Paula Zawatski | @paulazawatski 13/01/2022
"Talvez algumas pessoas simplesmente tenham sido feitas para estar na mesma história."
Avaliação: 5 estrelas + favoritado (incrível, apenas!);
Leitura nº 9 do ano de 2022;
Minha relação com: Eu te darei o Sol, é um tanto complexa... Ganhei o livro de cortesia do Skoob há mais de seis anos, - foi um sorteio, acho que, da Bienal, ganhei dois livros, porém a outra editora não enviou,- e tentei por diversas vezes engatar a leitura, porém não funcionava. As primeiras 30 páginas foram lidas umas cinco vezes. Início do ano passado cheguei a 90% do livro, porém por motivos aleatórios não conclui. Coloquei como meta ler em dezembro/21, comecei, porém fui realmente concluir agora em janeiro/22. E é aquele tipo de sentimento: PRA QUE DEMORAR TANTO PARA LER?
O inicio do livro, primeiro capítulo, é bem lento e arrastado, porém troca o pov e só vai essa maravilhosidade.
Esse é um livro que prova a força que a arte tem em nossas vidas e também a força com que um livro pode nos tocar. É mais que um romance YA, ele tem uma carga dramática familiar muito bem explorada e a autora conseguiu conduzir a história perfeitamente.
A história gira em torno dos gêmeos: Noah e Jude. Vamos conhecendo a história pelos olhos dos dois, porém em momentos distintos. Temos o olhar de Noah com 13/14 anos, quando ele era um menino esquisito e excluído, sem amigos e que vivia pintando; neste momento Jude era uma das garotas populares. Nessa parte da história temos a mãe dos gêmeos semear o sonho de que os filhos estudem em uma renomada escola de artes.
Quando a história é pelos olhos de Jude, agora os gêmeos estão com 16 anos, a família passou por uma tragédia, e Jude é uma garota reclusa, sempre se escondendo e Noah é o garoto popular e atlético.
No decorrer das duas partes da história vemos os gêmeos buscando a aprovação dos pais, de formas e por motivos diferentes. Vemos as relações deles com os pais mudarem. Mostrando que Noah e Jude apesar de tão diferentes tem a mesma intensidade.
Por se tratar de um YA, claro que temos esses dois irmãos descobrindo o amor, se machucando e quebrando a cara, mas também aprendendo e se conhecendo bastante.
A escrita da Jandy é formidável, a forma com que ela traz as personalidades de cada um dos irmãos para cada uma das narrativas é muito bem feita. A intensidade de sentimentos que o livro desencadeia faz com que sintamos os personagens de uma forma muito real.
Os protagonistas, principalmente por serem tão inseridos no mundo das artes, veem o mundo de uma forma diferente, mágica até, então é um pouco necessário ter a mente aberta, mas tudo se encaixa e combina com a forma com que a autora trabalha o livro.
"Talvez uma pessoa seja feita de várias pessoas. Talvez estejamos acumulando novas personalidades o tempo todo. Carregando-as ao fazermos nossas escolhas, boas e más, enquanto erramos, organizamos, perdemos a cabeça, encontramos nossa cabeça, desabamos, nos apaixonamos, sofremos, crescemos, nos retiramos do mundo, mergulhamos no mundo, ao criarmos coisas e destruirmos coisas."
O livro se tornou um dos favoritos da minha vida!