Mistfey 04/10/2020
Resenha: Lírio Azul, Azul Lírio
Neste terceiro volume, nossos personagens continuam sua busca por esse rei galês misterioso.
A mãe de Blue desapareceu no fim de Ladrões de Sonhos, então enquanto eles procuram por ela, vão surgindo novas pistas sobre a localização de Glendower.
Aliás, eu tô até agora sem entender bem o porquê do sumiço da Maura, o porquê dela ter ido pra debaixo da terra, eu acho que apenas ir em busca do pai da Blue não foi um argumento muito convincente pra mim...
Mas por outro lado, foi algo bom, pois esse ocorrido desencadeou várias outros acontecimentos....como o desenvolvimento da Blue dentro da série. Provavelmente esse tenha sido o motivo de a Maggie decidir enfiar a Maura numa caverna.
Por cima disso, existe o enigma dos três adormecidos: Um deve ser despertado, o outro nem pensar, e o do meio pode ser... O ruim é saber Quem é quem.
Vamos ter Também a introdução de Colin Greenmantle na trama,(que foi quem contratou o Homem Cinzento para ir em busca do Greywaren: um suposto alguém/ algo capaz de trazer sonhos para o mundo real). Eu achei que ele fosse ter uma forte influência nos acontecimentos e tudo o mais, porém não foi o que aconteceu... tudo em Henrietta é um emaranhado de coisas estranhas... É como procurar uma agulha no palheiro!
Um personagem secundário muito querido vai nos deixar em Lírio Azul... Essa morte causa muito impacto no nosso quinteto, na Blue principalmente. Os faz pensar que essa jornada pode ser muito perigosa e fatal para alguns... Os lembram que nem todos ali tem um escudo místico e que eles devem agir com mais cautela.
Com o desaparecimento da Maura, a Blue fica meio sem norte, mas sem fazer nada estúpido, graças a Deus.
Eu gosto muito da Blue por ela não ser um personagem feminino convencional, por possuir essa sensatez, me identifiquei muito com ela e acima de tudo acho que ela nos representa bem como um ser real.
O Gansey continua com sua postura protetora em relação a seus companheiros. O engraçado é que ele é incansável quando se trata dos amigos e de Glendower, porém quando ele se vê cara a cara com seu medo, ele fica sem ações.
A relação dele com a Blue é intensa e pacífica ao mesmo tempo, e por causa da maldição da Blue, eles tentam transformar cada contato e momento juntos em algo especial.
A gente sente bastante a profundidade que há entre eles. É um casal super fofo e apaixonante.
A Maggie trabalha o romance de uma maneira sutil e leve, até porque esse não é o assunto central da história.
O Adam está bem mais acostumado com sua ligação com a energia da linha Ley. Não está mais tão repetitivo em relação aos seus status sociais. Ele se fortaleceu muito; as coisas que importam pra ele agora não são as mesmas que antes ( é assim com todos eles na verdade).
Existe um detalhe muito importante em relação ao Ronan(que eu só notei depois de ler uns comentários no Skoob) que me deixou pasma e ainda mais encantada por essa Saga, que é o fato de ele ser gay.
Eu não havia percebido, e se você que já leu os outros volumes não havia percebido também, agora já sabe!?
Todos Ali sabem que o Ronan, por baixo daquela camada de durão que ele tenta passar, tem na verdade um coração doce e verdadeiro.
A relação entre o Ronan e o Adam é diferente de tudo que já li, existe um carinho, um respeito e um amor tão peculiares e especial entre eles, e nesse "eles" eu incluo o Gansey e a Blue também, que é inexplicável!
Olhando toda a trajetória deles sob essa perspectiva, muda bastante coisa. A gente percebe então o quanto a delicadeza da construção dos personagens é fantástica!
Eles são tão intensos, que pra eles não é preciso ter um contato físico pra pôr em prática esse amor, algo bem platônico mesmo, mas nada clichê ou meloso. É uma emoção simples, que flui e É bonito de ler.
Quando essas duplinhas estão juntas, é uma apreensão muito grande, a gente fica torcendo pra eles se beijarem logo qualquer que seja a consequência disso!
Torço muito pra eles se entenderem.
Um outro ponto que esse livro trás é nos fazer lembrar o quanto nossos queridinhos são humanos, eles possuem medo e ao mesmo tempo coragem, ao invés daquele heroísmo cego: a causa acima de tudo
E o Noah pessoal, continua instável, uma hora está e outra não. A impressão que fica é de que ele não é mais alguém, e sim algo. É como se ele não pertencesse mais a si mesmo, e sim a essa entidade que é a linha Ley... Um está dentro do outro e vice versa.
Esse livro tem aquele cheirinho de suspense no ar... Uma pressentimento de estar perto do grande final... Ou uma grande decepção.
Apesar de ser uma trama complexa, a estrutura e a escrita da autora permite uma leitura leve e bem gostosinha.
a autora desenvolve a história sem nunca deixar os personagens para trás. Tem a questão dos conflitos internos de cada personagem que se chocam com os conflitos externos.
Eu adoro e invejo a escrita da Maggie Stiefvater. A forma engenhosa e surpreendente com que ela escreve é mágica... Você espera pelo baque sempre que inicia um novo capítulo.