Marcos Pinto 07/04/2016ÉpicoPara começar, um desabafo: injusto é a Trilogia Thrawn o cânone de Star Wars não integrar. Se você é novo no universo Star Wars, eu explico. De maneira sucinta, a saga é divida em Cânone histórias que realmente aconteceram e Legends lendas de Star Wars ; ou seja, tudo que falarei aqui é a análise de uma lenda sobre uma galáxia muito distante. Porém, não se engane; dessa vez, eles se enganaram... Tudo isso realmente aconteceu... Tudo isso realmente aconteceu...
A guerra continua; aliás, continua de muitas maneiras, em muitas nuances e diversas intensidades. O Império não morreu; aliás, parece cada vez mais vivo. O número de naves aumenta, e os de soldados também. Pior, eles possuem um Jedi sombrio os apoiando; entre aspas mesmo, afinal Joruus Cbaoth tem seus próprios interesses e não vê a hora de colocá-los em prática.
Do outro lado há a Nova República. Luke, Leia e Han continuam batalhando, junto com muitos outros, para disseminar a paz pela galáxia. Porém, até mesmo dentro do novo sistema de governo, onde deveria reinar a democracia, há disputas de ego e de poder. Para piorar, há um informante do Império no coração da Nova República, o que faz com que as intrigas se inflamem.
A habilidade de fazer o impossível foi uma das coisas pelas quais o grão-almirante foi selecionado Karrde disse secamente. Os detalhes do ataque ainda são nebulosos; será interessante ver como ele conseguiu (p. 44).
Continuando a premissa iniciada nos livros anteriores, Timothy Zahn deu um final épico para uma trilogia também épica. Com uma construção profunda e bem trabalhada, o autor dá uma aula para escritores novos e veteranos de como concluir bem uma série. Ele manteve o melhor das obras anteriores e conseguiu aprofundar ainda mais as tramas, deixando o embate final simplesmente incrível.
Aliás, boa parte do sucesso nessa obra e também no grande confronto se deve aos personagens trabalhados pelo autor. Excetuando a santíssima trindade de Star Wars Luke, Leia e Han , destaco outros três: Thrawn, Mara e Cbaoth. O primeiro é um vilão digno de nota. Inteligente, estrategista, apreciador de obras de arte e leitor perfeito de hábitos culturais, mostra como um homem pode desequilibrar uma batalha. Sem dúvidas, merecia ser o sucesso de Tarkin no Cânone. Mara, por sua vez, é a continuação do costume de Star Wars em criar protagonistas femininas incríveis. Letal com uma arma na mão, inteligente, forte e decidida, mostra que batalhas também são lugares para mulheres. Por fim, o Jedi sombrio se destaca pela loucura. Seus delírios de grandiosidade fazem com que ele seja digno de dividir holofotes com os protagonistas, sem contar que ele é poderosíssimo.
Outro fator que faz com que a obra tenha um desfecho tão bom é a escrita do autor. Timothy sabe o momento certo em que deve acelerar a narração, como nos momentos de batalha, e quando deve trabalhar com mais cuidado o lado psicológico dos personagens. Isso faz com a narrativa tenha um bom ritmo e que o leitor se sinta, em alguns momentos, como em uma montanha-russa, o que é incrível.
A Rebelião inteira foi um movimento altamente ilegal, quase uma traição ao governo, coração ele lembrou a ela. Quando as regras não funcional, você quebra elas (p. 209).
Quanto à parte física, continuo com os meus elogios a Aleph. A capa está muito bonita, apesar de ainda preferir a de Ascensão da Força Sombria. A diagramação segue o padrão dos livros anteriores: bela e confortável. A tradução está excelente; porém, dessa vez notei alguns erros na revisão, principalmente a falta de alguns travessões. Contudo, não é nada que prejudique a leitura.
Levando em conta todos os aspectos mencionados, eu indico demais essa trilogia. Os três livros irão te ganhar e mostrar todo o potencial que o universo Legends possui. Sem dúvidas, a Trilogia Thrawn é um trabalho épico.
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http://www.desbravadordemundos.com.br/2016/04/resenha-o-ultimo-comando.html