Nath @biscoito.esperto
29/12/2016Uma resenha honesta de alguém que ama a Trilogia Millennium.Li a trilogia Millennium no começo de 2016 e me apaixonei pela história primorosa criada pelo Stieg Larsson. Não é a primeira vez que leio um livro que é continuação de uma série escrita por outro autor (após o falecimento do autor original), e confesso que dei uma chance de coração aberto a este livro por causa disso. Vou comentar minhas impressões.
A Menina na Teia da Aranha se passa algum tempo depois do final de A Rainha no Castelo de Ar. Lisbeth e Mikael se distanciaram e Mikael tem enfrentado criticas ao seu trabalho, principalmente daqueles que julgam que ele está muito velho e não interage bem com a nova geração. A Millennium novamente passa por dificuldades financeiras e parte das suas ações foram vendidas a uma empresa norueguesa, e ninguém parece muito feliz com isso na redação.
Ao mesmo tempo em que somos apresentados a esse cenário nada promissor, também conhecemos novas personagens. Uma delas é o professor e engenheiro da informação Frans Balder, um homem tido como gênio que ultimamente tem trabalhado com inteligência artificial. Frans é louco pelo trabalho, e por isso sua esposa se separou dele. Hanna Balder saiu de casa levando August, um menino autista, e acabou se casando com um ator, Lasse Westman. Lasse infelizmente não é um bom homem, e isso leva o desajeitado Frans a levar seu filho para a própria casa depois de um tempo.
Por causa de seu trabalho muito importante e por causa de um escândalo de traição dentro de sua empresa, a vida de Frans corre perigo. Ele então pede ajuda a Blomkvist, que suspeita que Lisbeth esteja de alguma forma ligada a essa emaranhada teia de aranha.
O livro é bom, mas com algumas ressalvas. Primeiramente, o novo autor soube muito bem criar uma narrativa semelhante à de Stieg Larsson sem copiar o estilo do mesmo. Esse foi um dos pontos mais fortes do livro. A história criada, o suspense, toda a nova trama foi interessante e bem estruturada.
No entanto, na minha opinião, nossas amadas personagens principais ficaram muito de lado para dar espaço a personagens novas. Não contei (obviamente), mas estimo que Lisbeth e Mikael ficam ausentes da narrativa por pelo menos metade do livro. O inspetor Jan Blubanski ganha bastante foco, bem como algumas personagens novas. Eu gostei das personagens apresentadas pela primeira vez, mas senti falta de Mikael e Lisbeth, principalmente dos dois interagindo. A reconciliação no final do terceiro livro parece nunca ter acontecido, bem como alguns outros acontecimentos da vida de Lisbeth. Conveniência do novo autor, provavelmente.
O livro foi bom, apresentou um suspense digno e um ótimo novo vilão. Mas eu espero que o novo autor não tente alongar demais a série, acredito que mais um livro seria o ideal para fechar a trilogia de cinco com chave de ouro, explicando as pontas soltas e dando (por favor!) um final feliz para nossos personagens. Na minha opinião, claro.
site:
www.nathlambert.blogspot.com