O livro do riso e do esquecimento

O livro do riso e do esquecimento Milan Kundera




Resenhas - O Livro do Riso e do Esquecimento


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Karina Paidosz 26/07/2021

Minha primeira leitura de Kundera;
Achei bem tranquila apesar de ficar um pouco perdida com as 7 histórias.
Pretendo ler " A insustentável leveza do ser" para ter uma noção melhor do autor, segundo alguns leitores, esse não é um de seus melhores livros.

Sem entrar na questão machista, mas só para descrever alguns pontos na história que me incomodou: impossível não se sentir incomodada com o protagonismo da mulher sendo apenas como sexual.
O homem como protagonista, exatamente da forma como ninguém idealiza. (...)

A narrativa é bem descontraída e eu queria mais riso ??
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Alê | @alexandrejjr 27/06/2021

Os três pês de Kundera

Milan Kundera é um dos mais celebrados romancistas contemporâneos. Não por acaso, o autor tcheco está sempre cotado para ganhar o Prêmio Nobel. Em “O livro do riso e do esquecimento”, Kundera vai guiar os leitores sob três temas principais que eu jocosamente chamarei de os “três pês” de Kundera.

Vamos ao primeiro “p”: Praga. A capital da atual República Tcheca é parte indissociável da identidade de Milan Kundera e, portanto, de sua literatura. A história reforça essa ligação. A antiga Tchecoslováquia, que foi libertada pelo regime comunista soviético em 1945 das garras nazistas, posteriormente revelou o que todos nós já sabemos: que a ambição é um mal sem limites. Sob asas soviéticas, o país que sonhava com um “socialismo de face humana” teve uma fracassada tentativa de “russificação”, culminando na famosa Primavera de Praga, em 1968, tão cara ao autor e intrinsecamente ligada à sua história. Sob a perspectiva de um cidadão exilado desde 1975, pois foi privado de sua cidadania checa até 2019, quando seu país lhe devolveu aquilo que o escritor jamais deixou de ter, Kundera exerce o olhar privilegiado de quem não tem amarras. E é através dele que tenta analisar o que significa fazer parte de uma nação que foi usurpada por ideais que pregavam a uniformização, a centralização e a completa ausência de discordância. E isso nos leva ao segundo grande tema do livro.

O próximo “p” é, talvez, o mais importante da obra: o passado. É através dele que o autor irá trabalhar filosófica e existencialmente a ideia do esquecimento e o que ele representa dentro da memória coletiva. Sob esse eixo de raciocínio é que se dá a principal ligação das sete histórias presentes na narrativa não linear do romance, que às vezes se mesclam ou se somam a outros estilos, como o conto e o ensaio, tudo sem aviso prévio aos leitores. O passado interessa muito mais que o futuro, concluirá Kundera. Mas em meio ao ousado hibridismo técnico, que impossibilita definir o gênero predominante do livro, Kundera irá mostrar que há algo que não se pode abdicar em tempo algum, o que nos leva ao último tema.

O terceiro “p” é o que está presente nas mais variadas formas de expressão das personagens: a política. Para Kundera, a política se expressa até nos mínimos detalhes e em todas as ocasiões. É a política que define o sexo, que define as relações de poder e que impiedosamente exerce influência nas emoções. E é por isso que o escritor elege, poeticamente, o riso como uma válvula de escape alegórica. O riso é a expressão do fim, da dor, do inevitável diante do absurdo. É aqui também que o autor traz elementos da sua conhecida predileção pelo erotismo, com passagens que inevitavelmente esbarram no machismo que todos os homens carregam e parecem - como devem parecer - anacrônicas.

Este “O livro do riso e do esquecimento”, primeiro romance escrito na França - mas ainda em checo - pelo exilado Kundera é o testemunho de uma necessidade humana: a de contar. Milan Kundera conta porque é necessário saber, é necessário refletir, pois no fim tudo não passa de histórias e delas, como o romancista sabe muito bem, o tempo não se desfaz.
dani 27/06/2021minha estante
Resenha interessante! Ainda não li nada do autor, mas quero ler em breve.


anna 28/06/2021minha estante
Adorei a resenha! Se não me engano, esse é o único romance do Kundera que ainda não li. Já estava ansiosa, agora fiquei ainda mais.


Henrique Fendrich 29/06/2021minha estante
Muito bom. Há alguns dias, Kundera recebeu o Prêmio Kafka, concedido por tchecos, depois que permitiu a tradução tcheca dos seus romances. Hoje, embora tenha fama mundial, Kundera ainda é pouco conhecido no seu país natal, fruto dessa relação tensa ao longo da sua trajetória.


Alê | @alexandrejjr 29/06/2021minha estante
Dani, ainda acho que um livro mais interessante pra conhecer a literatura dele é "A insustentável leveza do ser" e é tão bom quanto este;

Anna, que fantástico conhecer uma "kunderiana"! Bora completar mais essa figurinha;

Bem pontuado, Henrique. E não sabia que ele tinha sido reconhecido com esse prêmio, estava na hora.

Pessoal, obrigado por dedicarem tempo para ler o texto. ?


Alanna Fernandes 03/07/2021minha estante
Eu queria te conhecer pessoalmente!


Alê | @alexandrejjr 03/07/2021minha estante
Se estiver perto de Porto Alegre, podemos fazer acontecer, mas acredito que eu me expresso melhor escrevendo do que conversando, Alanna. ??


Fanny Galvão 16/04/2023minha estante
E aí rolou o encontro ? Gente preciso saber kkkk


Alê | @alexandrejjr 16/04/2023minha estante
Não rolou a fic, Stephani! Acho que nunca mais nos falamos, inclusive (e ela nunca me respondeu!!). Mas tirando a brincadeira, acho que ambos estávamos pensando num encontro sem esse sentido que tu pensasse. ?


Fanny Galvão 16/04/2023minha estante
Ale que pena :( já imaginei vocês caminhando pelo campo tomando chimarrão KKK


Leila 22/05/2023minha estante
excelente resenha, amigo


Alê | @alexandrejjr 25/05/2023minha estante
Obrigado por ter lido e pelo carinho, Leila. Fico feliz também que tenhas gostado do livro!




Devesa 30/01/2021

Gostei!
No início demorou um pouquinho a apanhar o gosto, mas depois adorei! Profundidade de personagens, conceitos muito interessantes e desenvolvidos de forma genial! Recomendo!
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Cris.Aguiar 19/11/2020

Não postergue essa leitura
Nunca tinha lido nada de Kundera, embora o livro "A insustentável leveza do ser" seja famoso; fiquei extremamente feliz por começar por esse.

Foi um presente que ganhei em 2005, mas que só esse ano caiu na minha graça de leitora. O livro foi o primeiro romance escrito por Kundera quando se exila em Paris e traz nele todo o sentimento, a visão poética, acontecimentos históricos em uma escrita peculiar. Se esse livro é um começo do que é Kundera, com certeza lerei outros dele no ano que vem.

RECOMENDO MUITO!
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Heloisa 04/09/2020

envolvente
A leitura do livro segue de uma maneira muito fluída, ainda que incômoda. Contos que, à primeira vista, parecem não ter relação alguma, são interligados numa personagem que vive presa ao passado, e ao próprio autor que retorna à acontecimentos pessoais ao longo de uma narrativa sem linearidade.
O autor dosa ironia, angústia e erotismo, trazendo o riso e o esquecimento como esferas da inquietação que é viver.

! conselho a mim mesma: releia o livro quando possível !
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Helena.Jablonski 24/05/2020

A escrita de Milan Kundera é encantadora. O autor consegue estabelecer um diálogo muito sensível com o leitor. Me senti viajando no tempo e no espaço, vivendo junto das várias personagens do livro.
Minhas histórias favoritas são as 3 últimas.
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Henrique Fendrich 10/01/2020

Todas as páginas, embora dotadas de uma crueza que à primeira vista pode assustar, são recheadas de vida e sentimento. Há muita ternura pulsando ali. As metáforas são criativas, bem explicadas e ficam martelando o tempo todo, de modo a ajudar na compreensão da história. A estrutura não é linear. São sete partes divididas em pequenos capítulos, com rupturas na narrativa, por vezes para dar lugar aos maravilhosos insights do autor, que dialoga com a sua própria história pessoal. À exceção de Tamina, a personagem que é para ser a principal, e que aparece em duas partes do livro, os demais não voltam, mas deixam no leitor o desejo de que retornassem, o que é um sinal de que a história contada sobre eles foi boa o bastante para despertar o nosso interesse. Mesmo com a não linearidade, há uma sensação de unidade por trás do conceito do livro.
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Na Literatura Selvagem 15/12/2018

a escrita maravilhosa e existencialista de Kundera...
O livro do riso e do esquecimento foi o primeiro livro de Milan Kundera a ser publicado na França, em 1978. Ambientado na Tchecoslováquia durante a invasão russa, em 1968, o autor esmiúça cotidianos com uma pitada de amargura e intensidade, beirando o erotismo e o onírico. Dividido em sete partes aparentemente distintas, ao longo da leitura percebemos os enlaces de tais dramas se desvelando ao leitor.

As histórias passam pela juventude desiludida, intelectuais desorientados, líderes políticos envoltos numa aura de pura soberba. O livro com ares de Realismo fantástico faz uma análise sobre a natureza do esquecimento na história, na política, e no 'correr' da vida...

leia mais em

site: http://naliteraturaselvagem.blogspot.com/2018/04/o-livro-do-riso-e-do-esquecimento-de.html
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Delirium Nerd 29/01/2018

A ligação entre o esquecimento natural e o imposto
Em O Livro do Riso e do Esquecimento Kundera junta algumas histórias repletas de drama e as coloca satiricamente frente a um período totalitário onde a liberdade individual é ditada exteriormente por uma coletividade não representativa. O livro foi escrito em 1979, quando o autor se mudara para a França, fugindo do governo ditatorial da República Tcheca. Apesar de sempre recorrer à questão política e criticar o dito regime “comunista”, Milan Kundera se considera um romancista.

Falar sobre O Livro do Riso e do Esquecimento não é fácil, ou como escreve o próprio autor: “é um romance sobre o riso e o esquecimento, sobre o esquecimento e sobre Praga, sobre Praga e sobre os anjos.”. Assim como as demais obras de Milan Kundera, o livro é uma mistura de filosofia, política, drama (muito drama) e psicologia. O livro é dividido em algumas partes, onde alguns títulos se repetem, sendo elas: As cartas perdidas, mamãe, os anjos, as cartas perdidas, litost, os anjos e a fronteira.

Leia a resenha completa no link abaixo:

site: http://deliriumnerd.com/2017/11/16/o-livro-do-riso-e-do-esquecimento-resenha/
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Luana Ludmila 04/01/2017

Descobertas da vida
É um romance filosófico, político, intimo e pessoal. Que nos faz pensar tantas coisas sobre a vida e a morte. O Milan Kundera é um escritor tcheco, que vivenciou toda repressão do seu país feita pela dominação russa na famosa primavera de praga, onde acabou sendo exilados, assim como todos os médicos, professores e pensadores naquela época.
A França tornou-se sua nova morada, sem identidade e laços fraternais, ele pôde escrever seus romances intercalando na sua obra o sofrimento do seu país e a dor de tê-lo abandonado. Parece clichê, mas a leitura do riso e do esquecimento tem esse poder de fazer refletir sobre o significado de tudo que já passamos e de tudo aquilo que acreditamos ser importante. Quando ele trata do riso e do esquecimento ele faz um paralelo sobre os prazeres humanos na sua essência que podem ser sexuais ou não e do esquecimento que foi toda a perda de identidade e cultura sofrida pelo seu país.
Eu não o conhecia, embora já tenha visto muita coisa sobre sua obra mais conhecida que ganhou até adaptação cinematográfica que é a insustentável leveza do ser, livro que já está na lista de leituras de 2017. Super indico pela boa escrita, pelo conteúdo filosófico/político, como também, pela delicadeza e doçura que a obra me proporcionou, virei fã.
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Aline 30/05/2015

O livro retrata alguns pontos de Praga e algumas relações humanas, definindo suas complexidades e consequências, misturando uma pitada de sarcasmo, filosofia e muitas das vezes do amor e da sua amplitude, incluindo em seu discurso, é claro, o comunismo na sua forma mais ofensiva e desumana.

Acho interessante a forma que o autor tcheco capta, em alguns de seus livros que li, algum comportamento humano que poderia passar despercebido, mas que faz toda a diferença na sua narrativa.
Kundera transcreve dois pontos de vista com muita maestria, o de quem sofre a ação e o de quem faz a ação. Assim como ocorreu em um dos contos, em que uma personagem lança um olhar vago para outro, e a complexidade da explicação pormenorizada desse olhar em relação a personagem que recebe e de quem o faz, torna a leitura impactante.

É um livro principalmente sobre não esquecer Praga. É um livro sobre o amor. O amor principalmente pela pátria invadida a qual lhe nega a presença. É um livro sobre o riso, o qual nos impede de amar. É um livro sobre anjos e crianças. Sobre a morte e sobre a vida. A vida como um sistema infindável de relações humanas que se entrelaçam num ambiente hostil.
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Bruno Pinto 31/12/2013

Primeiro livro de Kundera escrito em Paris, exilado de sua terra natal, tem uma narrativa mais conservadora, sem alternâncias de narradores, como aconteceu em A Brincadeira (1967), seu primeiro romance, ou como se repetiria em A Insustentável Leveza do Ser (1984), seu maior sucesso.

Aqui Kundera é o narrador que, como de costume, navega entre fatos históricos, pessoais, fictícios e até mesmo fantásticos, desenrolando sua lógica, argumentando com seus personagens, apresentando seu mundo pessoal.

São eleitos como temas principais, como o título já diz, o "Riso e o Esquecimento". Por que não se utilizaria no título a "Comédia e a Memória"? Pois para Kundera há muito mais do que comédia no riso e muito mais do que memória no esquecimento - é o que se ele nos apresenta em seus ótimos escritos.

site: http://estantedopinto.blogspot.com/2013/12/o-livro-do-riso-e-do-esquecimento.html
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Deini 14/01/2013

Vale muito a pena.
Mais um ótimo livro do Milan Kundera. Mas sou suspeito de falar. Gosto muito de sua prosa, suas exposições, sua apelação para a contemplação das emoções e do genêro humano. O mergulho que ele nos leva a dar no lago interior das sensações, pensamentos, no psicológico dos personagens. Muito bom, a união entre retrato histórico e reflexão psicológica e filosófica!
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L F Menezes 16/11/2012

Tornando inesquecível o esquecimento
Como disse o próprio autor, o livro se trata não de contos, mas de um romance escrito em variações de um tema para conseguir um aprofundamento que uma obra normal não alcançaria. Não quero resumir o que é o livro apenas com isso. Esse é o aspecto formal do texto. Existem vários outros.
Um é a beleza com que Milan escreve: uma linguagem fácil, uma ironia sutil escondida nas reflexões um tanto quanto filosoficamente geniais e o uso de cenas eróticas (que não deixam de ser oníricas).
Outro aspecto é o tema, que já é expresso pelo título: a obra explica o que é, significa, faz e desfaz o riso e o esquecimento. A história gira em torno de Tamina, uma mulher sensual e que perdera o marido por uma doença; mesmo que as histórias não sejam todas protagonizadas por ela, se remetem à moça, que vive olhando para trás, assombrada pela imagem de seu homem morto.
Mas o aspecto mais importante está oculto. O objetivo de Kundera ao escrever o livro: por mais que o livro fale que não há como lutar contra o esquecimento, toda a obra não passa de uma tentativa do autor de impedir seu país natal, sua antiga nação, de cair no esquecimento. Ou seja, Tamina (repare: começa com a letra T) é a representaçã da República Tcheca que com uma doença (os russos) perde seu amor, seu sentido, seu destino e caminha para o esquecimento (perda da cultura).
Porém, incrivelmente, não se trata de um livro triste. É aí que fica clara a genialidade de Kundera: depois de ler 280 páginas de pura agonia, a reação é nada mais que aquele sentimento estranho, que pode ser diabólico ou angelical (também segundo o autor), o riso.
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CLA 09/06/2011

Muito Bom!

Anotei algumas frases que podem dar uma idéia do que é o livro.
" Beleza é a abolição da cronologia e a revolta contra o tempo"
" Toda a vida do homen entre seus semelhantes nada mais é do que um combate para se apossar do ouvido do outro"
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