Maria Gabriela 24/08/2022
Não há férias para Sherlock Holmes
"As Aventuras de Sherlock Holmes" começava a acumular poeira em minha estante até esse ano, quando decidi finalmente retirá-lo da prateleira e continuar a ler, após abandonar a leitura ainda nas primeiras páginas quando cursava o ensino médio. E devo admitir que retomar a leitura da obra, de maneira apropriada, reascendeu meu amor por esse célebre detetive e suas aventuras quase fantásticas pelas ruas escuras e populosas de Londres. A coletânea de contos faz jus ao nome que traz ao livro, já que são os casos que Sherlock Holmes e John Watson mais saem do aconchego do apartamento para se aventurarem por todos os cantos possíveis da cidade e até mesmo além dela. Em sua maioria, são histórias pequenas e breves, recheadas de detalhes e observações feitas pelos próprios personagens, e não posso deixar de lado as ilustrações que acompanham essa edição! São muito bem feitas e desenhadas, o traço é fluído mas carrega um tom sombrio, que passa a tensão ou a imersão que está sendo vivenciada por todos os envolvidos.
A escrita de Sir Arthur Conan Doyle é impecável, como sempre. Rica em detalhes e não deixando nenhuma informação solta e não respondida, ele traça as aventuras dos dois homens mais queridos da literatura em aventuras ora mundanas, outra completamente absurdas com teorias da conspiração abraçando-as. Os casos apresentados são envolventes e misteriosos, não precisam de um toque de absurdo para se tornarem interessantes; entretanto, devo apenas reclamar que dois ou três foram realmente enrolados e pouco satisfatórios, quase como se não estivessem a altura da reputação de Sherlock Holmes. Eram fáceis, com o culpado praticamente estampado nas primeiras linhas, ou tediosos demais para fazerem o leitor se perguntar qual a razão para Holmes ter dado o mínimo de atenção aos pobres coitados.
Com exceção de poucos pontos que tornaram a leitura de dois ou três contos maçante, esse livro ganhou um lugarzinho especial na minha prateleira. Estava com saudades de ler um romance investigativo que tirasse meu fôlego, me fizesse criar teorias ou ficar acordada até mais tarde apenas para terminar de ler (se eu usei a desculpa de "apenas mais uma página" para ler outro conto no meio da noite, fica apenas entre mim e a alma penada que reside no meu quarto). É uma leitura rápida e fácil, que envolve com facilidade o leitor e, também, é aconselhável para aqueles que procuram iniciar a leitura das obras de Sir Arthur Conan Doyle. Recomendo demais.