Tamara 07/04/2017
Eu sou uma grande fã de Ken Follett e gostei muito de todos os livros seus que li, então, assim que descobri que em março seria relançado o "A chave de rebecca", logo fiquei muito empolgada e ansiando pelo dia do lançamento. Então, assim que pude, solicitei-o junto a editora Arqueiro e comecei a obra com muitas expectativas. Porém, infelizmente a leitura começou muito arrastada, e logo imaginei que fosse culpa da ressaca literária pela qual eu vinha passando nos últimos tempos. Mas, conforme fui prosseguindo na leitura, percebi que o livro realmente estava muito a baixo das minhas expectativas, e terminei-o achando bom, mas não tão genial quanto todos os outros que já conheci do autor.
Em primeiro lugar, não consegui sentir afinidade com os personagens que nos foram apresentados. Todos eram bastante escorregadios, ardilosos, e não consegui ter aquele afeto imediato por eles. Além disso, achei que foi uma obra focada demais na vida dos personagens, que se mostraram rasas para mim, e pouco focada no objetivo da guerra, no geral, e por vários momentos eu sentia que todas as ações que os personagens tinham eram por si mesmos e não pela guerra ao contrário do que sentimos nos outros livros do autor, onde vemos os personagens lutando por um objetivo em comum que é vencer a guerra que destrói a vida de todo o mundo. Também, o livro tem um forte estilo de obras de espionagem, e eu particularmente não me dou tão bem com esse gênero, sendo que possivelmente isso atrapalhou um pouco minha leitura. Ainda, achei que ficaram algumas pontas soltas em relação a alguns personagens que foram capturados para dar informações aos ingleses, mais ao fim do livro, mas suas histórias não foram bem fechadas e fiquei curiosa com o destino deles.
Por outro lado, o livro se mostrou instigante de forma cultural, pois eu nunca havia lido uma obra que se passasse no Egito, então vemos alguns costumes diferentes do que estamos acostumados em livros com cenários americanos ou ingleses; Também, o final do livro foi bastante empolgante, daqueles de tirar o fôlego, e foi, para mim, uma das partes mais empolgantes que encontrei na obra. Além disso, foi muito bacana ver um personagem lutando pelo lado alemão, e um pelo lado inglês, e dessa forma, pudemos observar os interesses, os desejos e os modos de agir de todos os lados e isso foi um ponto bem importante, pois eu nunca havia encontrado um livro que mostrasse tão bem ambos os lados.
Conforme já mencionado, eu não consegui me sentir muito cativada por nenhum dos personagens, e os únicos que chegaram perto de serem bacanas para mim foram Vandam e Elene e o filho de Vandam, e nesse núcleo do livro foi o mais perto que chegamos de ter um romance. Já Wolff, creio que foi criado para ser um típico vilão, escorregadio, sedutor, daquele típico personagem considerado "canalha", que não hesita em passar por cima de tudo e de todos para alcançar aquilo que deseja. Sonja, uma de suas parceiras, não foi uma personagem atraente para mim em nenhum momento e a achei tão ambígua quanto Wolff.
O livro é dividido em vinte e nove capítulos de tamanho razoável, narrado em terceira pessoa, e durante a leitura encontrei apenas alguns erros que não foram tão prejudiciais para mim.
Recomendo a obra para os leitores que já conhecem e são fãs dos livros de Follett, ou ainda para aqueles que gostam dessa vib de espionagem e afins.
site: Resenha postada originalmente em: http://lovereadmybooks.blogspot.com.br/2017/03/resenha-chave-de-rebecca.html