Vincento Hughes 10/02/2022
Na cadeira de um dentista, estamos todos indefesos.
O pensamento de Hercule Poirot sobre seu medo da cadeira do dentista se concretiza pouco depois do detetive deixar o consultório do Dr. Morley. O dentista é encontrado morto, deixando a dúvida se teria sido suicídio ou assassinato. Poirot participa da investigação, tendo em mente as vagas impressões de pacientes com quem dividiu a sala de espera.
Em ?Uma dose mortal?, Agatha Christie desenvolve uma trama ágil, com muita investigação e diversas reviravoltas. Repleto de personagens, mais misteriosos que envolventes, a autora dá no cérebro do leitor com pistas falsas e verdadeiras, lança incertezas quanto ao tipo de morte ocorrida e conduz a um desfecho que considero um dos meus favoritos. Muito mais pela engenhosidade do motivo que pela autoria do crime. Tanto o motivo quanto o método utilizado para enganar o leitor só são possíveis de saber durante a cronologia explicativa e encaixada de Poirot, calcada em deduções e raciocínio. A releitura me fez relembrar do porquê eu achava esse livro tão bom.