Resenhas - O Cair da Noite

Rauecker 06/12/2023

O cair da noite
A humanidade tem alguns medos primordiais como o de cair e o medo do escuro, que basicamente já nascem conosco. Neste conto Asimov explora o medo do escuro.

O enredo é simples, um planeta que possui seis sóis e uma civilização que não conhece a noite em hipótese alguma (aqui já somos intrigados a pensar como seria uma sociedade que não conhece a noite, teriam energia elétrica ? Como evoluiriam?), os estudiosos chegaram a conclusão que de 2500 anos acontece um eclipse geral e a noite cai no planeta, como as pessoas desconhecem o fenômeno ficam loucas e a civilização se encerra ali.

A obra gira em torno dessa ideia e Isaac consegue complementar com muitos assuntos polêmicos como por exemplo a mídia e a religião, e acima de tudo como as pessoas agem em situações que desconhecem e que estão desesperadas. As reflexões que o conto trás são excelentes.

Recomendo muitíssimo essa leitura, é um conteúdo simplesmente genial e tudo isso em menos de 100 páginas.

Citação preferida:

?Não consegue imaginar isso. Seu cérebro não foi feito para essa concepção, assim como não foi feito para a concepção de infinito e eternidade.?

Larissa.Herbsthofe 04/12/2023

Essa história é um pouco de loucura mas faz um certo sentido.
Acho que se o sol deixasse de existir talvez a sanidade também deixaria...

¨Cain¨ 21/11/2023

Medo do escuro
Pra começar, digo que eu queria MUITO ter gostado mais dessa história. Não me entenda mal, o tema é super interessante. Imagina se não conhecêssemos a escuridão? É compreensível todo o medo dos personagens.
O livro não é ruim, mas eu me sinto roubado. Sério, Editora Aleph? 45 reais nisso? Eu gostaria que meu primeiro contato com o autor fosse melhor.

Não vou babar ovo aqui só por conta do conto ter um prêmio, ou o autor ser um ótimo autor pra muitos.

A escrita é boa e a história é interessante. Se alguém for ler, leiam o da Editora Arte e Letra.

Regis 17/11/2023

Considerado o melhor conto de ficção científica
Esse conto foi escrito em 1941 por um jovem Asimov a partir de uma frase de Ralph Waldo e acabou sendo considerado o melhor conto de ficção científica de todos os tempos.
"Se as estrelas aparecerem uma noite em mil anos, como poderiam os homens acreditar e adorar e preservar por muitas gerações a lembrança da cidade de Deus" ? Ralph Waldo Emerson

Em um planeta com seis sois (Lagash) onde os abitantes não conhecem a noite, um eclipse vem trazer a escuridão, a loucura e a destruição.
O conto inicia com o diretor do observatório de astronomia discutindo com um repórter; se a escuridão vai trazer o fim do mundo como os astrônomos dizem ou se é tudo um engano, como crê o repórter e a grande maioria da população do planeta.
A autor faz um exercício para imaginar o que os habitantes de Lagash farão diante da escuridão total, desconhecida por todos, que chegará em breve e que era prevista pelo livro das revelações de uma ceita religiosa chamada o Culto.

Asimov tem a habilidade de trazer o mesmo assunto investigado pela ciência e pela religião e mostrar que o método científico é o melhor modo de analisar a realidade. Entregando uma exame consistente da loucura causada pelo medo do desconhecido e a proporção que o medo primitivo do escuro pode alcançar em uma população despreparada pela constante interferência do jornalismo que deveria informar, mas que faz exatamente o contrário, descreditando a análise científica.

Um conto primoroso que nos faz refletir sobre nossa existência e como as descobertas feitas através da história humana impactaram tanto racionalistas quanto religiosos, causando embates constantes entre os dois grupos.

Recomendo.

Eduarda2103 10/11/2023

Asimov criticando uma das maiores pragas do mundo (a imprensa); talvez o "Don't look up" tenha tido inspiração nesse conto

Cristiana 05/11/2023

Nada é mais temível que o desconhecido
Já parou para pensar como seria a Terra se não houvesse a noite?
Será que teríamos energia elétrica?
Já a mesma se inicia pela necessidade de clarear a noite
E como decidiriamos a hora de dormir, virar um dia
Num mundo onde não há noite, um eclipse se aproxima
Qual seria a sua reação ao ver o breu total pela primeira vez?

Edoarda 03/11/2023

No começo da leitura, lembrei do filme ?Não Olhe Para Cima?, pelo ponto de vista de cientistas tentando alertar a população e sendo desacreditados pela mídia. Mas é uma ideia bem interessante; num planeta em que a noite não existe, a escuridão é simplesmente intolerável. As estrelas são desconhecidas. O que seria um eclipse, senão o apocalipse?

Ana 30/10/2023

Um Planeta Sonho
Lendo a história, me veio à mente aquela letra de música do 14 Bis:
"Aqui ninguém mais ficará depois do sol
No final será o que não sei, mas será
Tudo demais, nem o bem, nem o mal
Só o brilho calmo dessa luz"
O conto narra a curta experiência de um jornalista com um grupo de estudiosos em um momento (talvez) pré-apocalíptico. Apesar de ser uma narrativa brevíssima, tem uma escrita tão cativante quanto qualquer obra de Asimov. Vale a pena conferir esse pôr do sol!

bardo 17/10/2023

E aqui temos mais um conto interessante e provocativo de Asimov, talvez um dos menos sutis na sua provocação. O autor nos propõe um mundo sem noite e os efeitos de um eminente quebra de paradigmas com o advento desse evento até então dado como lendário.
Chama a atenção o uso que Asimov faz da religião, a forma ao mesmo tempo respeitosa, o acúmulo de algum tipo de conhecimento, ainda que ligeiramente distorcido e a crítica ao uso político desse conhecimento como forma de controle e dominação. A despeito dos óbvios paralelos à religião cristã, a crítica se estende muito além desta.
Asimov alfineta também a imprensa e o desvio de seu papel informativo e questionador, é implícito no conto que a ação desse ente em alguma medida impediu talvez uma melhor preparação para o evento.
Alguns dos postulados propostos são curiosos e fico a pensar o quanto deles de fato se aplicam à nossa realidade, a despeito disso a discussão que Asimov propõe dos efeitos de uma quebra generalizada e irrefutável de paradigmas é brilhante.
Sentimos é verdade falta de um maior desenvolvimento, Asimov nos propõe as ideias, mas não está muito interessado em aprofundá-las. O final abrupto e aberto nos mantém em suspenso refletindo sobre o quão avassalador seria uma total subversão de nosso sentido de realidade.

edisik 15/10/2023

Em tão poucas páginas Asimov consegue apresentar uma boa história mas com um desenvolvimento e final que deixam a desejar. Prometia muito.

Daiane316 12/10/2023

Histeria coletiva e medo do desconhecido.
Asimov mais uma vez coloca em poucas páginas temáticas importantes da humanidade; para além da ciência e tb de crenças religiosas, há fortemente vinculado a história, tb a sociologia e o comportamento de grandes massas. Compreendemos, através da narrativa, que poucos indivíduos conseguem ser coerentes diante de uma circunstância, porém, a partir do momento que lidamos com um número grande de pessoas, tal situação extrema gera pânico e histeria em massa. Como é o caso em questão do planeta Lagash, onde um número considerável de habitantes assim como aqui na terra, vivem, tendo a diferença de que orbitam 6 estrelas. Um planeta que não conhece a escuridão, está para enfrentar um eclipse que surge a cada 2049 anos, e onde acompanharemos tb, toda uma sociedade milenar evoluir e sucumbir em apenas poucas horas. Uma leitura obrigatória aos fãs de Asimov e sci-fi. Tb diria um ótimo estudo de comportamento social.

Saulo.Fragoso 02/10/2023

Em O Cair da Noite, Asimov nos apresenta um planeta com uma população idêntica a nossa. Mesmas profissões, mesmo tipo físico, mesma psicologia, mesmas crenças e mesmos temores. A única coisa que difere nossa Terra de Lagash, é que esse planeta alienígena se encontra em um sistema com seis estrelas e sua trajetória fez com que ele não tivesse noite pelos últimos 2049 anos. Isso fez com que a sociedade não conheça a escuridão e nem sequer seu lugar no Universo, pois a enorme quantidade de luz no céu não permite a visão de outras estrelas no plano celeste.
A história começa quando um repórter entra no observatório científico para fazer uma entrevista com o chefe do departamento, a respeito de uma nova descoberta que indica que haverá uma noite nas próximas horas. A partir do diálogo entre os envolvidos, conseguimos aprender sobre o contexto histórico e cultural do povo de Lagash, inclusive que alguns cultistas já haviam descrito que um evento apocalíptico aconteceria. Tal forma de narrativa através de diálogos é tipico de Asimov. Além de proporcionar uma leitura mais dinâmica, também facilita o fluxo de pensamento e empatia do leitor ao acompanhar o raciocínio dos personagens em ?tempo real?.

Toda a dialética feita pelos protagonistas possui os argumentos mais lógicos de cada área, sendo um sacerdote que acredita em circunstâncias divinas, o cientista falando sobre o momento astronômico do planeta e o psicólogo expondo as questões de preparo de cada indivíduo. A cada instante Lagash vai ficando mais e mais escura e a discussão passa a tomar novas rédeas, focando muito mais na questão psicológica da população e dos próprios intelectuais da sala onde ocorre todo o conto.
A história acontece em um só ambiente ? o observatório científico ? e durante aproximadamente 6 horas, que nos faz sentir o senso de urgência e a impotência dos personagens perante tal evento. Mesmo ocorrendo durante um período ínfimo de tempo, conseguimos entender plenamente o ciclo de nascimento, vida e morte de todas as civilizações que já passaram por Lagash.

Asimov mais uma vez coloca em debate não só ciência e religião, como também sociologia e comportamento de grandes massas.

Caio.Victor 24/09/2023

Conto simples que poderia ser um livro
Nunca tinha lido um conto do bom doutor, sendo esse o primeiro e posso dizer que gostei bastante. Como coloquei no título da resenha: "merecia um livro". A possibilidade de narrativas possíveis para essa história é ampla e, associada aos aspectos científicos, ficaria bem interessante!

italoSpassos 21/09/2023

O ensaio sobre a escuridão de Isaac Asimov
Aqui, o jovem Asimov deixa de lado o seu lado mais científico e cria um conto onde a primeira noite em mais de 2.000 anos em um planeta com 6 sóis, pode desencadear na destruição de uma sociedade. Além do estudo social bem pontuado, criam-se várias alegorias sobre a fraqueza humana ao se deparar com o desconhecido e de como a ignorância pode afetar diretamente o discernimento da sociedade. É difícil por em palavras o quanto esse conto é magnífico!

Pablo.Arvellos 19/09/2023

Azimov é BÁRBARO!
Impressionante como me apaixono cada vez mais por Azimov a cada livro novo que leio dele.
Quando comprei o Box da Aleph, que vinha com duas edições lindíssimas de "O Cair da Noite" e "O Homem Bicentenário" eu não dei muita bola, nem liguei muito, na verdade. Mas, se a vida não fosse uma caixinha de surpresas... E posso dizer, me surpreendi MUITO!
Nesse conto, Azimov se aprofunda de maneira clara e objetiva no medo do desconhecido, em um planeta distinto, ele mistura ciência, religião, medo e esperanças com uma sintonia atroz! Poucos conseguem escrever tão bem em tão poucas páginas como Azimov consegue.
Não me arrependi nem um pouco e super vale a pena dar uma chance para O Cair da Noite!