Jéssica DePariz 05/03/2023
No melhor estilo Agatha Christie.
Acredito que ainda há poucos livros de Agatha que eu ainda não tenha lido, mas ela me engava toda a vez. É incrível a habilidade dela em nos fazer focar em pistas falsas e tirar o foco das pistas que realmente são importantes. Neste livro ela me enganou direitinho. Quem cometeu o crime estava na nossa cara o tempo todo, mas ela fez o foco ir em todas as direções, menos na que importava.
O Poirot estava impagável neste. Todas as chatices dele estavam hilárias: o modo como ele reclamava de sua "vida sofrida" no lugar em que ele estava hospedado, a tristeza em quase ninguém o reconhecer ou reconhecer o seu nome, e é claro a total falta de modéstia. E é sempre muito engraçado quando a Ariadne Oliver está nos livros, porque é a própria Agatha tirando sarro dela mesma. Sempre quando ela aparece, para mim que o livro na verdade é um "meta livro", porque parece que é a própria Agatha nos contando como ela escreveu o livro em questão. E neste ainda teve o comentário sobre as adaptações dos livros dela (eu adoraria saber o que a Agatha acharia do Poirot do Kenneth Branagh).
Enfim, é a Agatha fazendo o que a Agatha faz de melhor. Ótimo mistério.