Fernando Lafaiete 27/01/2017Como é ruim não gostar tanto assim de um livro que "todo mundo" adora!
É muito complicado falar de um livro que todo mundo parece amar, menos você. Toda vez que isso acontece comigo, eu fico com uma sensação esquisita, a qual eu nem consigo explicar.
Este livro é unanimidade entre os meus amigos e eu nunca vi uma pessoa falar mal dele. O que me instigou muito a querer lê-lo. E o que aconteceu quando eu o li? Não curti tanto assim.
Neste livro iremos acompanhar a história através de 3 perspectivas. A de um psicopata, que assassina os pais de crianças de 8 anos, deixando somente as crianças vivas. A de um psicólogo que trabalha em conjunto com a polícia, sempre tratando dessas crianças. E do detetive responsável por insvestigar este caso.
O livro trás uma história interessante e alguns questionamentos muito válidos. O livro fala sobre ética e sobre desenvolvimento do ser humano com uma narrativa até que bem bacana, apesar de eu ter tido alguns problemas com a mesma.
Os meus problemas com esta história já se iniciaram antes mesmo de eu começar a leitura. Vai parecer estranho o que eu vou dizer, mas juro que é a mais pura verdade. Eu já deduzi o final do livro, logo depois de ter lido a sinopse. Logo que eu a li, tive um insight e comecei a rir. Logo imaginei: "Não é possível que eu tenha descoberto o final de um livro policial sendo que eu ainda nem comecei a lê-lo."
Mas vamos por parte... Deixando de lado esta minha suposta e prematura descoberta. O que me incomodou logo de cara, foram os personagens. O David (o psicopata), é um personagem muito interessante, mas ao mesmo tempo meio sem graça. Ele não me convenceu completamente e muitas vezes eu o achei meio forçado. O William (o psicólogo), é o tipo de personegam que eu costumo não suportar. Ele é meio egoísta e mal caráter. E o Artur (o detetive), apesar do autor tentar me fazer acreditar que ele é um excelente detetive, eu o achei bem incompetente. Ele não consegue sacar coisas extremamente óbvias.
Outra coisa que me incomodou; foi que como eu não gostei de nenhum dos protagonistas, acabei achando a escrita as vezes meio superficial. O que acabou fazendo com que eu criasse um bloqueio, me impedindo de me conectar com a história.
E o que mais me irritou, foi a previsibilidade. Pra mim (pareço ser uma exceção) pareceu tudo muito previsível. Sabe aquele insight que eu tive quando li a sinopse do livro? Pois é... eu estava certo. Conforme eu ia avançando na leitura, mais certeza eu tinha do final. E lógico que quando acontece o super plot-twist que todo mundo comenta e acha fascinante, eu achei super desanimador, exatamente porque eu queria muito ser surpreendido e não estar certo.
No geral, foi uma leitura ok... mas que está bem longe das minhas recomendações de livros desse gênero. Pra quem gosta de thrillers policiais/psicológicos, eu irei passar a minha vida inteira indicando os livros: O colecionador de ossos; A verdade sobre o caso Harry Quebert; Pequenas grandes mentiras e obviamente a trilogia Millenium (apesar de eu ainda não ter lido o terceiro livro).
Mas como eu disse... Mais uma vez eu sou exceção e acabei não gostando de um livro que parece ser venerado pela maioria dos leitores. Você provavelmente irá fazer parte das pessoas que adoram esta história. Queria muito fazer parte deste grupo, mas infelizmente não rolou. Espero que você curta muito esta leitura e apesar de eu não ter curtido, desejo sucesso para o autor, agora que finalmente este livro será publicado pela editora Verus.
De qualquer maneira, leiam este livro. É sempre bom apoiarmos escritores brasileiros. Boa leitura à todos!