Conchego das Letras 31/08/2015
Resenha completa
Vocês sabem que eu sou apaixonada por essa autora, certo? Isso não é mais novidade para ninguém, então é com muito pesar que digo: Não era bem o que eu esperava. Simplesmente não parecia que eu estava lendo Colleen Hoover.
Sim, eu dei apenas 3 estrelas e confesso que cheguei a pensar em dar menos. Não me entendam mal, não é que o livro não seja bom... ele é bom. E eu admito que não tenho o mínimo direito de criticar a obra de ninguém, principalmente porque eu não acredito que eu teria feito melhor, mas... Sabe aquela sensação de "UAU. Isso é um livro da Colleen Hoover!"? Pois é, ela não estava lá.
Tudo que eu mais amo nos livros da Colleen não estava lá.
A personagem feminina forte e decidida, apesar de qualquer trauma que tenha sofrido e das marcas que esteja carregando? Ela não estava lá. No lugar dela tinha mais uma das tantas personagens femininas que não conseguem resistir a um corpo bonito ou a um sexo bem feito e aceitam ser tratadas como lixo apenas para ter alguns orgasmos. Ela também tem um irmão mais novo, que age como "irmão mais velho ciumento" e os dois se tratam como crianças apesar de já serem adultos.
O amor que cresce conforme o casal passa pelas dificuldades que geraram os conflitos psicológicos daquele personagem?? Não estava lá. No lugar disso temos atração instantânea, cenas de sexo na mesa da sala, no chão do corredor do prédio, etc; uma personagem chorando por amar um piloto de avião mega gostoso que a usa apenas para sexo (sendo que ele disse para ela que só a queria para isso) e um piloto de avião em estado de negação total.
Provável Miles Archer
Sabe aquele momento "choque total" que sempre tem nos livros da Colleen e que você fala "nãããao. Estou sem palavras"? Pois, é... ele também não estava lá. No lugar dele temos desde o início tantas dicas do que pode ter acontecido que quando lemos a cena "reveladora" em si é apenas uma confirmação do que já sabíamos.
E não posso esquecer que aquela minha dica de ouro "sempre leia Colleen em inglês pelos jogos de palavras brilhantes que ela faz ao longo do texto" também não se aplica a esse livro. Você pode ler em inglês, português, japonês... Não importa! Não tem jogos de palavras aqui.
O livro é gostoso de ler, é verdade... apesar de ser mais um livro estilo "vou deixar ele me usar como se eu fosse uma prostituta que ele pega na rua, mas sem cobrar por isso, porque mesmo ele dizendo na minha cara que não tem a mínima intenção de se apaixonar por mim ou ter qualquer coisa comigo além de sexo eu sei que uma hora ele vai se tocar que eu sou a mulher da vida dele e viveremos felizes para sempre porque a vida é um filme da Disney". Ou seja, totalmente não Colleen Hoover (ao menos não era esse o estilo dela em todos os livros anteriores).
Muita gente reclamou da tradução do nome, mas sinceramente eu não achei que ficou ruim não. Pelo contrário, é bem condizente com o conteúdo do livro em si. O amor deles não é nada bonito e nem romântico; é puramente físico e regado a falta de respeito e sofrimento desnecessário.
Ah, claro que por ter sido justamente o livro que puxou para o estilo "mais do mesmo", em uma previsível variação de submissão emocional da mulher para um homem que sabe usar o que tem entre as pernas, como a pregada em Cinquenta Tons e livros parecidos, é justamente o livro que acabou fazendo mais sucesso e o primeiro dela que vai virar filme - para o meu mais profundo desgosto, afinal, é o livro mais fraco em termos de profundidade que ela já escreveu e praticamente qualquer outro dela daria um filme muito mais bonito.
Colleen, me perdoe. Eu realmente amo a sua escrita, mas Ugly Love definitivamente não é nem perto do estilo Colleen que tanto amei e está claríssimo nas séries Métrica e Hopeless. Mas olha o lado positivo da coisa, eu sou a minoria da minoria e geral tá gritando "Mileeeessss, maravilhosoooo, gostosoooo!". rs
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