Rub.88 18/11/2022Elementar, mas não Muito Claro...Uma coisa que pouca gente talvez saiba é que a maioria das aventuras são narradas pelo personagem Dr. Watson, em primeira pessoa. Ele é o cronista de Holmes que capitula de diários mantido pelo doutor, os casos que o detetive particular e ele participaram. E dependendo, se o conteúdo do mistério não afetar ainda os envolvidos, e as vezes ocultando alguns detalhes mais reveladores, Watson conta ao público, anos depois, as aventuras bizarras em que Sherlock foi metido e como resolveu o imbróglio. A palavra “metido” é bem utilizada pois os casos, invariavelmente são trazidos a ele na sua residência em Baker Street. Quando ele está fumando um cachimbão ou arranhado um violino, entra pela porta uma esbaforida figura com um conto escabroso e confuso queimando na ponta da língua. Essa narrativa inicial sempre é longa e rebuscada, e o incrível é que sempre fica a sensação que Holmes matou a charada quase no ato. Mas como é um 🤬 #$%!& enigmático e um tanto presunçoso não nos conta qual é a sua teoria. Só na parte final da estória, depois de uma investigação por vezes bem fraca, encurrala o criminoso que sempre, sempre confessa os delitos noutra narrativa explicativa longa. Os indícios e pistas deixadas para o detetive, só ele vê e no final junta tudo e diz que já sabia. Muitos casos tem finais inesperados e outros, muitos outros, é a mesma lega-lega de crime passional. Troca de identidade. Farsantes. Golpistas. Chantagistas. Mistério do quarto fechado acontecem direto. Alguns sinais de racismo e xenofobia em vários controversos pontos das estórias. Tem pouca ação e muita conversas ríspidas com cavaleiros bigodudos, magnatas sem respeito pelos mais humildes e nobres com uma imensa criadagem ressentida. As localidades, na maioria das ocasiões, são amplas casas vitorianas e partes semirrurais da Inglaterra. Poucas vezes tem ação em Londres. Sherlock Holmes se disfarça tão bem em alguns contos que ele mal aparece.
Uma ou outra estória é contada pelo ponto de vista do próprio Holmes ou em terceira pessoa com narrador oculto. Parece que em algum momento Arthur Conan Doyle tinha se cansou do seu famoso detetive. Chegou a escreve um conto o matando, e depois da repercussão negativa teve que ressuscita-lo. Outras obras desse autor ficou eclipsada pela fama de Sherlock Holmes.