izzystorm 09/07/2018
Por Onde Andam as Pessoas Interessantes? - Resenha #1
Com capítulos curtos e independentes que são desenvolvidos com uma ou duas páginas, deixa a desejar, e, não me prendeu à leitura, tampouco uniu as histórias de forma coerente de modo que juntasse as ‘lições’. A obra não conseguiu saciar minhas expectativas, deixando-a agridoce, uma combinação inesperada da escrita otimista e trilha sonora melancólica. As indicações musicais valorizaram algumas partes da história porém, em outras, não combinavam com os momentos expostos (provavelmente, consequência direta destas recomendações serem tão pessoais e características do autor, tornando-as interpretáveis somente por este).
"Tô preocupado contigo e com as coisas pelas quais você tem passado. Tá bem
mesmo, ou isso tudo é desculpa pra não conversar comigo sobre as coisas que dão medo? Olha, tudo dá medo e nem sempre medo é fraqueza, viu? Aliás, nunca é. Medo é quando o teu peito se descompassa e fica numa loucura aflita que não dá pra contar pra ninguém. Só dá pra sentir. Põe tua mão no meu peito e sente: tá sentindo? Sente aqui o que é medo pelo tato e escuta as minhas batidas. Eu também sinto medo, e você pode contar comigo. [...] "
(pág. 98 ao som de Joy - Ellie Golding)
A escrita é muito boa, por um lado, pois é criativa para narrar algumas cenas e faz jogos de palavras bem interessantes, além de alguns capítulos começarem no fim. Por outro lado, toda história nova parece usar da mesma fórmula e toda narração é muito coloquial, inclusive tornou-se maçante em alguns pontos. A maioria dos pontos negativos tornou a leitura, como um todo, exaustiva... talvez se tivesse uma cronologia e capítulos dependentes um do outro conseguisse dar a ideia de continuidade necessária para a leitura.
Uma ressalva da obra é o equilíbrio fantástico entre o tamanho dos capítulos e as músicas escolhidas (que duravam o tempo de ler os capítulos, se não um pouco mais) pelo escritor.