charlie54 19/06/2021"E em tudo o que eu vejo, eu vejo ele."Certo, não sei se é possível descrever com palavras a forma que esse livro me destruiu completamente. Embora eu estivesse ciente do quando esse livro doía, não consegui mensurar o quanto.
Esse livro é uma obra prima. Pra mim ele representa a forma que traumas moldam pessoas e tornam elas quem elas são hoje. Me fez refletir sobre tantas, tantas coisas. Cada página doeu como se Jude fosse uma pessoa real próxima a mim. Ele é um personagem tão bem escrito e profundo e isso me fez amar ele demais. Eu raramente sinto de fato com livros, e esse em especial me fez sentir tudo o que foi possível e de um jeito consideravelmente agressivo.
A narrativa não tem uma ordem de tempo específica, quase nunca dá pra distinguir se tal cena está acontecendo agora ou é uma lembrança, ou se de fato o livro todo é uma coletânea de lembranças, e isso foi feito de forma muito inteligente pela autora. Tudo é escrito com tanto sentimento e carga emocional pesada, e embora seja muito bonito, foi tão longo, sério. Talvez seja porque se passam vários anos, mas mesmo assim, poderia ter resumido algumas partes.
Nada de bom acontece nesse livro. Quer dizer, ocasionalmente tem algumas páginas de felicidade real, mas considerando que o Jude é o protagonista, tudo acaba de certa forma tendo essa visão melancólica e angustiante.
Eu amei os personagens, cada um deles (menos os vilões da história, se é que me entende) e embora tenha ficado traumatizado KKKKKK, me sinto grato. Eu sinto que genuinamente não sou a mesma pessoa que era antes de iniciar esse livro, e isso com certeza quer dizer alguma coisa.
O livro é absurdamente pesado e intenso, CHEIO de gatilhos e de forma bastante explícita, então seria muita irresponsabilidade recomenda-lo como um simples livro pra chorar. Uma dica: não tenha esperanças quando for ler esse livro, não espere momentos felizes. Não é uma história feliz.