crabie 03/03/2023
Você vê, mas não observa.
Sherlock Holmes é um clássico. É indiscutível quão brilhante e única é a técnica que o detetive utiliza para resolver a maior parte dos seus casos. É possível ver como Holmes ama e se dedica a seus estudos e interesses, mesmo que ninguém entenda seu fascínio por coisas consideradas banais (como as cinzas de fumo, por exemplo). Apesar da notável genialidade e da frequência de sua indiferença quanto ao que é considerado normal ou comum, também conseguimos ver que, acima de tudo, Sherlock Holmes é um humano. Acho sempre interessante observar como, em todas as suas adaptações, John Watson não se torna apenas um amigo, mas um grande apoio na vida do detetive. E é sempre interessante acompanhar, seja lendo ou assistindo, os mistérios que esses dois acabam por ter que desvendar.
Saindo um pouco da parte ficção na obra e entrando na parte histórica, confesso que algumas passagens me chatearam muito. Mesmo tendo plena consciência da época em que as histórias foram escritas (mais de cem anos atrás, numa Inglaterra imperialista e colonizadora) não aliviou meu desconforto em ler tramas e falas inteiramente racistas e/ou misóginas. Era algo esperado, mas que nunca pode ser justificado ou ignorado, pois são violência que até os dias de hoje assombram essas minorias.