias daquelas pessoas que passavam pelo horror da guerra.
Enfim, acho que, apesar de tudo, vale a leitura. Até porque ainda quero ler do mesmo autor "O velho e o mar"...
Ana 04/01/2016minha estante
Nélio, leia mesmo "O velho e o mar": é muito bom! Li "Por quem os sinos dobram" pensando encontrar neste, no mínimo, algo tão bom quanto naquele... Ledo engano... Se lhe interessar, leia a resenha que deixei aqui, achei sua impressão um tanto parecida com a minha. :)


tgomame 05/04/2016minha estante
Eu gosto muito do contexto da Guerra Civil espanhola, e como ele relaciona o contexto do livro com os fatos da Guerra. Muito bom.


Rodrigo 25/02/2019minha estante
Concordo plenamente com a sua resenha. O Livro tem bons momentos, mas é arrastado e se perde nele mesmo... cheguei ao final torcendo pra acabar logo por que nao aguentava mais




chaany 11/03/2015

A guerra não poderia ser melhor retratada...
"Viver era um campo de trigo ondulado ao vento numa encosta. Viver era um gavião no céu. Viver era um jarro de cerâmica com água na poeria do debulho do trigo, batido na eira com o mangual, e a palha esvoaçando. Viver era um cavalo entre as pernas e uma carabina sob a coxa, uma colina, um vale, um riacho com os pinheiros ao longe, mais adiante outro vale, e outras colinas além."

Por Quem os Sinos Dobram se inicia com o dinamitador Robert Jordan em sua missão para explodir uma ponte durante à Guerra Civil Espanhola e se desenvolve em torno de todas as reflexões e laços criados em meio à essa dura realidade da guerra.

Em sua jornada, Jordan irá conhecer ciganos, guerrilheiros, ex-líderes e sobreviventes de guerra. Cada personagem brilhantemente criado por Hemingway trará uma nova visão sobre a guerra e uma forma diferente de lidar com a mesma, portanto, prepare-se para embarcar numa viagem extremamente reflexiva que irá colocar em debate os dois lados de uma guerra: o daqueles que matam e o daqueles que morrem. E como não existem inocentes em uma guerra, esses dois lados estão sempre presentes em cada pessoa que participa desse cenário.

"Um exército que é constituído de elementos bons e maus não pode ganhar uma guerra. Todos devem ser trazidos para um certo nível de desenvolvimento político; todos devem saber por que estão lutando e a sua importância; todos devem acreditar na guerra que estão fazendo, e devem aceitar a disciplina."

A força dessa obra está no realismo presente nas descrições e nos relatos sobre a guerra, capaz de te transportarem para as mais duras e cruéis situações que foram vividas pelos personagens. Por Quem os Sinos Dobram é um livro que discutirá a vida, a morte, as formas de governo, o medo, o amor, o desejo, entre outros assuntos igualmente densos.

Um dos aspectos que mais me agradou na leitura do livro foi a presença de personagens místicos, que acreditavam "no cheiro da morte", na força do destino, na previsão do futuro, etc, e nesse ponto o livro me lembrou bastante Cem Anos de Solidão, do Gabriel García Márquez. (O que vocês sabem que é o maior elogio que eu posso fazer a um livro!).

Acredito que todas as pessoas deveriam colocar Por Quem os Sinos Dobram naquela listinha de "livros para ler antes de morrer", mas também sei que é preciso um certo preparo para encarar essa obra, uma vez que ela necessita de certa maturidade do leitor, além de uma boa carga literária anterior.

O estilo de Hemingway é único e pode levar um "tempo de adaptação" por ser uma história narrada predominantemente através de diálogos - e esse não ser um recurso muito presente na literatura contemporânea -, mas uma vez ultrapassados esse obstáculos acredito que todo leitor preparado estará diante de uma obra sui generis.

"Nunca procures saber por quem o sinos dobram. Eles dobram por ti".

site: www.vanessachanice.com
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Marcelle 01/02/2015

Por Quem os Sinos Dobram – Eles dobram por ti
Ernest Hemingway, um dos mais aclamados escritores norte-americanos, dispensa apresentações e seu nome fala por si só. Escritor de clássicos com O Velho e o Mar e O Sol Também Se Levanta, alcança em Por Quem Os Sinos Dobram sua primazia, mais do que merecendo o Nobel de Literatura em 1954. E é sobre esse último livro que discorro afinal, uma leitura tão incrível merece ser comentada.
O livro retrata a missão do americano Robert Jordan de dinamitar uma ponte estratégica na região da Segóvia, durante a Guerra Civil Espanhola, na qual lutou ao lado dos Republicanos, contra o exército fascista. Na verdade o livro apenas inicia-se como uma missão, mas seu verdadeiro conteúdo transcende uma simples ordem militar. Explico. Robert Jordan começa o livro como um soldado modelo, daqueles que põe a própria vida em segundo plano ante um objetivo maior.
“Você não existe e não existem as pessoas que não devem enfrentar isso ou aquilo. Nem você nem este velho são nada. Vocês são apenas instrumentos de sua missão. Vocês não têm culpa dessas ordens, elas são necessárias, e existe uma ponte, uma ponte que pode ser o vértice onde a mudança do futuro da raça humana irá acontecer. Assim como de repente tudo pode mudar nesta guerra. Você tem apenas uma coisa para fazer, e você deve fazê-la”
A beleza do livro está em ver uma pessoa tão objetiva, tão seca, tão calculista alcançando o que podemos chamar de humanidade. Recheado de monólogos internos, acompanhamos a mudança da percepção do protagonista com relação à guerra, sua relação com as pessoas, sobre a própria vida, sobre a Espanha. A estória passa-se apenas em 3 dias e 3 noites, mas não é a toa que o livro possui mais de 500 páginas. E ao final dele, nós mesmos nos sentimos mais maduros e mais sábios. Como o próprio personagem reconhece, em 4 dias viveu uma vida inteira. Logo antes de executar a missão, sua mudança de perspectiva é patente:
“Quão pouco sabemos do que há para saber. Gostaria de ter uma vida longa, em vez de morrer hoje, pois aprendi tanto sobre a vida nestes últimos quatro dias, muito mais, eu acho, do que em todos os anteriores. Gostaria de me tornar um homem velho e verdadeiramente sábio. Tenho curiosidade de saber se a gente segue aprendendo, ou se há um certo limite de aprendizagem para cada homem. Pensei que soubesse tantas coisas e na verdade não sei nada. Queria ter mais tempo.”
É claro que durante esse período várias personagens marcantes contribuíram para seu autoconhecimento. Para trabalhar na sua missão, teve de recorrer a alguns guerrilheiros espanhóis que viviam nas montanhas e o acolheram prontamente ávidos por ajudar a República. Personagens incríveis como o decadente líder Pablo, a sempre forte Pilar, a ingênua Maria, o fiel Anselmo, entre outros tantos que em conjunto despertam uma sensação de respeito mais profundo por um povo tão lutador, não só no sentido combativo. Aliás, seu romance com Maria marca uns dos pontos mais sensíveis da obra e tem especial significado para Robert, que de tão objetivo, nunca tinha amado.
“Ele estava deitado na relva, de lado, a cabeça afundada nas urzes, sentindo o seu cheiro e o cheiro da terra, e o sol derramava-se, e ele sentia coceira nos ombros nus arranhados e ao longo de seu corpo, o corpo da garota deitada de frente para ele, com os olhos ainda fechados, e então ela os abriu e sorriu para ele, que lhe disse exausto, distante, mas amigável, “Olá, coelhinha”. (...) “Maria, eu te amo, você é tão encantadora, tão maravilhosa e linda, fazes-me coisas para ficar contigo que eu sinto como se quisesse morrer quando estou te amando”. — Oh, eu morro a cada vez. Você não morre?”
Uma das maiores qualidades desse livro é a sinceridade da obra. Hemingway foi correspondente em Madrid durante a Guerra Civil Espanhola, e toda crueza de sua vivência nesse período transparece na leitura. Na verdade a guerra é inspiração de outros livros do autor, as touradas por exemplo vão inspirar o enredo de O Sol Também se Levanta, mas em uma dimensão muito menos densa, o que reitera opiniões de que Por Quem os Sinos Dobram é realmente sua obra prima. Livro este que é belo desde o início, com a menção do sábio poema de John Donne, o qual dará título ao livro.
“Nenhum homem é uma Ilha, um ser inteiro em si mesmo; todo homem é uma partícula do Continente, uma parte da terra. Se um Pequeno Torrão carregado pelo Mar deixa menor a Europa, como se todo um Promontório fosse, ou a Herdade de um amigo seu, ou até mesmo a sua própria, também a morte de um único homem me diminui, porque Eu pertenço à Humanidade. Portanto, nunca procures saber por quem os sinos dobram. Eles dobram por ti.”
Encerro essa resenha com um trecho do final do livro, na minha opinião das partes mais comoventes da obra. Aos que não gostam de spoillers, não leiam, apesar de o final ser um tanto previsível, o que não diminui em nada a qualidade do livro.

“Lutei durante um ano pelo que acredito. Se vencermos aqui, venceremos em todos os lugares. O mundo é um bom lugar e vale a pena lutar por ele, e odeio ter que deixá-lo. Você teve muita sorte por ter uma vida tão boa. Teve uma vida tão boa quanto a do seu avô, apenas não tão longa. Teve uma vida boa como outra pessoa qualquer, por causa desses últimos dias. Você não vai querer reclamar, justo quando teve tanta sorte. Mas eu gostaria de passar à frente o que aprendi. Cristo, eu aprendi rápido no final.”


site: http://sagaranando.blogspot.com/2015/02/por-quem-os-sinos-dobram-eles-dobram.html?spref=fb
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Gilmar 27/11/2014

Eles Dobram por Ti.
Uma tarde tranquila, uma brisa leve corre e faz dançar as poaceaes clareadas por raios brandos de sol. Um quadro de paz, pintado com um cavalo pastando e um casebre de madeira cinzenta, típico de agricultor. Essa obra prima do momento é marcada por uma trilha sonora continua e ritmada, bem pausada, vinda das alturas de alguma torre norte, arquitetonicamente gótica, especialmente posicionada ao centro da cidade.
Tal quadro fora pintado mais uma vez. Mas escrito à mão serve de aviso, pois este momento é introdutório. Uma introdução à morte, pois predispõe a pergunta: Por quem os sinos dobram?...
Basicamente é essa sensação que Ernest Hemingway quer deixar em seu corpo, mente, espirito e leitura. Conhecido pela escrita rígida e direta, o autor cria paisagens incríveis, em meio a conversas entre alter ego, personagem e personagens. Seu ambiente se torna uma marca na leitura, onde você, leitor, pega o papel de ouvinte, seguidor de Robert Jordan pelas montanhas espanholas. Nesse sentido, é possível seguir os passos do Inglés, que sobe, desce, pensa, planeja, bebe, conversa, se auto critica, ama e por fim... Os sinos dobram.
Esse é nosso protagonista, um americano, professor universitário de espanhol, que se torna um dinamitador para o governo Republicano. Colocado pelo Serviço de Inteligência Militar (S.I.M), para explodir uma ponte na região de Segóvia, possibilitando ilhar o exercito fascista, acarretando numa ofensiva republicana bem mais efetiva.
Nessa jornada, Robert Jordan conhece Anselmo, o velho com quem muito simpatiza, um grande aliado e amigo. Ajudando-o com todo o desempenho e sorte na missão, Anselmo, o leva para uma caverna na montanha em que habita e logo apresenta Pablo, Pilar, Maria, Rafael e outros idealistas, que juntos cultivavam um ódio pela forma de governo fascista. Esses personagens possuem complexidades e distinções marcantes sendo de importante e aparente repercussão em Jordan. Essa repercussão estará em todo os 3 dias e 3 noites que antecedem a concretização da missão, se ilustrando em forma do amor pela Maria, desconfiança em Pablo, irreverencia de Rafael e determinação e força de Pilar.
Cada imagem que os 43 capítulos oferecem, desenvolve na visão e imaginação literária certa emoção distinta. Desde a chegada de Robert Jordan a caverna, encontrando a mulher maltratada, de cabelos tosados, seios túrgidos e pele levemente morena, que depois desse momento descobre ser a mulher de sua vida, até a “malhação com manguáis”, o impasse e a investida dos aviões contra os guerrilheiros de El Sordo, e por fim a concretização da missão, com a explosão da ponte. Enfim, sendo exemplos leves da magia literária de Hemingway, o livro puxa e desloca o leitor para perto da Guerra Civil Espanhola e os momentos mais duros da batalha entre irmãos.
Frente a essa trama, ambientação e historia, podemos perceber não a vida, mas a morte. Ao passo que um quadro é pintado com toda a diversidade de cores alegres e calmas, a morte solidifica a frieza de cores escuras e toca os sinos para essa pintura. A obra prima da vida é destacada com a simples e emblemática trajetória de um professor que acaba se tornando guerrilheiro. Portanto, em meio a guerra percebe que os dias são curtos e cada hora contabiliza a diferença em sua vida. Cada pensamento recluso e critica torna seu destino cada vez mais traçado a um medo inconveniente; e mesmo a esperança dando as caras, sua imagem se torna desacreditada e a fé é algo possível só num mundo mais belo.
A autocritica, os pensamentos, a vida solitária e as reviravoltas, traços de Hemingway que deslocam sentidos e emoções a cada paragrafo se concretiza na aceitação do destino como algo indiscutível frente à vivência. Uma vivencia que deve ser absorvida em todo seu esplendor. Em meio aquela torre norte que emite o som emitido por um artefato rico em significado, o modo como o sino dobra, ao perguntar e não se obter resposta sobre por quem ele canta, o silencio pode ser a resposta. Por isso nunca pergunte por quem os sinos dobram em meio a relva que dança pacificamente junto a um animal e um casebre, iluminado pela luz branda da estrela primordial. Por que possivelmente eles dobram por ti.

Gilmar Leal
27/11/2014
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Tamara Breder 09/01/2014

Iceberg
Hemingway definitivamente não é para qualquer um. Mas se você estiver pronto para se entregar, para dedicar meses, se preciso, para ver além do óbvio, por debaixo dos véus de uma história aparentemente impossível, inverossímil, com certeza Papa vai lhe surpreender. Mas para mim, a história em si não importou muito nesse caso, tanto que não seria capaz de fazer um resumo. Alguns pontos com certeza marcam, como a narrativa do massacre citado na resenha do Dan.

Por quem os sinos dobram foi o segundo livro de Hemingway que li e, assim, já conhecia um pouco o estilo. Mas mesmo assim, não foi fácil chegar ao final. Foi árduo, às vezes triste,às vezes dolorido. Mas valeu cada palavra, cada vírgula, cada pensamento.

Quanto ao estilo, acho importante avisar aos marinheiros de primeira viagem que é um estilo só dele. Se você não tem paciência para diálogos, não leia. Se você pula os diálogos, vai pular o livro todo. Eu tenho essa mania às vezes e tive que superá-la nesse caso. Ainda faço isso com outros, mas os diálogos são a alma desse livro. Haja o que houver, não pule uma sílaba.

Esse livro me fez pensar durante muito tempo, acho que vou pensar sobre ele para sempre e quem sabe um dia volte a lê-lo, embora não seja muito de releituras.

Também achei que não é um livro sobre espanhóis, como alguns podem achar. Não encarei como uma descrição histórica da Guerra Civil Espanhola nem como uma tentativa de descrever o povo espanhol. Para mim foi um livro sobre o ser humano em geral, sobre como a guerra é terrível, qualquer guerra, e como as pessoas são importantes, todas elas.

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Lista de Livros 22/12/2013

Lista de Livros: Por Quem os Sinos Dobram, de Ernest Hemingway
“– É verdade que ela não tem doença. Podia até ter. Não sei como não pegou. Talvez Deus ainda exista, embora O tenhamos abolido.”
*
“– Gosto mais do front – dissera Robert Jordan. – Quanto mais perto do front, melhores as pessoas.”
*
“Numa guerra não se pode dizer o que a gente sente.”
*
Mais do blog Lista de Livros em:

site: https://listadelivros-doney.blogspot.com.br/2010/07/por-quem-os-sinos-dobram-ernest.html
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Raphael 01/11/2013

Maravilhoso. Um dos melhores livros que já li na minha vida. Recomendo pra qualquer um que queira ler uma boa história de guerra, algo emocionante, uma análise sobre a natureza do homem corajoso ou um trabalho sobre a violência.
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Cristiano.Vituri 11/09/2013

Parece mas não é, e acaba sendo...
No começo do livro achei a narrativa um tanto quanto apática (como li em algumas resenhas), com muitos detalhes que talvez ajudem o livro a ganhar suas 624 páginas. E ficou nessa por um bom tempo (visões de um estadunidense sobre a Espanha e seus costumes).

Porém a parte final, honrou todas as páginas lidas anteriormente.Não dava pra desgrudar do livro!!!. A parte da guerra propriamente dita, foi SENSACIONAL -conversas curtas e rápidas, com ações e acontecimentos que enriqueceram de vida cada personagem - finalmente entendi a fama desse livro.

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