Chrys 14/09/2015Muita ação e pouca ficçãoZoo é uma obra de ficção estrangeira escrita por James Patterson em conjunto com Michael Ledwidge e publicado aqui no Brasil pela Editora Arqueiro e possui sua adaptação para a tv com a série homônima transmitida pela emissora CBS e com os direitos adquiridos pela Netflix Us (oremos para a Netflix Brasil conseguir os direitos de exibição, eeeee).
Fiquei com o pé um pouco atrás por conta de ser mais um livro do James em coautoria e com a trajédia que Bruxos e Bruxas foi para mim, estava bastante disposta a não ler mais nada nestas condições, contudo, a sinopse é tão, mas tão atrativa e a série é absolutamente excepcional que me rendi, me rendi e..... Ah, leia e saiba o que me surpreendeu e o que me decepcionou.
Zoo se passa em um período pré apocaliptico onde os animais não se intimidam mais com a presença do ser humano, pelo contrário, começam a vê-lo como ameaça e começam a caçá-lo. Todos os animais, dos selvagens aos domésticos começam a se comportar de maneira estranha, convivendo pacificamente entre si, havendo uma comunicação interespécies para coordenar e programar os ataques.
Comparações são injustas mas inevitáveis, o livro tem uma premissa interessantíssima mas peca na execução, faz os fans de Michael Crichton (Congo, Parque dos Dinossauros) inflarem e murcharem em tempo recorde. Achei um desperdício de ideia, eu esperava muito mais da parte científica, das explicações genéticas e biológicas das criaturas e isso não veio. Acredito que pelo fato de serem autores de suspense e não de thrillers científicos, como é o casoore do mestre Crichton. Para alguns será suficiente um tratamento superficial, mas para mim não foi, não convenceu e me levou a crer que a série é mais convincente (até aqui, claro).
Esperei uma investida na parte apocalíptica, que magistralmente fugiu do pensamento engessado de que Apocalipse = Zumbi e acabei me decepcionando, a história dá saltos inexplicáveis no tempo e deixam o leitor com cara de ponto de interrogação.
Sim, o livro tem ação, tem suspense, tem mistério, mas faltou "sustância". Outro ponto positivo a ser destacado foi no que diz respeito à emoção dos animais, o respeito às criaturas e sua natureza foi preservado, me fazendo amar mais o Chipanzé Atilla que seu dono, o protagonista biólogo Jackson Oz.
Uma marca registrada de Patterson é a brevidade dos capítulos e a pausa em momentos importantes da história, fazendo com que o "virar de páginas" seja incessante e quase que imperceptível. A Narrativa alterna as vozes, sendo ora através da perspectiva de Jackson, ora em terceira pessoa (importante nas cenas de ataques), mas se o livro tivesse sido narrado totalmente em terceira pessoa, talvez tivesse me atraído mais.
A teoria lançada pelo livro chega a ser crível, mas ainda assim o senti falta de seu desenvolvimento, aprofundamento científico já que a ambientação era essa, entre o biólogo, sua esposa ecologista e demais cientistas aos quais Oz consegue convencer.
O livro não é ruim, mas não é excelente, a série modificou quase que completamente a trama, inseriu novos personagens, motivação e conta com muito mais ação e expansão territorial. Por essa razão acho que me decepcionei um pouco, mas acredito que minhas razões para achá-lo mediano sejam todas subjetivas, o que serve para fazer com que vocês leiam antes de ver a série e voltem aqui para debater comigo.
A Edição Brasileira tem a mesma capa publicada lá fora (Thank God e Arqueiro) e é lindíssima e intimidante rs. O tamanho e espaçamento da fonte é ótimo, ponto para a Editora.
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