Patricia.Jabour 30/08/2012
Os Brasileiros Deveriam Ler Este Livro
Metamorfose Literária
Leia. Transforme-se.
http://metamorfoseliteraria.blogspot.com.br/2012/06/resenha-carta-de-pero-vaz-de-caminha.html
O livro é iniciado com uma abordagem sobre a coleção “A Obra Prima de Cada Autor”, seguido de uma explanação a respeito da leitura em si, trazendo também análise opinativa a respeito das publicações feitas da Carta ao longo do tempo. Em seguida tem-se a Carta propriamente dita, com o fac-símile (de acordo com o Wikipédia “é toda cópia ou reprodução que apresenta uma grande semelhança com o original.”) e a transcrição na próxima página – em uma página há o fac-símile e na outra a transcrição do respectivo trecho. Após o documento original tem-se a tradução adaptada ao nosso português atual, permitindo melhor compreensão. E, no final, há a bibliografia, mapas de rotas feitas por Cabral e lista de obras publicadas pela Editora.
O livro nos remete à época Quinhentista do Brasil, onde os principais tipos de literatura eram a Jesuítica (representada, principalmente, pelo Padre José de Anchieta *) e a Informativa (à qual este documento pertence). Nesta carta, que se consiste no primeiro documento escrito em nosso país, é descrita como era parte de nosso país, àquela época denominado “Ilha de Vera Cruz” – onde Cabral e suas naus (de acordo com o Wikipédia “nau: denominação genérica dada a navios de grande porte até o século XV usados em viagens de grande percurso”) desembarcaram, citando suas características físicas, fauna e flora, bem como a maneira como eram os habitantes que cá estavam – os índios. Ela fora destinada à D. Manuel I, rei de Portugal.
* Enquanto a Europa vivia o Renascimento, o Brasil vivia o Quinhentismo que, para aqueles que não sabem, teve o Padre José de Anchieta como um de seus principais representantes. Ele foi trazido para catequizar os índios (de acordo com a concepção portuguesa, os índios se converteriam à sua religião, monoteísta, em detrimento da crença politeísta já praticada por eles), porém, além disso, estudou a linguagem dos índios e criou um “dicionário”, de modo a tornar seu aprendizado acessível a todos,, bem como poder catequizar os índios.
Mostra também como era a punição de alguns prisioneiros de Portugal, que eram mandados juntos com os índios para aprenderem seus costumes – e seriam aqui deixados após a partida de Cabral.
Na Carta podemos ver a diversidade natural que aqui existiam à época, coexistindo em perfeita harmonia com os índios. Como era de se esperar, não havia diálogo entre os colonizadores e os nativos, pois cada qual tinha sua própria linguagem.
Também pode-se perceber a inocência dos índios, a sua falta de percepção monetária, bem como a esperteza – lê-se “ganância” ou algo do tipo – dos portugueses, ao supor que podiam levar uma amostra do que bem entendessem ao rei de Portugal, para que este avaliasse a terra com seus próprios olhos – cogitou-se levar “amostras” de índios para que D. Manuel I pudesse ver.
A Carta é um documento rico em história e de leitura obrigatória a todos os brasileiros, de modo a conhecermos o início dos tempos em nosso Brasil. Além disso, concordo com Caminha quando diz “Achamento do Brasil” – não sei de onde veio o termo “Descoberto” –, pois haviam índios aqui, não?
Recomendo a leitura deste livro a todos os que gostam de clássicos da literatura :)
Dou nota 5 a ele, devido à sua importância histórica.