Ana Ponce 13/07/2015A Mulher do Viajante no TempoA forma como a viagem no tempo é trabalhada é bem interessante e foge um pouco do tipo de história com viagem no tempo que estou acostumada. Quando Henry viaja não pode levar nada a não ser o próprio corpo, nada de dinheiro, roupas ou qualquer outro objeto, então já deu para imaginar as enrascadas que ele se mete, e por mais que as atitudes que ele tem de tomar sejam ilegais, você acaba torcendo por ele, pois a Audrey consegue nos fazer sentir empatia por ele, e não só por ele, mas pelos outros personagens, de forma que torcemos para que tudo dê certo, que eles consigam ser feliz, realizar seus sonhos, da mesma forma que torcemos por um amigo.
Vale lembrar que o livro, por motivos óbvios, não tem uma ordem cronológica, o que começou a dar um nó na minha cabeça, mas logo me acostumei, então se você tem problema em acompanhar mudanças no tempo-espaço irá ter dificuldade em acompanhar a narrativa. Mas para facilitar no início de cada capítulo temos uma nota, com a data, e idade do narrador (Clare ou Henry).
O prólogo é LINDO e dá o tom de como será a história, no primeiro capítulo temos o primeiro encontro de Henry com Clare Abshire, mas não é o primeiro encontro dela com ele, pois ela já o conhece desde o 6 anos de idade e o viu pela última vez aos 18 anos de idade, pois quando Henry for mais velho visitará Clare quando era criança... Uma situação BIZARRA.
A história é narrada em primeira pessoa, mas em alguns momentos é Henry que narra, outras é Clare, e em outras os dois dividem a narrativa, o que me agradou muito, pois conseguimos saber o que cada um está sentido naquele momento, como eles encararam aquela situação. E dá para perceber a diferença na narrativa, tanto quando é o Henry ou é a Clare, como quando é a Clare com 16 anos ou a Clare com 32 anos, Audrey conseguiu passar o crescimento, o amadurecimento dos personagens através da narrativa deles.
Devo confessar que a linguagem, a meu ver vulgar, utilizada para se referir tanto aos órgãos como ao ato sexual me incomodou bastante durante a leitura, já que EU, Ana Claudia, considero esse tipo de linguagem depreciativa e desnecessária (digo a linguagem, não as cenas), pois estamos falando do nosso corpo, e sempre digo aos meus alunos que não devemos ter vergonha do nosso corpo, mas ter respeito. Como professora de Ciências isso me incomodou MUITO, pois estou acostumada a falar sobre o assunto, em especial com os alunos do 8º ano, embora de forma aberta, com uma linguagem mais “polida”, pode parecer frescura, fazer o que...
O livro foi adaptado para o cinema em 2009 com Eric Bana e Rachel MacAdams, e não sei por que motivo teve o título traduzido para o Brasil como “Te amarei para sempre”... e foi através do filme que conheci a história.
Curiosidade: Audrey Niffenegger escreveu a história como uma forma de superar o fim de um relacionamento que ela estava enfrentando. A história central, a relação entre as personagens principais, veio de repente à autora e logo se tornou o título da história.
Fica a dica de um livro com uma história linda, uma ótima narrativa, que irá agradar quem gosta de ficção científica, romance e drama.
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