Nina 10/03/2016A Trilogia Primos O’Dwyer foi uma das grandes descobertas de 2015. Vocês não imaginam o quanto me deliciei com essa série que tem tudo que amo numa levada só: romance, bruxas, magia e Nora Roberts! E foi com um pesinho no coração que peguei o último volume da série para ler e me despedir desse história que me prendeu tanto.
Tudo começa há setecentos anos atrás com Sorcha, a primeira Bruxa da Noite. Ela foi alvo da obsessão de Cabhan, um demônio que desejava possuir seu corpo, mente e poderes. Para enfrentá-lo, ela divide seus poderes entre seus três filhos pequenos e lança uma maldição que fere Cabhan mortalmente mas não o mata. A missão de acabar com ele passa a ser dos descendentes de Sorcha, os Três, que passam o fardo de geração em geração.
Agora, quem precisa enfrentar o perverso demônio são os irmãos Branna e Connor, e sua prima Iona. Nos livros anteriores, Bruxa da Noite e Feitiço da Sombra acompanhamos a história de Iona e Connor, como eles encontraram seus amores e fracassaram na luta contra Cabhan. Em Magia do Sangue, é a vez de Branna lutar por seu amor e contra Cabhan.
Ela e Fin se amam desde a infância, mas descobriram que ele é descendente de Cabhan, e a antiga maldição lançada por Sorcha os mantém afastados. Mas Fin tem mostrado diversas provas de sua lealdade ao circulo dos Três e está cada vez mais difícil para eles resistirem a forte atração que sentem.
Nesse livro a magia está mais presente do que nos anteriores, pois para destruir Cabhan, eles terão que investigar a origem de seu poder e vão descobrir que ele é muito mais demoníaco e obscuro do que imaginavam. A cada cena é um novo feitiço, um novo ritual que é descrito, e isso me atraiu muito. Como eu disse lá em cima, adoro livros que falam sobre bruxos e magia.
Apesar de pertencer a mesmo trilogia, senti que esse livro tem um ritmo diferente dos anteriores, principalmente por causa de Branna. Ela é uma mulher muito fechada e silenciosa, que gosta demais da solidão e que muitas vezes é dura consigo mesma. Ela está sempre envolvida com tarefas domésticas, especialmente na cozinha, mas anseia estar sozinha o tempo todo, e essa aparente frieza dela passa para a história. Branna e Fin são muito maduros com seus sentimentos e falam abertamente sobre eles, sem dramas ou neuras. E em alguns isso até me pareceu um pouco forçado, afinal todo mundo se emociona, nem que seja um pouquinho, ao se declarar para alguém ou ter uma DR com o amado. Mas eles mais pareciam dois robozinhos conversando.
A narrativa é característica da Nora Roberts, bem rotineira e cotidiana, bem próximo ao real, e eu sempre amei isso na Nora, mas dessa vez achei que ela errou a mão. Eu estava ansiosa pelo desfecho, para saber como os três derrotariam Cabhan e poriam fim à maldição para que Fin e Branna pudessem ficar juntos, mas o tempo todo tinha um diálogo sem importância ou uma cena sem sal de confraternização entre os amigos, e isso ia adiando a ação pela qual eu estava tão ansiosa.
Enfim, foi muito difícil para mim chegar a uma conclusão sobre esse livro, porque justamente o que eu mais poder amar foi o que mais me incomodou: a narrativa. Preferiria que não tivesse sido tão minuciosa e presa a detalhes como foi, mas no geral foi um livro bom, que deu final decente para a história, mas do qual eu esperava bem mais ação e sensualidade.
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